(Folha) Por fornecer nomes e detalhes da participação de políticos e empresários
no escândalo da Petrobras e devolver vários bens e dinheiro à União, o
doleiro Alberto Youssef receberá do Judiciário uma pena máxima de cinco
anos de prisão em regime fechado. Ele tem 47 anos de idade. Os termos dessa troca estão no acordo de delação premiada fechado entre o
doleiro e o Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, documento
já homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki.
Assinado em 24 de setembro passado entre Youssef e sete representantes
do Ministério Público Federal, os detalhes do acordo foram divulgados
nesta quarta-feira (21) por determinação do juiz federal de Curitiba,
Sergio Moro, o responsável pela Operação Lava Jato.
Pelo acordo, Youssef aceitou reverter em benefício da União R$ 1,8
milhão em espécie, além de todos os recursos que possam ser encontrados
em contas pessoais e de suas empresas. Ele também perde um hotel no município de Aparecida (SP), parte de um
hotel em Salvador, seis apartamentos de um hotel em Londrina (PR), um
terço de um hotel em Jaú (SP), um imóvel em Camaçari (BA) e parte de
outro em Lauro de Freitas (BA). Com exceção do último imóvel, avaliado em R$ 5,3 milhões (50% dele foi
devolvido pelo doleiro), não há valores associados às propriedades
listadas no documento judicial.
Youssef também aceitou reverter à União um automóvel Volvo CX60
blindado, ano 2011; um Mercedes Benz CLS 500, ano 2006; e um Tiguan 2.0
blindado, ano 2013/2014. As filhas do doleiro poderão usar os carros blindados no período em que
Youssef estiver preso. Mas logo após o fim do cumprimento da pena, os
veículos deverão ser leiloados em favor da União. O doleiro também conseguiu o apoio judicial para reverter um imóvel no
bairro Vila Nova Conceição, em São Paulo, em benefício de sua ex-mulher.
Segundo o acordo, Youssef passará no máximo cinco anos preso e, no
mínimo, três. Após o cumprimento da pena, seguirá direto para o regime
aberto, "mesmo que sem o preenchimento dos requisitos legais". Mas
poderá perder o benefício caso se comporte em desacordo com a lei. Não é possível saber quanto tempo ele ficaria preso caso não tivesse
feito acordo de delação e fosse condenado pelos crimes em que é acusado.
POLÍTICOS
No documento, o ministro Teori Zavascki escreveu que, "dos documentos
juntados com o pedido [de delação] é possível constatar que,
efetivamente, há elementos indicativos, a partir dos termos do
depoimento de possível envolvimento de várias autoridades detentoras de
prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive de
parlamentares federais".
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Cosa, que
também fez acordo de delação premiada na Lava Jato, estimou que entre 35
a 40 parlamentares tenham sido mencionados em seus depoimentos. Ainda não foi divulgado quantos parlamentares foram mencionados por
Alberto Youssef em sua delação, que corre em segredo de Justiça no
Supremo.
Segundo o acordo de delação, Youssef tinha que entregar os nomes de
todos os outros participantes do esquema, detalhar o máximo possível o
modo de operação dos crimes de que participou e fornecer o maior número
de documentos que comprovem as informações que repassou ao Judiciário.
Nos anos 2000, após ser flagrado no escândalo do Banestado (banco
estadual do Paraná, depois privatizado), o doleiro também assinou um
acordo de delação premiada. Ao voltar a cometer crimes financeiros no caso Petrobras, Youssef havia perdido os benefícios daquele seu primeiro acerto. O novo acordo zera as pendências da primeira delação.
7 comentários
O crime sempre recompensa no Brasil.
ReplyE os hotéis nos Estados Unidos???
ReplyCoincidentemente o velho combatente Comendador Arcanjo, dos velhos tempos de factoring e grande cliente da mesma turma, lançou a moda dos hotéis, como o Crowne Plaza em Orlando ...
Depois teve aquele, hoje chamado investidor, contrabandista de material nuclear para oriente médio que quase comprou o aeroporto de Natal com um grupo de Dubai .
Parece que o negócio malogrou, mas foi um GRUPO ARGENTINO que levou, o que pode significar ,logo de cara, alguma laranjice digna de pesquisa mais profunda.
Principalmente depois desse último suicídio em circunstâncias muito especiais...
Coronel,
Replycomo é bom ser desonesto neste país. Roubar bilhões e, se for pego,fazer delação premiada, pegar no máximo 05 anos que com dois estará solto. Viva a corrupção e os mensaleiros estão aí para comprovar que o crime compensa no Brasil.
Prezado Coronel, acho que merece uma confirmação ou não sobre o regime negociado entre o MP e Yussef. Pelo que andei ouvindo e lendo, parece-me que a pena de 5 anos será cumprida, diretamente, em regime aberto e sem passar pelo semiaberto.
ReplyParece que a dita justiça não atentou para o fato de que em 2003/2004, no auge do BANESTADO E CC-5 , Youssef quando recebia a amante Nelma na carceragem em Curitiba até para passar finais de semana, estava endividado.
ReplyQuando quebrou em razão das CC-5 que operava na tríplice fronteira , ficou devendo 80 OITENTA MILHÕES DE DÓLARES, tanto assim que o então casal de amor e negócios buscou parceiros para o necessário capital de giro para tocar o MENSALÃO- o mal investigado mensalão.
Como não honrou nem meio dia o acordo de delação premiada (premiadíssima,ja que com delinquência ininterrupta), tem essa dívida com a dita justiça, a ser cobrada antes do prêmio que ora recebe.
Ou me engano ?
A contabilidade só fecha se computados os 80 das dívidas que saldou transgredindo o acordo e gerindo o Mensalão, vocês não acham? Desde os tempos em que detonou os colegas doleiros para abocanhar com
exclusividade para sua própria quadrilha o Mensalão, que o mercado sabe disso, inclusive já constou de delação do Toninho Barcelona, o Claramunt.
Todos os desafetos concorrentes dele e da Nelma em São Paulo quebraram para dar espaço exclusivo aos doleiros oficiais dos governantes e da parte comprada do Congresso.
E o dinheiro que se encontra fora do país, está fora do acrodo de devolução ?
E os investimentos (não só dele) em Vegas e Miami ?
Já começo a desconfiar que o deixaram bem à vontade para a delação , para o pegarem mais forte pela mentira.
ReplyAfinal é useiro e vezeiro en enganar a justiça, como fez no caso Banestado por estar em plena atividade do mensalão quando firmou o acordo em 2004 , previamente desonrado...
O juiz era o mesmo e duvido que queira pagar de idiota duas vezes, pois sua seriedade não permitiria.
Que moleza...
ReplyNo Brasilzão dos socialistas o crime compensa!!!