A janela para trocas partidárias – aberta no dia de 18 deste mês e que vai até 18 de março – transformou o Congresso num “feirão” para a filiação de deputados e senadores. As ofertas são das mais diversas: cargos, controle de diretórios regionais e até dinheiro.
“Tem dirigente de partido com promessa de pagar até R$ 2 milhões para ter um deputado”, afirmou Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade (SD). “Se eu meu partido perder deputado, vou dizer quem é”, completou Paulinho.
Conforme apurou o Estado, as legendas que têm apresentado
ofertas mais agressivas são o PP, o PSD e o PR. Condenado no mensalão e
cumprindo pena em regime semiaberto, o ex-deputado Valdemar Costa Neto
(PR) tem recebido parlamentares no seu escritório em Brasília. “Eu
estive com o Valdemar, mas ainda não decidi o que farei. Tenho ofertas
da Rede e do PP também”, disse o deputado Ricardo Izar (PSD-SP).
O principal objetivo de Izar é controlar diretórios em cidades em que pretende pedir votos para se reeleger em 2018.
O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI),
tem se envolvido diretamente nas discussões. Na semana passada, ofereceu
cargos na estrutura da liderança da Câmara para deputados de outras
siglas migrarem para o PP.
Um dos assediados foi o deputado José Mainha (PI), que
ainda não decidiu se troca o Solidariedade pelo PP. Em entrevista ao
Estado, Ciro Nogueira admitiu que a oferta de cargos em liderança
ocorre, mas não é o principal atrativo.
“Não vou negar que todo deputado que entra no partido acaba
tendo cargos em liderança. Isso ocorre em todos os partidos”, afirmou
Ciro. “Mas isso não é decisivo. O que tem sido determinante é o controle
do partido no seu Estado de origem.”
Por meio de sua assessoria de imprensa, o ex-deputado
Valdemar Costa Neto disse que nunca deixou de se encontrar com
políticos. Ele negou, porém, agir para atrair deputados para a legenda
durante o período de janela partidária.
Emenda. No último dia 18, o Congresso promulgou uma emenda
constitucional autorizando, por um mês, a troca de partido por políticos
eleitos para cargos proporcionais durante o exercício dos mandatos
(vereadores, deputados estaduais e federais).
Em 2007, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia decidido
proibir a troca de sigla durante o mandato, a fim de garantir a
legislação que impõe a fidelidade partidária. Há a expectativa de que
até 10% dos 513 deputados troquem de partido.
Outra alternativa para a troca de partido é o ingresso numa
sigla recém-fundada. Recentemente, um grupo de 19 deputados ingressou
no PMB (Partido da Mulher Brasileira). Agora, com a janela partidária,
grande parte deles deve deixar a sigla.
Até mesmo o primeiro líder do PMB vai deixar o partido.
Domingos Neto (CE), que já havia sido líder do PROS, pretende se
transferir para o PSD, presidido pelo ministro Gilberto Kassab
(Cidades). (Estadão)
3 comentários
É uma cambada mesmo!
ReplyFora dilma
ReplyPodemos aproveitar a janela aberta e defenestrar os corruPTos,como fizeram na Itália.
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