Medida justa.

Está próximo o fim da farra das MPs, que sempre vem acompanhado de sorrisos irônicos de Lula, que governa sem ter que discutir nada com ninguém. De editorial da Folha, hoje:

O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a tomar uma decisão que poderá romper um dos piores vícios da democracia brasileira -o inconfessável acordo entre Executivo e Legislativo que transformou as medidas provisórias (MPs) num jogo permanente de chantagens e tráfico de influência.O que está em causa é o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) proposta pelo PSDB contra a medida provisória nº 405, de dezembro passado, pela qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu um crédito extraordinário no valor de R$ 5,455 bilhões em favor da Justiça Eleitoral e de diversos órgãos do Executivo.Na Adin, os tucanos argumentam que a MP não atende aos pressupostos constitucionais da urgência e da relevância previstos no artigo 62 da Carta, nem o da imprevisibilidade, requerida pelo artigo 167 para a abertura de créditos extraordinários.Cinco ministros já se manifestaram pela inconstitucionalidade da MP. Basta que mais um vote com o relator -o que é dado como certo- para que o governo sofra uma derrota histórica.Até aqui, o Supremo vinha arquivando todas as ações judiciais contra MPs que tivessem como argumento central a falta de relevância e urgência. O entendimento da corte era que medidas provisórias funcionavam como uma espécie de ato administrativo do Executivo que cabia ao Legislativo chancelar ou recusar. Na discussão dessa preliminar, a maioria dos ministros optou por rever tal interpretação. É justamente esse reposicionamento hermenêutico que traz preocupações ao governo.Pelas regras atuais, uma MP tem força de lei por 60 dias, renováveis por igual período. Precisa ser aprovada dentro desse prazo pelo Congresso para tornar-se perene e não caducar. A partir do 45º dia de tramitação, ela passa a bloquear a pauta da Casa, ou seja, nada pode ser votado antes dela.O problema é que, como o Planalto praticamente governa por MPs, a pauta do Legislativo fica inteiramente a reboque do Executivo, o que prejudica o debate parlamentar e atenta contra a repartição dos Poderes.O que o Supremo Tribunal Federal faz ao abrir a perspectiva de que a relevância e a urgência de cada MP sejam avaliadas pela corte é introduzir uma nova -e salutar- incerteza nos cálculos do governo. Para aprovar seus projetos, o Planalto já não pode contar que bastará baixar a MP e cooptar os parlamentares necessários para a sua aprovação.A mudança de atitude do STF oferece uma excelente ocasião para que Executivo e Legislativo negociem novas regras para a tramitação de MPs. É preciso fazer com que vigore de fato a noção, já inscrita no texto constitucional, de que se trata de instrumento emergencial -e não de legislação comum, como tem sido.Ganharia a democracia brasileira, cujo Legislativo se tornaria mais forte e, por conseqüência, mais responsável.

6 comentários

Curvo-me diante do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL da Republica Federativa do Brasil.
Parabéns aos Ministros por agirem em defesa da ordem.

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Alô Boss.
Vamos acabar com MP.Se é para trancar que se tranque tudo.
quanto ao investment grade!!??,uma boa análise de Sebastião Nery:
INVESTMENT GRADE

Eles só falam nisso, em “investment grade” (grau de investimento):

- “A agencia de risco Standard and Poors promoveu o Brasil à condição de investment grade”. O que é que significa isso?

Lula traduziu e comemorou com mais uma de suas baboseiras de senzala :

- “Isso quer dizer que agora somos um pais serio,merecemos respeito”

Prefiro a tradução do Merval Pereira, no “Globo” :

- “A decisão leva em conta apenas se um pais tem condições de pagar suas dividas... Foi anunciado que pela primeira vez fechamos o trimestre das contas publicas com superávit nominal, isto é, em condições de pagar o total dos juros. As agencias de risco, assim como os agentes financeiros, não analisam a qualidade das contas publicas, mas apenas o resultado final. Por isso não se importam se o superávit, primário ou nominal, é conseguido através de uma carga tributaria escorchante”...

MIÇANGA

Varios bancos norteamericanos quebraram e foram socorridos com bilhões do FED (Banco Central dos EUA). Muitos têm suas agencias de risco, para alimentarem a especulação financeira. Se não têm competência para preverem os riscos deles, como terão para preverem os dos outros?

Eles estão assim eufóricos porque o governo Lula está se revelando mais realista do que o rei. O FMI (Fundo Monetário Internacional) fixou em 3,85% do PIB o superávit primario que o Brasil tem de manter, para pagar os juros dos banqueiros. Pois, nos três primeiros meses deste ano, o superávit primário passou de 6%. E assim virou “superávit nominal”.

E por isso o Brasil ganhou a miçanga do “investment grade”.

abraços

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Coronel

"Ganharia a democracia brasileira, cujo Legislativo se tornaria mais forte e, por conseqüência, mais responsável."

Quem???

Uuauahuauahuas...kkkkkkkkk...

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Dr Evil tem que concordar com o Filoxera.

Se o congresso fosse serio, seria mesmo muito bom. Mas com este congressinho, a unica coisa que vai aumentar e o poder de barganha. Mais cargos. Mais dinheiro publico sendo jogado fora.

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Já nem sei mais o que comentar nesse nosso País...dediquei 40 anos de minha vida à Pátria. Hoje fico vendo a maneira que nossas Forças Armadas são tratadas...Reajuste? Onde?...mas fazer o que não é?..engolir. Quero saber dos companheiros, se o Lula, já mandou para o Congresso...Será por MP ou Decreto?...Quando será que veremos o minguado aumento em nosso contra-cheque? Se ficarmos quietos...lá por 2010...
Sou Eleodoro Vasques, Campo Grande/MS

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Esperemos então que mais um Minsitro vota pela inconstituicionalidade para ficarmos livres do cincismo do molusco.DJ

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