Há gosto para tudo. A diplomacia petista festeja a ascensão da América Latina e do Caribe à condição de principal destino das exportações brasileiras. Festeja também a perda de importância dos Estados Unidos entre os mercados para produtos do Brasil. Em 2003, latino-americanos e caribenhos importaram mercadorias brasileiras no valor de US$ 12,92 bilhões, 17,7% do total vendido pelo País. Neste ano, até novembro, sua participação chegou a 25,7%. Os americanos compraram, há cinco anos, US$ 16,9 bilhões do Brasil, 23,1% do total. Em 2008, até o mês passado, sua fatia das vendas brasileiras ficou em 14,1%. Isso comprova, segundo os defensores do terceiro-mundismo, o sucesso da política nacional de diversificação de mercados. O País ficou menos dependente dos gringos. Mas os números permitem uma conclusão menos festiva e mais adequada para qualificar a diplomacia do fracasso.Em primeiro lugar, o Brasil há muito tempo deixou de ser dependente de um ou dois mercados. Nos anos 80 as exportações já eram bem diversificadas quanto aos destinos. Naquele tempo, os brasileiros já se qualificavam como "global traders". A diplomacia petista não foi inovadora nesse ponto. Foi apenas tola, confundindo afinidades imaginárias com parcerias estratégicas. Em segundo lugar, a redistribuição porcentual das exportações brasileiras não resultou somente das vendas crescentes para "novos" mercados (nem todos tão novos assim). Resultou também, e em grande parte, de uma expansão mais lenta das exportações para os Estados Unidos. O governo brasileiro esnobou o mercado americano, o maior do mundo. Com essa bobagem abriu espaço a competidores mais interessados em ganhar dinheiro do que em mobilizar um "Sul" imaginário para o confronto com o mundo rico. Dados: entre 2003 e 2007, vários outros países, incluídos alguns da América do Sul, deixaram o Brasil para trás no esforço de ampliar as exportações para os Estados Unidos. Nesse período, as vendas brasileiras para o mercado americano cresceram 43,1%, de acordo com as estatísticas de comércio exterior do governo dos Estados Unidos. No mesmo intervalo, tiveram maior sucesso os exportadores dos seguintes países: Colômbia (47,8%), México (52,7%), Índia (84%), China (110,9%), Peru (116,2%), Vietnã (133,4%) e Chile (143%).Seria possível ampliar a lista de exemplos, mas estes são bastante ilustrativos. O conjunto é variado. Alguns desses países pouco exportavam para os Estados Unidos. O Vietnã vendeu para o mercado americano apenas US$ 4,55 bilhões em 2003. Em 2007, embarcou para lá mercadorias no valor de US$ 10,63 bilhões. A Índia em pouco tempo alcançou o Brasil, passando de US$ 13 bilhões para US$ 24 bilhões. O México já era um grande parceiro, sócio do Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), mas conseguiu um aumento notável mesmo partindo de uma base elevada: suas vendas cresceram de US$ 138,06 bilhões em 2003 para US$ 210,8 bilhões em 2007. O caso da China é mais espetacular, com o salto de US$ 152,44 bilhões para US$ 321,51 bilhões. O desempenho brasileiro, com o avanço de US$ 17,91 bilhões para US$ 25,65 bilhões, chega a ser melancólico, em comparação com o resultado exibido pelos concorrentes. Em resumo: a mudança da participação dos vários mercados nas exportações brasileiras é explicável apenas em parte pela expansão dos negócios com latino-americanos, africanos e asiáticos. Houve sucesso na conquista desses parceiros, mas houve também uma inegável perda de participação no comércio com os Estados Unidos. O aumento das vendas aos países da África, da Ásia e da América Latina resultou não de bons acordos, mas do esforço dos empresários empenhados em ganhar mais com exportações. Foram levados a isso até pela falta de acesso negociado aos mercados do mundo rico. Os acordos com os sul-americanos foram muito mais vantajosos para os outros do que para o Brasil. Se os brasileiros ainda vendem mais do que compram, no comércio com esses países, não é por causa dos acordos, mas das características das pautas de exportação. Qualquer pessoa sensata e razoavelmente informada percebe esses fatos e lamenta a perda de oportunidades no mercado americano, menosprezado quando se torpedeou o projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). O resto é conversa de quem vive num mundo de fantasias dos anos 50.
PT, o "Sul" imaginário e como rasgar dinheiro.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009 às 08:51:00
Artigo de Rolf Kuntz, no Estadão:
10 comentários
É isso mesmo, Coronel, misturaram ideologia com comércio e falseando as conclusões, cantam vitória de Pirro.
ReplyCuba perdeu a URSS e se infiltrou por aqui, trazendo consigo toda a ideologia da tirania que por lá reina a meio século.
Utilizam agora nossas riquezas para financiar lutas ideológicas sem sentido e assim nos tornamos arrimos da esquerda sul-america - esse montão de imbecis que se intitulam agora bolivarianos.
O Chile é por natureza um país democrático. Se livrou a ditadura e deu a oportunidade que os esquerdistas tanto reclamavam no poder.
A Bachelet não consegui destruir as instituições chilenas como o apedeuta já o fez por aqui e lá o resultado econômico foi pífio, tendendo ao fracasso, como temos vistos por aqui nos números, não apesar das bombásticas propagandas em contrário.
Agora o Chile dá sinais que sairá de novo na frente se livrando desses comunistas imbecis que nos faz entender que o que mais desejam mesmo é o charutão do genocida Fidel, já que outra explicação lógica não se apresenta em circunstância alguma.
Daqui há pouco vão proibir imagens do Chile por aqui para que não possamos ter sequer ciência da opulência e das vantagens de se morar numa democracia.
É isso mesmo, Coronel, misturaram ideologia com comércio e falseando as conclusões, cantam vitória de Pirro.
ReplyCuba perdeu a URSS e se infiltrou por aqui, trazendo consigo toda a ideologia da tirania que por lá reina a meio século.
Utilizam agora nossas riquezas para financiar lutas ideológicas sem sentido e assim nos tornamos arrimos da esquerda sul-america - esse montão de imbecis que se intitulam agora bolivarianos.
O Chile é por natureza um país democrático. Se livrou a ditadura e deu a oportunidade que os esquerdistas tanto reclamavam no poder.
A Bachelet não consegui destruir as instituições chilenas como o apedeuta já o fez por aqui e lá o resultado econômico foi pífio, tendendo ao fracasso, como temos vistos por aqui nos números, não apesar das bombásticas propagandas em contrário.
Agora o Chile dá sinais que sairá de novo na frente se livrando desses comunistas imbecis que nos faz entender que o que mais desejam mesmo é o charutão do genocida Fidel, já que outra explicação lógica não se apresenta em circunstância alguma.
Daqui há pouco vão proibir imagens do Chile por aqui para que não possamos ter sequer ciência da opulência e das vantagens de se morar numa democracia.
TRABALHO COM TRADE.
ReplyARTIGO IRRETOCAVEL !
VOU EMOLDURAR...
CHILE?
ReplyLUGAR DE GENTE INTELIGENTE...COMO BEM DISSE O COLEGA AÍ EM CIMA ,SE LIVRARAM DE UMA DITADURA ,ARREGAÇARAM AS MANGAS E DEIXANDO DE LADO IDEOLOGIAS TOLAS, FIZERAM LUCRATIVOS ACORDOS BILATERAIS ENQUANTO MULLA DA SILVA SOB O SILENCIO COVARDE DA GRANDE IMPRENSA BURRA E COMPRADA SATANIZAVA OS EUA...
TEM UM BLOGUEIRO FAMOSO POR SEU BORDÃO QUE POSTA AQUI E NO REINALDO ECHANDO SEUS COENTARIOS SEMPRE ASSIM :
"BRASIL ,UM PAÍS DE TOLOS!"
....ACHO QUE ELE DEVE ESTAR DE FERIAS MAS EMPRESTO O BORDÃO PARA DIZER QUE "BRASIL, UM PAÍS DE TOLOS"...CUJA IMPRENSA NAO INFORMA A MAIS NINGUEM E CUJA EXISTENCIA MODERNA VIVE A DAR RAZAO A UM CERTO GENERAL DA FRANÇA !
Coronel
ReplyO anônimo das 09:20, disse praticamente tudo. Abrimos mão do mercado dos EUA para que outros avançassem de imediato ocupando nossa vaga e tudo comandado pelo chavez que até foi grosso num discurso em publico utilizando a palavra ALCA de maneira vergonhosa. Viramo-nos para o quarto mundo, África, onde as nossas exportações na sua maior parte não são pagas, ficando os nossos exportadores com pesados calotes. Mas tudo isso não interessa ao louco que nos desgoverna, desde que se acabe a fome no Mundo... mas não no Brasil.
Já agora aproveito para uma estranhíssima noticia que na semana passada foi publicada, no qual dizia que Correa tinha recomeçado a pagar ao BNDES. Como provar isso? Ou será que este traidor louco que nos desgoverna, aumentou a propina para Correa ficar manso, pois está obcecado em construir em dois anos uma espantosa e colossal rodovia Pan-americana com um custo estratosférico neste momento de vacas muito esqueléticas, com maior carga de impostos sobre refrigerantes e cerveja para os brasileiros a partir de hoje?
Somos governados por um louco. Um indigente! Um analfabeto pé descalço xenófobo assumido que crescendo entre a merda, teve a loucura de dizer quando da inauguração da aberração de uma estatua que deveria ser destruída, pois representa não o imigrante nordestino, mas sim sua aberrante família de paradoxos, de taras, de doentes, que se fosse uma estátua da aristocracia(?) eles aplaudiam. Mas...temos aristocracia no Brasil? Onde? No Palácio do Planalto e na Quinta do Torto? Isso não è aristocracia, mas uma linhagem de petralhasesquerdopatas que chegaram "lisos" ao Poder e hoje são um clã corrupto dos mais ricos do planeta!
A questão não se resume às exportações. Nós precisamos dos investimentos em produção dos norte-americanos. Também não se resume ao dinheiro. Precisamos da transferência de tecnologia e know-how. Se não dermos uma contra-partida é uma ilusão pensar que eles irão nos ajudar. Vamos chegar ao mesmo ponto de Cuba que agora reclama que não é mais "explorada" econômicamente pelos EUA?
ReplyÁrea 51
Não esquecer que o braziu(*) exportou mais para quem não paga. Afinal na AL e Caribe os parceiros que gostaram mais de comprar são os que não gostam de pagar. Ademais, com o lulismo perdoando dívidas e cedendo empréstimos e investimentos em certos países em estado de penúria, fica razoável presumir que se devesse exportar mais para eles e assim atender alguns amigos sedentos por exportar.
ReplyPorém, o que importa é importar, pois importações é que trazem produtos para o consumo da população.
As exportações são boas para se pagar a dívida já contraida, fora isso exportar e fazer créditos contra outros é tolice. Seria como eu vender mas nunca descontar os cheques que me deram em pagamento, me enchendo de créditos contra os consumidores de meus produtos (bens e serviços em troca de nada).
O certo é trocar: ou seja, exportar para poder importar. Exportar sem importar é poupança em moeda estrangeira. Se não entram produtos em troca dos que exportamos, estamos transferindo riquezas para outro sem receber compensação.
O que efetivamente importa é importar. E faze-lo sem acumular dívida é exportar também.
OOnde somos mais eficientes exporamos para adquirir o que nõa produzimos com eficiencia.
Abraços
C. Mouro
Eis uma radiografia da mediocridade petista.
Replyepor isto que a China ja foi ao espaço e vai a lua, a India tambem vai no mesmo caminho e o brasil ... so vai a cuba
ReplyFaltou um ítem na história.
Replycomo a população americana cresce a níves europeus e principalmente devido aos "imigrantes",temos uma janela de exportação limitada enquanto NÃO EXPORTAMOS MERCADORIAS DE VALOR AGREGADO.
Só o básico não é suficiente,fato que os amigos mais ligados ao tipo de trade podem verificar.
O mix de nossas exportações para os americanos deve estar atrasado,imutável,o que resulta em baixo crescimento em volume e valôr.
Um exemplo:
Efetuei cadastro para informações de produtos químicos em um site Indiano(ministério de exportação/holding de exportadores)e como resultado
SÓ FALTA VIM UM DELES Á MINHA CASA.
O tal Vivek Yoshi tá me deixando louco e só não compro nada por falta de dinheiro e com promessa que após a compra ficaria livre dos caras.
kkk
abraços