(O Globo) O Congresso poderá furar a fila e pôr em votação as contas de 2014 
da presidente Dilma Rousseff antes de apreciar as prestações de contas 
de anos anteriores. A informação foi transmitida ontem pelos presidentes
 do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha 
(PMDB-RJ), ao ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União 
(TCU). Augusto Nardes é o relator do processo no tribunal.
Um dia depois de receber a defesa da presidente para os 13 indícios 
de irregularidades detectados pelo TCU, Nardes procurou Renan e Cunha 
para consultar sobre a possibilidade de o parecer do tribunal sobre as 
contas de 2014 ser votado com prioridade, antes dos demais. Os dois 
presidentes responderam que isso será possível. O TCU deve julgar as 
contas de Dilma na segunda quinzena de agosto para, então, encaminhar 
seu parecer ao Congresso.
ANÁLISE COMEÇARÁ PELO SENADO
Nardes
 foi de manhã à residência oficial do presidente do Senado, onde também 
estava o ex-senador José Sarney (PMDB-AP). Ouviu de Renan que o início 
da análise das contas de 2014 da presidente caberá ao Senado. Existe uma
 alternância entre Câmara e Senado, e a vez, segundo Renan, é dos 
senadores. O GLOBO apurou que o presidente do Senado também prometeu 
divulgar um calendário de análise das contas de anos anteriores.
Cunha também recebeu Nardes em casa, e admitiu tanto a possibilidade 
de a fila ser furada quanto a necessidade de fazer um calendário de 
votações sobre prestações de contas. Na casa do presidente da Câmara 
estava o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), aliado de Cunha e presidente da 
CPI da Petrobras. 
O Congresso não analisa um parecer do TCU sobre contas de governo 
desde 2002. Estão represadas até prestações do segundo mandato de 
Fernando Henrique Cardoso, dos dois mandatos de Lula e dos três 
primeiros anos de Dilma. Todo ano, o TCU analisa a prestação de contas e
 aprova um parecer em plenário. A decisão mais comum tem sido a 
aprovação as contas com ressalvas.
Pela primeira vez, diante da existência de vários indícios de 
irregularidades, os ministros deram prazo de 30 dias para a presidente 
se explicar. O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, entregou a 
defesa na quarta-feira, último dia do prazo. Ele afirma que as 
“pedaladas fiscais” ocorreram em anos anteriores, desde a década de 
1990, e nunca foram reprovadas pelo TCU. Antes de receber a defesa de 
Dilma, Nardes já havia afirmado que votará pela rejeição das contas de 
2014.
Fontes do Congresso ouvidas pelo GLOBO confirmam que no Regimento 
Interno não há qualquer impedimento para uma prestação de contas ser 
analisada antes das de anos anteriores. A decisão é política. O parecer 
aprovado pelo TCU será enviado à Comissão Mista de Orçamento, que produz
 seu próprio parecer recomendando a aprovação ou a rejeição das contas. 
Um projeto de decreto legislativo é elaborado e encaminhado para votação
 em plenário. As duas Casas precisam julgar as contas.
MERCADANTE PEDIU APRESENTAÇÃO ORAL
Na 
quarta-feira, dia em que a AGU entregou a defesa de Dilma, o ministro da
 Casa Civil, Aloizio Mercadante, telefonou para Nardes e para o 
presidente do TCU, ministro Aroldo Cedraz, e propôs que quatro ministros
 do governo fizessem uma apresentação oral da defesa: Adams, da AGU; 
Nelson Barbosa, do Planejamento; Joaquim Levy, da Fazenda; e Alexandre 
Tombini, presidente do Banco Central.
A ideia era fazer uma reunião com todos os ministros do TCU na 
próxima segunda-feira. Mas houve reação contrária de parte dos ministros
 do TCU e o encontro não chegou a ser marcado. A Casa Civil diz que a 
proposta surgiu no mesmo momento da entrega da defesa, e seria um 
procedimento corriqueiro.
Nardes disse ontem que ainda não estabeleceu prazo para avaliar a 
defesa do governo, e garantiu que não haverá questões políticas 
influenciando na decisão do TCU. — Todos nossos auditores são concursados, independentes. Não temos 
cargos políticos. Não há indicação politica de A, B ou C, como acontece 
em outras cortes do país.
 


 
 
 
 
10 comentários
Saiu na Veja:
Reply"Mercado vê impeachment como saída ‘positiva’
Um relatório divulgado pela consultoria Eurasia no início desta semana passou despercebido - apesar de conter um dado importante. O texto repercutia a última pesquisa CNT/MDA, em que 63% dos entrevistados disseram querer a saída da presidente, e afirmava que o risco de impeachment havia avançado para 30% - o que é considerado alto pelos analistas. O dado curioso revelado pela consultoria é que o comportamento dos investidores com a divulgação desses números foi atípico: em vez de a confusão política assustar, tanto no mercado de dívida quanto o de ações e câmbio reagiram positivamente. "Os dados da pesquisa não eram surpresa, mas o comportamento dos preços de ativos foi revelador: houve uma retomada na Bovespa", escreveram os analistas da Eurasia. "Esse episódio revela uma premissa entre alguns investidores de que um cenário de impeachment seria positivo para o mercado"."
Felipe
Este eh o Congresso Nacional que nós enquanto povo queremos, trabalhando para corresponder aos nossos anseios e expectativas. Um Congresso independente, que faça sua parte, não um Congresso que seja culiado com o governo e contra o pobo.
ReplyÉ uma otima noticia!
ReplyHonestidade e transparência é coisa que essa corja, definitivamente, NÃO TEM! Tudo é espúrio, trapaceiros, enganadores, conspiradores, quadrilheiros, treinados na maracutaia, até para dialogarem escondem a boca, para que ninguém leia as palavras criminosas das negociatas e conluios.
ReplyCEL,
ReplyTirem logo a Dilma e o PT do poder, só assim se restabelecerá a confiança no país, a volta da credibilidade, da confiança e do investimento na produção. Tá na CARA ou será preciso DESENHAR?
Índio Tonto/SP
Além de pedalar, querem patrolar o TCU?
ReplyVão tomar juízo petralhas boquirrotos, Incompetentes e defectível.
Mais uma novela para que cada personagem receba seu "poupudo cachê" e ao final todos viverão felizes para sempre.
ReplyE a continha????
Ah! A continha o povo que pague!!!!!
Cel
ReplyO Brasil só sairá do esgoto se essa criatura cair fora. Qualquer um que saiba construir uma frase é melhor que ela, até o Tiririca.
Esther
Deixa eu ver se intindi!
ReplyO advogado da União, pago com meu dinheiro, vai defender o desgoverno de crimes de resposabilidade fiscal? É beleza!
Ministro do TCU tem parentes empregados com PT e DEM:
Replyhttp://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/07/1660061-familia-de-ministro-do-tcu-tem-cargos-nos-governos-do-pt-e-do-dem.shtml