Barbosa e Levy, um corta e o outro congela.
Para reequilibrar as contas públicas e resgatar a credibilidade da
política fiscal, a futura equipe econômica deverá passar um pente fino
nas principais despesas da União e já estuda medidas para recompor as
receitas. Com essa estratégia, o ministro indicado da Fazenda, Joaquim
Levy, espera fazer um superávit primário (economia para o pagamento de
juros da dívida pública) capaz de reduzir a dívida bruta que, para ele, é
algo que eleva o prêmio de risco no Brasil e afugenta investimentos
importantes para retomada do crescimento brasileiro.
Em debate recente
em São Paulo, Levy — que ainda não era cogitado para o comando da
Fazenda — defendeu a redução da dívida bruta para um patamar abaixo de
50% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no
país) nos próximos anos como forma de dar um rumo claro à política
fiscal e reduzir o prêmio de risco do país.
As propostas em discussão nos gabinetes da transição são reduzir
gastos com pessoal e custeio ao longo do tempo e estabilizar os
desembolsos com programas de transferência de renda. Já o reforço para
os cofres públicos pode vir da retomada da cobrança da Cide, tributo que
incide sobre os combustíveis; da recomposição de alíquotas que foram
reduzidas nos últimos anos, além da elevação do PIS/Cofins para produtos
importados e de mudanças na tributação de cosméticos, entre outras
medidas.
NA MESA DE BARBOSA, OS ‘12 TRABALHOS FISCAIS’
Para o futuro ministro da Fazenda, é importante abordar a questão
fiscal pelo lado da dívida bruta e não da dívida líquida, pois isso tem
potencial de melhorar o rating do Brasil junto às agências de
classificação de risco. Levy acredita que essa abordagem teria condições
de levar o Brasil para a nota A (entre as mais altas para as economias
que possuem o grau de investimento), facilitando uma transição mais
rápida e duradoura para a redução das taxas de juros e para o
crescimento.
Os primeiros sinais dessa nova estratégia foram dados na semana
passada por Levy e pelo futuro ministro do Planejamento, Nelson Barbosa,
logo após serem confirmados para a equipe econômica. Levy anunciou, por
exemplo, que o governo vai passar a mirar numa meta de superávit
primário suficiente para primeiro estabilizar e depois reduzir o
endividamento bruto da União. Para isso, um dos passos que precisam ser
dados é a redução dos aportes do Tesouro no BNDES. A meta fiscal será de
1,2% do PIB em 2015 e de 2% em 2016 e 2017.
Nos últimos quatro anos, foram injetados mais de R$ 300 bilhões no
banco de fomento com o objetivo de incentivar o investimento no país e
turbinar a economia. No entanto, essa política pesou sobre o Tesouro,
que precisou emitir títulos para reforçar a instituição, o que ajudou a
elevar a dívida bruta, um dos indicadores de solvência mais observados
pelo mercado financeiro e agências internacionais. O resultado disso é
que a dívida bruta brasileira é uma das mais altas entre as economias
emergentes e bateu em 61,7% do PIB.
Os futuros ministros também discutem uma agenda para aumentar a
eficiência da área tributária. Sobre a mesa está, por exemplo, a
retomada da reforma do PIS/Cofins, preparada pelo próprio Nelson Barbosa
quando ocupava a secretaria-executiva da Fazenda. Além disso, a ideia
da futura equipe é aprovar o quanto antes a reforma do ICMS no Congresso
Nacional.
Assim como Levy, Barbosa também já expôs publicamente sua visão sobre
a necessidade de alterações na política fiscal. Para ele, existem “12
trabalhos fiscais” que precisam ser feitos. Eles vão desde a redução das
despesas até a aprovação da reforma do PIS/Cofins e do ICMS, passando
pelo aumento dos investimentos públicos em transporte urbano e inclusão
digital.
Mas o desafio de atingir um resultado primário mais forte a partir de
2015 não será tão fácil, considerando o quadro fiscal de 2014. Entre
janeiro e outubro, o setor público consolidado registrou um déficit
primário de nada menos que R$ 11,6 bilhões. O resultado é tão ruim que a
atual equipe econômica tenta aprovar no Congresso uma alteração da Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 para realizar um primário
menor. O compromisso dos técnicos é terminar o ano com um superávit
primário de R$ 10,1 bilhões. Isso, no entanto, só deve ocorrer se não
houver frustrações de receitas e se não surgirem novas despesas
inesperadas. (O Globo)
11 comentários
Quanto ao BNDES....
ReplyBNDES BANCOU OBRA DE AEROPORTO US$ 144 MILHÕES DE DÓLARES EM MOÇAMBIQUE CONSTRUÍDO PELA ODEBRECHT. SEM LICITAÇÃO
(...)
A Odebrecht ganhou a obra em Moçambique sem licitação. O BNDES entrega o dinheiro diretamente à empresa e não ao país financiado
http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2014/12/bndes-bancou-obra-de-aeroporto-us-144.html
Detalhe: Inauguração será no dia 13, número do PT!
Chris/SP
Sobre redução dos gastos com o cartão corporativo da Dilma, sobre os investimentos em Cuba, Uruguai, Nigéria, Venezuela, etc.., fim da corrupção, nada, né.
ReplyEsses dois são mais Collor e não tucanos como a imprensa anda escrevendo.
Sobre redução dos gastos com o cartão corporativo da Dilma, sobre os investimentos em Cuba, Uruguai, Nigéria, Venezuela, etc.., fim da corrupção, nada, né.
ReplyEsses dois são mais Collor e não tucanos como a imprensa anda escrevendo.
DIMINUAM O NÚMERO DE MINISTÉRIOS, SEUS BOSTAS!!!!!!!!
ReplyTudo, menos tocar no bolsa-voto. Acho até que deveriam reduzir os salários dos funcionários e dar um aumento de 100% na bolsa-voto. Afinal, graças aos 10 milhões de votos de cabresto que Dilma foi reeleita.
ReplyNoticia sensacional! Ferro nos que votaram na anta, ne' seus burros!Acharam que o Aecio `daszelite` que ia tomar essa medidas, ``ne'``?!
ReplyVotou na Anta? Tomo!!!!!
ReplyVem muito arrocho por aí. Dilma e o Pt quebraram o Brasil, não só am Petrobrás. Mal administrado, tivemos todo o segundo governo Lula e o primeiro Dilma com números horríveis. Ela pegou a herança maldita de Lula e piorou tudo. E agora, eleitores do desastre?
ReplyQue bom; a grande bomba destruidora vai cair no colo dela.
ReplyDiminuir a roubalheira e os impostos nada né? O povo q se f.....
ReplyInvestir em Paises de ditadura com dinheiro dos nossos impostos é absurdo!!! Fora já!!!
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