Neste final de mandato, Dilma vai concluir apenas duas obras do PAC. O resto é falta de projeto, atraso e superfaturamento.

Transposição do Rio São Francisco deveria ficar pronta em dezembro de 2010. Quatro anos depois, está praticamente abandonada.

Os compromissos do governo para este último trimestre de mandato deveriam incluir a inauguração de 11 obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Essa foi a meta estabelecida pela presidente Dilma Rousseff no início de 2011, quando assumiu o governo e apresentou seu primeiro balanço do PAC.

Quase quatro anos depois, apenas dois empreendimentos previstos para ser concluídos entre outubro e dezembro de 2014 terão, de fato, obras entregues dentro do prazo: as hidrelétricas Santo Antônio do Jari e Ferreira Gomes, ambas construídas no Amapá. A primeira iniciou suas operações neste mês e a segunda deve ligar suas turbinas até dezembro.

Entre as nove obras que tiveram suas conclusões adiadas estão alguns dos mais caros e emblemáticos projetos do governo, como a transposição do rio São Francisco e a refinaria Abreu e Lima, da Petrobrás, em construção em Pernambuco. Esses empreendimentos já sofriam, na realidade, com frustrações de prazos acumuladas durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Custos. Além do atraso, o estouro nos prazos dos cronogramas veio acompanhada de um aumento de 46% nos custos. As 11 obras, que no início de 2011 somavam investimentos de R$ 37,6 bilhões, chegam agora a R$ 54,9 bilhões - um gasto adicional de R$ 17,3 bilhões. 

Os projetos de saneamento básico tocados na região Nordeste do País lideram a lista dos empreendimentos problemáticos. O eixo leste da transposição do São Francisco, canal de 220 km que corta a região de Pernambuco e Paraíba, teve as suas obras iniciadas em 2007. Lula pretendia inaugurá-lo no último semestre do seu governo, em 2010. Mas foi obrigado a deixar a missão para Dilma. Quando assumiu o governo, a presidente reprogramou a data para 19 de dezembro deste ano. Agora, a previsão mais otimista para o São Francisco é verter água no agreste pernambucano em 31 de dezembro de 2015. 

Rescisões. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão argumenta que o projeto foi alvo de rescisões e renegociações de contratos, o que exigiu a realização de novas licitações para tocar a construção. "No segundo semestre de 2013, o Ministério da Integração Nacional concluiu os procedimentos licitatórios para a contratação dos saldos remanescentes de obra. Com isto, garantiu a mobilização de mão de obra e equipamentos para execução da totalidade do eixo leste. Atualmente, todos os eixos estão em obras e em ritmo normal, com 65,3% realizados", informou. 

Outros dois projetos ligados às bacias do São Francisco e do Parnaíba enfrentam dificuldades. As obras de esgotamento sanitário das bacias de ambos os rios, ações que se espalham por sete Estados do Nordeste, deveriam ser concluídas neste mês, mas acabaram prorrogadas para o fim de 2015. O mesmo destino foi dado para as ações de recuperação de solo e controle de processos erosivos nos dois rios, além das obras da adutora do Agreste, em Pernambuco, e da Vertente Litorânea (PB), sistema adutor de 94,8 km em construção na Paraíba. 

Custo. Na área de transporte, o arco rodoviário do Rio de Janeiro (RJ), que estava orçado em R$ 400 milhões, em 2011, e estaria pronto neste fim de ano, viu seu custo saltar para R$ 1,083 bilhão no balanço mais recente do PAC, divulgado em junho. A entrega da obra ficou para o réveillon de 2016.Na área de transporte, a BR-101, em um trecho de 199 km que envolve o contorno de Recife (PE), de 41 km de extensão, também corre atrás do prejuízo. Uma nova licitação para tocar a obra foi realizada, após determinações feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU). 

No setor elétrico, a hidrelétrica de Colíder, em construção no rio Teles Pires, em Mato Grosso, tinha previsão de ligar sua primeira turbina na última semana deste ano, mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já esticou o cronograma para dezembro de 2015. (Estadão)

7 comentários

uia, nao custa Aecio perguntar onde esta aquela prateleira de projetos que o cascateiro oficial do petismo disse que iria deixar para a sua sucessora?

caiu a prateleira?

ou a companheirada roubou os projetos que la estavam tambem?

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CORONEL

Numa dessas últimas peças de propaganda da Dilmaranha, tiveram a cara-de-pau de apresentar a transposição como obra realizada , apreciada e comentada pela dupla de bandoleiros Lampião & Maria Bonita versão 2014.Pode um cinismo desse calibre?

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Eu faria por 1 décimo do valor, sem não sair por bem menos, pois não calculei. Se bobear chegue a 1/100, e ainda resolveria todo o problema de água no Brasil, mas...Isto aqui é um país de incompetentes, com suas exceções, claro.

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'Brasil de hoje... Cuba de amanhã'

'Vem aí a Republica Bolivariana do Brascuba'

'PAC= Programa de Aceleração do Comunismo'

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Obra de petralha ou é coisa porca,
ou coisa roubada ou as duas.
Aquele canal nem cimento tem, a
hora que for botar água desbarranca de cabo a rabo, até
brejo já nasceu no meio do "concreto petralha".

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Coronel, são fotos como essa que devem ser mostradas na campanha, incluindo aí o trem bala, etc. Junta-se a essas obras inacabadas pela mãe do PAC, as corrupções e roubalheira na petrobrás. O povo que não gosta de ouvir blá blá, blá, fica mais ativo quando lhe são mostradas imagens e fotos

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O canal é igual a casa minha vida,
é como a casa dos tres porquinhos,
chega o lobão, dá um assoprão e lá se foi a casinha, feita com
um cheirinho de cimento, areia
e cuspe., qualquer coisa se desmancha, como o canal.
Aliás, o planalto é a caixa d'água do Brasil.Se captasse água dos pontos mais altos dos rios do planalto a água talvez pudesse ir por declive, sem bomba alguma,
só usando escavadeiras para criar novos cursos d'água. Mais não,
captaram água do S. Francisco já perto de seu final e na planicie,
onde para transportar a água tiveram que erguer a água com
bombas de tamanho cavalar, para
aumentar a "taxa de sucesso".
Se fosse por gravidade simplesmente ligaria os cursos d'água menores dos pontos mais elevados a cursos d'água maiores situados em pontos mais baixos e
assim sucessivamente, sem os túneis mirabolantes para passagem da água e sem as bombas, que ninguém vai querer pagar a conta da luz monstruosa que vai dar,
sem falar que são vários bombeamentos para erguer água no mesmo canal.
SAIDA-fazer um atalho de terra de cursos dágua de cima que joguem água em vários pontos do canal,
por gravidade. Isso é para o PT?
Claro que não, vai ficar para o próximo governo, com os recursos computacionais de hoje é só dar
um coice numa macega que chove de engenheiro agrícola que faz o traçado dos canais sem sair de casa, pelo computador e em curvas de nível para a movimentação da água.


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