Lula, secretário geral da ONU?

Este é o título da coluna semanal de Andres Oppenheimer, que escreve para o Miami Herald e para o El Nuevo Herald. Lula já declarou, algumas vezes, que odeia o colunista, que é o único, talvez, que o conheça como os brasileiros mais bem informados. Não faz parte da cambada de baba-ovos da imprensa internacional que é tratada na palma da mão pela máquina petista. Segundo o colunista, sem chance de Lula alçar um vôo tão alto. No máximo poderá vir a presidir a FAO, Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, cujo diretor, o senegalês Jacques Diouf, está deixando o cargo depois de 16 anos, tendo em vista a Bolsa Família. Para dirigir a ONU, há vários impedimentos. O primeiro de ordem cultural: Lula não fala nem inglês e nem francês, aliás, mal arranha no português. Outro impeditivo é que Ban-ki Moon representa a Ásia, que teria direito a mais cinco anos, dois mandatos consecutivos. Por fim, o principal: as recentes posições de Lula e do Brasil apoiando ditaduras sinistras e sanguinárias, contra as quais a ONU têm sérias divergências no âmbito dos direitos humanos, como Congo, Sri Lanka, Coréia do Norte, sem falar no Irã e em Cuba. Sobre as declarações de Lula comparando presos políticos com "bandidos comuns", elas calaram fundo na comunidade internacional. " São declarações assombrosas", diz o colunista. Ele ainda não ouviu nada. Espere só a visita ao Irã. Pelo menos, os últimos atos de Lula serviram para termos um ex-secretário geral da ONU, demitido das suas pretensões pela própria língua e pelo próprio mau-caratismo.