Empurra-empurra.

Segundo o Painel da Folha, o PMDB não confia no PT, e a recíproca é verdadeira. Por isso o impasse na instalação da CPI da Petrobras. Renan Calheiros quer reduzir ao máximo a margem de manobra dos petistas por acreditar que, para se livrarem do pior, eles jogarão o foco da investigação sobre os setores da empresa comandados pelo PMDB.A mesma lógica leva o PT a concluir que, se não assegurar um dos postos de comando da CPI, serão mais expostos os seus quadros na estatal. O partido teme especialmente por Wilson Santarosa, gerente de Comunicação Institucional. Um único objetivo une as duas siglas: não deixar a investigação andar. O empurra-empurra mais do que evidencia. Ele comprova que a Petrobras virou um ninho de ratos, que se protegem e atacam sem piedade os cofres da empresa mais rica do Brasil. Ontem, uma declaração lamentável: o ministro de Minas e Energia, Édson Lobão, lacaio eterno do clã Sarney, disse que a CPI pode prejudicar as operações de empréstimo da Petrobras. Cabe perguntar por quê. A sujeira é tanta que vai prejudicar o crédito da empresa no mercado internacional? Uma investigação pode mostrar que a empresa está quebrada, sem condições financeiras de pagar as dívidas? Existe alguma manipulação em relação aos balanços, que é escondida dos acionistas? Porque só fatos desta gravidade podem fazer com que a maior empresa do Brasil, um verdadeiro monopólio, perca o crédito. É preciso investigar, sim. Porque até agora quem está espalhando o pânico sobre os efeitos da CPI é o governo e não a oposição.