Plim plim.

Da coluna de Jânio de Freitas, na Folha:

"A gravação em vídeo da cena apontada como tentativa de suborno dos delegados da Operação Satiagraha, dada como de autoria da Polícia Federal em um restaurante paulistano, ao ser reexaminada na nova investigação do caso, proporcionou uma revelação surpreendente e cômica. Algo como as velhas anedotas de polícia secreta em certo país na beira da Europa.A tentativa, como descrita no inquérito e no processo da operação, envolve quatro pessoas: os delegados Protógenes Queiroz e, como aparente negociador pela PF, Victor Hugo Ferreira; pelo lado de Daniel Dantas, apontado como ofertante de US$ 1 milhão, Humberto Braz, ex-diretor da Brasil Telecom, e Hugo Chicaroni, ambos presos em razão do episódio. A revisão do vídeo, porém, mostrou o inesperado e da maneira mais inesperada: em vez de câmera instalada pela PF, houve um cameraman em ação, nem sequer mencionado nos relatórios e autos.O início verdadeiro do vídeo não é o citado no inquérito, que vem a ser o mesmo exibido, inúmeras vezes, na TV. Como qualquer espectador, os que precisaram examinar o original, em busca de pormenores talvez informativos, esperavam que fosse. O que encontraram foi uma cena também original, mas em outro sentido.Antes do que viria a ser o flagrante do encontro de intermediários e policiais, o cameraman quis testar seu equipamento. E o fez no toalete do restaurante. Em frente ao espelho. Ótimo, equipamento OK -portanto, com a gravação do próprio cameraman refletido no espelho. A confissão atestada de um participante deliberadamente omitido. E até agora identificado como da equipe da TV Globo ou prestador de serviço à TV Globo.Faz parte das investigações sobre a Satiagraha a descoberta (seu valor é apenas interno na PF) de quem e como vazou, para a reportagem da TV Globo, a ida de policiais à casa de Celso Pitta para prendê-lo. Pelo que ficou então, tratou-se do aproveitamento jornalístico de uma informação policial, o que, em condições normais, não implica desvio ético no jornalismo. É claro que constituiu privilégio à Globo, mas quem o concedeu não foi a própria Globo, foi a Polícia Federal. Incorporar-se a uma ação de polícia, no entanto, seja como repórter, fotógrafo ou o que for, é diferente: é agir como polícia, não pior nem melhor do que o jornalista como função, mas em incompatibilidade com o jornalismo."

7 comentários

Mais uma ilegalidade, portanto, flagrante.
Não bastasse o desfile de arapongas em operação clandestina, com Marcio Seltz admitindo à CPI DOS GRAMPOS.
Aguardemos o relatório da CPI.

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Data venia, Coronel.

Operação Satiagraha
O lixo da PF
Não adianta o ministro da Justiça, Tarso Genro, tentar propagandear números positivos sobre as ações da Polícia Federal, aquele blablablá de que aumentou o número de operações e de prisões. O retrato da PF em 2008 foi galvanizado pela Operação Satiagraha, que investiga o banqueiro Daniel Dantas, e essa imagem não é boa para os policiais.


Na mais importante investigação do ano, num caso que junta eventuais crimes financeiros e lavagem internacional de dinheiro, suspeita de corrupção e tráfico de influência na ante-sala do presidente Lula, a PF fracassou.


O maior sintoma desse fracasso foi a decisão da cúpula da polícia de refazer o inquérito depois de três anos de investigação. Refazer inquérito é coisa de ditadura, de polícia pretoriana. Parece encomenda dos donos do poder para calar desafetos ou evitar que a investigação chegue à ante-sala do presidente.


Culpar o delegado Protógenes Queiroz, como fez a direção da PF, não ajuda a melhorar o estado das coisas. Parece óbvio que delegados não devam ser messiânicos, voluntariosos ou trabalhar com um conceito tão elástico de legalidade que raspa no ilegal. Mas como a PF não sabia que um delegado com essa trinca de predicados tocava a mais delicada investigação do país?


O resultado dessa combinação é um inquérito esquálido em fatos e adiposo em adjetivos. O silêncio do Ministério Público diante de tantos indícios de irregularidades da PF mostra que os fiscais do poder cochilam justamente no momento em que mais se precisa deles.


Dentro da PF, a palavra mais delicada a que se referem ao inquérito de Protógenes é lixo. É conversa corrente entre delegados que boa parte das provas devem ser anuladas pelas instâncias superiores da Justiça por causa das ilegalidades.


A PF das grandes operações é uma das boas novas da República brasileira nos últimos anos (o marketing exagerado e as escorregadas são o preço a pagar por uma polícia mais ativa). Pela primeira vez na história, banqueiros, empresários e juízes foram presos em investigações com um nível de qualidade que não é a regra. Pela primeira vez o país passou a ter policiais que investigam gente de dinheiro com um objetivo que não é a propina.


É essa polícia mais republicana e mais técnica que saiu ferida na Satiagraha. A baixa qualidade da investigação mostra que a PF ainda não tem um padrão de qualidade, só para usar uma imagem cara à Globo. Uma polícia errática, com investigações cuja qualidade varia conforme o titular de plantão, é atalho para a impunidade.


Não adianta depois tentar culpar o Supremo, com a fantasia recorrente de que os ministros protegem poderosos. O que se espera da polícia são investigações de qualidade, não teorias conspiratórias.
* MARIO CESAR CARVALHO é repórter especial da Folha.

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Mas isso não adiantará nada para o Daniel Dantas ou o seu assessor que que foi vítima desse flagrante armado, já que estamos vivendo num regime de excessão.

A excessão é do De Sanctis, por enquanto.

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Coluna CH

30/12/2008 | 00:00
Pensando bem...

...depois de tanta trapalhada, o ex-diretor da Abin, Paulo Lacerda, só poderia mesmo espionar em Portugal.

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Coronel,

Quer dizer que o filmete da suposta tentativa de suborno foi uma Co-produção entre a Central Globo de Arapongagem e Divisão Tabajara da PF ?

Poderiam ao menos ter escalado o Guel Arraes ou o Monjardim para garantir um mínimo de qualidade de imagem e som.

Quanto ao roteiro, nem Dias Gomes daria um jeito !

COP

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Quanto mais mexe mais fede.

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vai sair no = mais você=
kkkkkkk

abraços

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