Citados na delação premiada do dono das construtoras UTC e Constran,
Ricardo Pessoa, o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante estão na mesma ou em pior situação do que Eduardo Cunha. Afinal de contas, Pessoa é tido como o chefão das máfia das empreiteiras, enquanto Júlio Camargo é mais um entre tantos delatores. É por isso que, passadas 24 horas do rompimento de Cunha, o pânico bateu no Planalto, que considera que o país vive uma crise política sem precedentes. Se Cunha sai, devem sair Mercadante e Edinho Silva também, pelo mesmo crime.
Segundo a Folha, o rompimento formal do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
com o governo da presidente Dilma Rousseff levou integrantes do Palácio
do Planalto a considerar o momento atual como o de "uma crise
institucional gravíssima". O termo, usado por ministros ouvidos pela Folha, foi definido
após a confirmação do rompimento –uma reação de Cunha, que culpa o
governo pelo que chama de ação orquestrada da Procuradoria-Geral da
República para que o lobista Julio Camargo dissesse que deu US$ 5
milhões em propina para ele.
Até então, o lobista, investigado na Operação Lava Jato e que virou delator, negava ter passado suborno a Cunha.Após o anúncio oficial do rompimento, na manhã da sexta-feira (17), os
ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Edinho Silva (Comunicação
Social) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) discutiram uma reação ao
posicionamento do peemedebista. A ordem era a de não tensionar ainda mais a relação com o presidente da Câmara, tom adotado em nota divulgada pelo Planalto.
Nos bastidores, o entendimento é de que o Executivo já estava
fragilizado com o ativismo do peemedebista no comando da Câmara, somado
ao desgaste pela crise econômica e às denúncias de corrupção da Operação
Lava Jato, envolvendo petistas, aliados e integrantes do governo.
Assessores presidenciais afirmam que a nova revelação sobre Cunha
"equilibra" o jogo, pois enfraquece o peemedebista no momento em que o
governo enfrenta um inferno astral no Congresso, com derrotas em
projetos considerados cruciais para o Planalto, como a aprovação do
reajuste do salário dos servidores do Judiciário pelo Senado e a redução
da maioridade penal pela Câmara.
Ministros enxergam no enfraquecimento de Cunha a abertura de espaço para
novas lideranças se destacarem no Congresso. E há quem defenda que o
Planalto deveria procurar o PSDB e tentar um acordo para isolar de vez o
peemedebista e desestabilizar seu exército de aliados. Por outro lado, assessores presidenciais dizem que as previsíveis
retaliações de Cunha devem piorar a situação do governo, que já enfrenta
uma crise de credibilidade –a aprovação de Dilma Rousseff está na casa
dos 10%.
O PMDB, partido tanto de Cunha quanto do vice-presidente, Michel Temer, também vê a situação como aguda. Na própria quinta (16), quando vieram à tona os termos do depoimento de
Julio Camargo, Cunha e Temer reuniram-se na Base Aérea de Brasília com
Renan Calheiros (AL), o presidente do Senado, que compõe a trinca de
poderosos do PMDB e que também é citado na Lava Jato.
Houve um consenso: que a governabilidade não será retomada enquanto o
petista José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, que é chefe da
Polícia Federal, estiver no cargo. Cardozo já teve de reafirmar a
independência da PF após a pressão de sua própria legenda; agora
enfrenta o maior partido aliado do governo.
Restará, na avaliação do comando do Planalto, saber qual será a atitude
do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Está nas mãos de Janot
uma eventual denúncia à Justiça contra Cunha e Renan. Isso, na visão do
Planalto, enfraqueceria de forma mais decisiva os antigos aliados que
hoje são adversários abertos do governo. Janot está em campanha para ficar em primeiro na lista tríplice que
Dilma irá analisar, em setembro, para comandar a Procuradoria-Geral. Uma
denúncia contra "peixes graúdos" é vista como um passaporte para a
recondução.
RETALIAÇÃO
A retaliação mais dura que pode vir de Cunha é ele avançar com um
eventual processo de impeachment contra a presidente. Aliados do
peemedebista falam que o "timing" desta decisão será determinado pela
intensidade das manifestações contra Dilma marcadas para 16 de agosto.
Enquanto isso, na sexta, o presidente da Câmara notificou deputados que
têm pedidos de impeachment parados no Congresso para que refizessem os
ofícios para cumprir requisitos legais.Além disso, Cunha acelerou a instalação da CPI do BNDES, que preocupa o governo. Segundo a Folha
apurou, petistas temem que o presidente do banco, Luciano Coutinho,
seja instado a falar sobre supostos pedidos de ajuda a empresários para a
campanha de Dilma em 2014.
10 comentários
Julio Camargo negou a participação de Cunha por 4 vezes e agora vem nessa oportunissima hora dizer que o presidente da Câmara estava envolvido? Horas é obvio que tem mão do governo nisso...o procurador-geral apesar de inúmeras denuncias e evidencias não investiga Dilma(seria um agrado ao governo para ser reconduzido? Acho que sim!)
ReplyNão se pode confiar em nenhuma instituição deste país!
Estou achando que os aloprados do Palácio do Planalto estão repetindo demais o mantra "crise institucional gravíssima". Qual seria a intenção deles ao repetir isso insistentemente. Aí tem!!!
ReplyO lobista Camargo deveria ser preso, por ter mentido a policia Federal,ao ter negado tres vezes que Cunha nao estava envolvido e fazer bonito no Congresso ao dizer que Cunha esta envolvido o mas serio e mentir que Cunha
Replychantagiou sua familia isso e coisa dos cumplices do Lula.
Se tem Cunha tem que ter Mercadante, Edinho, Lula, Dilma e demais corruptos. Até agora só vimos PP e agora o poderoso PMDB na berlinda. Onde estão os petistas que, donos do poder , a caneta e controla tudo com mãos de ferro? Até agora nem os lambaris, Eduardo Costa, Lindenberg e Gleysi, foram incomodados pelo operoso Procurador Geral.
ReplyCom Eduardo Cunha, o Congresso está mais ativo e independente o que desagrada muito o Planalto acostumado com um Legislativo servil, aprovando sem engasgos todo o lixo despejado pelo Executivo. O PT já deu o recado, ou se submetem à vontade de Dilma ou enfrentem a ira seletiva de Rodrigo Janot que só enxerga crimes no lado de cá e se não existir ele inventa, e não se iludam, eles só protegem a si mesmos e se Eduardo Cunha nos ajudar a apear o PT do poder os cinco milhões de propina será contabilizado como lucro.
Bota pra quebrar Eduardo Cunha!
Dá o troco PMDB! Se vocês são sujos eles são sujos e meio!
Santo deus! Que situação!
Anônimo das 08:15
ReplyEles querem que acreditemos nisto. A tal 'crise institucional gravíssima', trata-se apenas de propaganda orquestrada e essa cantilena serve para obter o apoio popular, é prenúncio de golpe, pois crise institucional é quando o estado de direito é agredido e as instituições deixam de responder aos deveres constitucionais e não é isto que está acontecendo, as instituições resistem e não ultrapassaram os limites legais.
Preparam o golpe e precisamos ficar atentos e antecipar cada passo dessa gente para que não nos peguem com as calças na mão.
Não é brincadeira, nem terrorismo, somos governados por uma organização criminosa que deixa a máfia e o PCC no chinelo.
Coronel,
Replyainda bem que o que está escrito é a opinião do Palácio. Não vejo o Cunha enfraquecido e sim, revoltado dom o uso das instituições para acuá-lo. Tirar o Eduardo Cunha da presidência da Câmara é mais difícil que tirar a rainha louca. Com as "competências" que estão cercando a Dilmandioca aliada a "sabedoria" ilimitada da presidAnta, os próximos capítulos desta ópera bufa será muito mais pornográfico.
Cuma? Agora a quadrilha que quebrou o país quer a ajuda do PSDB? Se o partido fizer qualquer tipo de acordo com esse governo, será uma traição ao povo brasileiro! Deixem essas facções criminosas que assaltaram o país se destruírem!
ReplyCoronel,
ReplyÉ o Roberto Jefferson 2. Um canalha que está prestando um serviço ao Brasil.
Flor Lilás
Quando um zé qualquer muda o depoimento é uma coisa, mas um alto empresario do nível de Julio Camargos é bastante suspeito por ter se dedurado, mostrado que não é confiável!
ReplyAlém disso, sabemos que o PT é velho montador de falsos dossiês e calunias contra oposicionistas!
Está fazendo o que acusou Aécio de fazer se fosse eleito!...
Como acreditar nesse caras do PT e Camargos?
Cel
ReplyAi, ai, se o PSDB se juntar ao PT para "salvar" a ANTA em nome da "governabilidade", vou preparar uma roupa preta para ir no enterro do partido. Será suicídio...
Esther