Gaza: a patética diplomacia do Brasil.

Por Igor Gielow, na Folha:

A reação do Brasil à operação israelense em Gaza acrescenta mais um patético capítulo à propensa altivez da política externa do governo Lula. Logicamente, não estou falando do apelo ao fim da violência ou da condenação à brutalidade. Isso tudo é discurso correto, bonito -e inócuo. O problema é outro. A megalomania parece não ter limite, e declarações de diplomatas, políticos e do presidente sobre a necessidade de "deixar o Brasil ajudar a resolver o problema" abundam. E novamente escorregam para o antiamericanismo bananeiro. "Exigem" que Barack Obama "mostre sua cara". Isso depois de fazer uma reunião de líderes continentais para mostrar que o Brasil capitaneia alguma coisa; desnecessário explicar a mensagem que é passada quando a estrela da festa é alguém como Raúl Castro. Imagino as rugas de preocupação de Obama. O Brasil deve ter voz nos assuntos mundiais. Mas não será com bravatas que conseguirá ser ouvido. Em novembro de 2004, estive em Gaza logo após a morte de Arafat. O texto que escrevi à época já apelava ao lugar-comum mais ouvido hoje: o território é uma prisão. A situação de segurança há quatro anos já era frágil. Entrevistava um líder local do Jihad Islâmico quando uma explosão fez o chão tremer, provavelmente um ataque pontual de Israel. Gente correndo para todo lado, repórter e entrevistado agachados no chão. Agora, é isso ao paroxismo. O Hamas nem de longe é inocente, seus movimentos fazem parte do jogo que permeia hoje o Oriente Médio: a disputa estratégica entre Irã e o condomínio EUA-Israel, aliás o provável motivo por trás do ataque. Mas a ferocidade israelense tem um custo humano inaceitável. Para ficar na metáfora carcerária, a tropa de choque agora invadiu a prisão a tiros. Não vai acabar bem.

3 comentários

Creio que a megalomania do Apedeuta será, novamente, objeto de risos.
Afinal, esse governo tem parceiros como as farc e ditadores assassinos.
Não tenho dúvida alguma que Israel massacrará os terroristas e que, mais uma vez, a "diplomacia" brasileira sairá em defesa "das vítimas". Nojento.

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E ele propõe exatamente o quê???

Um juiz apitando o jogo e marcando as faltas?

Priiii:
Agora é a vez de Israel,só pode usar a mesma coisa que o outro lado, heim?Ok, prii,pode jogar sua bombinha.

Na Europa, por uns tempos, era assim.Os combates eram em campos abertos,parecia briga de torcida organizada.Quando cansava ou tinha muito mortos parava tudo, voltavam pra 'casa' ,almoçavam e coisa e tal...Depois mais um entrevero...

Ficavam anos e anos na lenga-lenga,às vezes cem anos...

Agora ele quer uma nova 'ética' de guerra?Defesa tudo bem, mas antes devo saber o potencial do inimigo e usar o padrão dele?

Só falta exigir empate técnico.
Como morreram 500 do lado palestino Israel também tem de perder o mesmo tanto entre civis?

Hummmm¬¬,tipo assim,cota?

Que coisa não? Vá intisicar com um hipopótamo, Igor, vá.Quero ver o bicho olhar bem pra você e decidir: você é muito fraquelinho, ô metido, hoje só vou dar um empurrão,outro dia passo por cima.
Feito briga de rua,o pirralho invocado comprando briga com o grandalhão do bairo.tsktsk

é mole?Falaaaa sériooo,Igor; acorda,Alice!

Só falta vir com lero de dar a outra face...quem dá as duas faces fica banquela dos dois lados, Pedro Bó!

¬¬

lia

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Vindo de um jornalista da Folha, nem é de espantar a besteira, mas não dá para deixar de perguntar: o sujeito quer o que? Que Israel aceite a ferocidade do Hamas quietinho e feliz? Daí o custo humano seria aceitável?

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