As duas Folhas de São Paulo.

Na manchete de capa, lá está a sensacionalista Folha de São Paulo, berrando:

" governo golpista fecha rádio e TV em Honduras". Pelo menos tiveram o cuidado de colocar Honduras, já que o fato que virou capa acontece praticamente todos os dias na Venezuela. Tanto é que já corre a piada de que Michelleti virou chavista.

No editorial, que é a opinião do jornal, aparece a outra Folha de São Paulo, analisando os fatos com equidistância. Aliás, é isto que o jornal está cobrando de Lula e seu governo.

Outra posição cada vez mais estranha do Brasil é a recusa absoluta de negociar com o governo interino de Roberto Micheletti. Tal intransigência contraria a tradição diplomática do Itamaraty, não contribui para a dissolução do impasse e cai como uma luva para o objetivo do chavismo -interessado em prolongar a desestabilização política em Honduras. O presidente Lula negocia com a ditadura cubana e a favor dela interveio na Assembleia Geral da ONU. Em Nova York, afagou o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que acabava de reiterar a negação do Holocausto e ser flagrado em nova trapaça nuclear. Logo depois, na Venezuela, Lula se reuniu com golpistas africanos e ditadores homicidas do continente, como Robert Mugabe (Zimbábue) e Muammar Gaddafi (Líbia) -o líder sanguinário do Sudão não pôde comparecer porque poderia ser preso numa conexão aérea. O regime chefiado por Roberto Micheletti em Honduras ocupa categoria bem mais tênue de ilegitimidade democrática. Violou a Constituição ao expulsar do país um presidente eleito, quando a ordem da Corte Suprema era de prender Zelaya, por afronta a essa mesma Carta. O governo interino, contudo, respeitou a linha sucessória constitucional, assegurou o poder em mãos civis e manteve o calendário das eleições presidenciais, marcadas para 29 de novembro.
O Brasil precisa recobrar a lucidez diplomática -e, com ela, a sua capacidade de mediação. Ajudar a dissolver o impasse é a melhor contribuição que o Itamaraty tem a oferecer no caso de Honduras.

Como leitores, poderíamos refazer uma das frases do editorial para:

A Folha de São Paulo precisa recuperar a lucidez jornalística - e, com ela, a sua capacidade de informação.

7 comentários

Não estou entendendo a posição da Folha/UOL,estão dando palanque para os amantes do Zé Tralha e ao mesmo tempo criticando a postura de Lula e Amorim. O engraçado é que isso começou a acontecer nesta semana, logo após a PeTrobrás colocar uma enorme propagada no Site e no jornal. Estranho não?

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Não só a Folha, mas toda essa IMPRENSA COVARDE OU COMPRADA que insisti em se referir ao atual Governo de Honduras como Golpista. Imprensa brasileira, formada por ratos de esgostos ou por uns bananões covardes?

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O que se pode esperar de um jornal que mantém como colunista alguém que mandou censurar um jornal, acusa a imprensa de golpista e é um dos maiores deturpadores da política nacional - o sr. J.Sarney?
Sds.,
de Marcelo.

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Bom dia a todos.Para mim a Folha poderia ter o destino nobre de ser lido pelos milhoes de cubanos que buscam informaçoes diarias do grana.cu

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A intenção da imprensa brasileira é a dar apoio à Lula, nem que para isso seja preciso esconder a verdade. Esta atitude é preocupante, porque estão perdendo a credibilidade.Definitivamente, é a consagração da blogosfera como única fonte de informação confiável.

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A Folha, o Estadão, a GROBO estão readequando o discurso à realidade, pois compreenderam que não podem continuar na campanha de mentira deslavada, acusando a todo hora o governo honderenho de GOLPISTA. Afinal, o porta-voz do Presidente-Estátua (BaRRACO DA BRAMA) mandou que os BOBOLIVARIANOS se enquadrassem ou seriam responsabilizados pela violência em Honduras. Chamou-os de IRRESPONSÁVEIS e IDIOTAS (não adianta os jornalões traduzirem errado para enganar os brasileiros, pois a internet é livre e já tem muita gente no Brasil que fala inglês).

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Se Micheletti fechou uma radio e tv ou duas foi ato de autoritarismo, o que é que se faz em Cuba ha tantos e tantos anos e recentemente na Venezuela?... no Brasil os governantes atuais se arrepiam quando se fala em Ditadura militar, então porque são tão íntimos de um militar que governa com mão de ferro a Venezuela, será porque tem a mesma ideologia comunista? nasci e cresci dentro do regime militar nunca fui perseguido e nem ameaçado sabe porque? entive sempre dentro da lei, nunca fui subversivo. Estão com os dias contados essa quadrilha que esta no poder.

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