Partidarização da mídia.

De Fernando Barros e Silva, na Folha:

Dilma Rousseff voltou a reclamar da "crescente partidarização da mídia". Disse também que, sem base social, a oposição é hoje quase apenas "midiática". A candidata do PT à Presidência ecoa o que Lula já vinha dizendo. O que pensar desse mantra governista? A "partidarização" de fato existe. E não só na mídia. Os fundos de pensão das estatais estão hoje nas mãos do PT. As próprias estatais foram aparelhadas de maneira inédita. E há as ONGs, quase sempre de amigos do partido, alimentadas na veia por verbas estatais. O terceiro setor também está partidarizado. Não é só. O PT de antigamente apostava na autonomia do sindicalismo e dos movimentos sociais em relação ao Estado. Não era o oxigênio da democracia? Hoje, o governo Lula cooptou -com dinheiro e cargos- os sindicatos e o que restou de movimentos social e estudantil. No Brasil lulista, com "tudo dominado", é irônico que só os partidos não sejam partidarizados. À sombra do poder, vivem misturados, como beneficiários da avacalhação institucional patrocinada por um governo moralmente leniente, mas muito popular, o que inibe a atuação da oposição, que, de resto, não sabe mesmo o que falar. Nesse ambiente imperial, por que a imprensa ficaria imune? Com publicidade oficial, Lula faz um arrastão nas chamadas mídias regional e popular, todas obedientes ao poder. Na internet, o lulismo multiplica seus funcionários voluntariosos. Há, por parte do Planalto, um esforço metódico para colocar a mídia a serviço do governo -para, numa palavra, partidarizá-la. A profissionalização da imprensa no país, que vinha ocorrendo, aos trancos, desde a redemocratização, nos anos 70/80, vive hoje um retrocesso. O ambiente senhorial, de atrelamento ou submissão aos poderosos, era visto como algo a ser superado por um jornalismo comprometido com o público, não com o Estado ou gângsteres privados. O PT pôs isso em xeque. Quem não está conosco é inimigo -essa é a lógica subjacente à fala de Dilma. Parece bolchevismo com atraso.

4 comentários

É sempre assim, os petralhas fazem e acusam os outros dos crimes e afrontas que cometem.

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Acusa as oposições de fazerem agora o que eles fizeram no passado e continuam fazendo.

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Parece bolshevismo não, é puro bolshevismo. Basta ver o que o Hugo Chavez fez com a imprensa na Venezuella, o que o casal K está fazendo na Argentina, usando os sindicatos pellegos pra bloquear jornais. Ou que o Fidel fez em Cuba.

Ninguém se iluda, todo comunista é liberticida. Lulla e Dillma querem matar qulaquer oposição, por bem ou por mal. Por enquanto estão usando as verbas do Franklin Martins, mas, se isto não for suficiente, elles vão usar métodos bollivarianos.

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Esse Fernando Barros e Silva da Falha de S. Paulo é da tchurma nem-nem, como afirma Reinaldo Azevedo, não faz uma crítica aos petralhas que não sinta comichão por uma crítica aos tucanos. Só que nesta semana é a segunda vez (a outra foi sobre o unibancídio) que ele ataca a petralhada sem o contrapeso do outro lado. Vamos aguardar. Talvez a semana que vem seja toda consagrada por Fernando Barros e Silva aos tucanos.

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