O eleitor mineiro precisa ser, antes, brasileiro.

A terra do mensalão pluripartidário e dos institutos de pesquisa duvidosos sempre foi a terra dos políticos dissimulados. Jamais se posicionam e quando contrariados pela melhor decisão para o país como um todo, do qual esquecem facilmente que fazem parte, dizem: " vamos trabalhar pelo Brasil, a partir de Minas", em clara ameaça de que, como a decisão não atendeu aos seus interesses, trabalharão contra. Ninguém na oposição do Brasil engole um Aécio Neves eleito com 77% dos votos em 2006, massacrando o adversário do PT em primeiro turno, assistir de braços cruzados ao candidato do seu partido, Geraldo Alckmin, alcançar tão somente 34% dos votos do estado. Obviamente, o candidato petista que enfrentou Aécio serviu apenas como uma bucha de canhão, foi para o sacrifício, enquanto Lula apoiava o governador por debaixo dos panos e vice-versa. O fato é confirmado por prefeitos do interior e a prática é disseminada no estado. Hoje, em entrevista, Hélio Costa(PMDB-MG), o ministro plim plim, lança todo o tipo de ameaças, confirmando a tese. O título é: " sem aliança em Minas, meu eleitor se sentirá traído". Pressiona, assim, para ser o candidato da base ao governo do estado ou à vice-presidência. Se não for assim... E confirma: "se eu afirmar que minha candidata é a ministra, mas, de certo modo, estou injuriado com o PT, a resposta será outra". Esta dissimulação e este convívio com a traição como se fosse a maior lógica da política é a marca de Minas Gerais. Este ano, poderemos ter um Aécio Neves trabalhando para Dilma e um Hélio Costa trabalhando para Serra. Surpresa seria se tais fatos, baseados na História recente, não ocorressem em Minas. A não ser que o eleitor mineiro declare a sua independência e passe a ser um eleitor brasileiro.