Técnicos do Tribunal Superior Eleitoral recomendaram pela
segunda vez aos ministros da corte que desaprovem as contas do PT
relativas ao ano de 2008. Após terem analisado esclarecimentos
complementares prestados pela legenda, os técnicos concluíram em parecer
liberado na semana passada que permanecem irregularidades na aplicação
do Fundo Partidário.
Entre elas, foi detectada a "ausência de documentos relacionados a
despesas pagas com recursos do Fundo Partidário" e a existência de
"recursos cujas origens não foram comprovadas". Os
técnicos também consideraram irregular o uso de R$ 320 mil para pagar o
empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Conforme os auditores, a
despesa não foi comprovada pelo partido. O empresário está preso desde
novembro do ano passado, cumprindo a maior pena fixada pelo Supremo
Tribunal Federal para os condenados por envolvimento com o mensalão: 37
anos, 5 meses e 6 dias.
Julgamento. Relator
do processo de prestação de contas do PT relativas ao ano de 2008, o
ministro Henrique Neves pretende colocá-lo rapidamente em julgamento. No
entanto, antes de julgar o caso no plenário do TSE, ele vai aguardar
uma opinião da Procuradoria-Geral Eleitoral.
Num despacho
assinado na semana passada, mas ainda não publicado, Neves pediu à
Procuradoria que emita um parecer sobre a prestação de contas do PT. Ele
ressaltou que a Assessoria de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa)
do tribunal emitiu o novo documento "mantendo a sugestão de desaprovação
das contas da agremiação".
Na primeira avaliação das
contas, no início do ano, os técnicos do TSE levantaram as supostas
irregularidades na prestação de contas e tinham recomendado a rejeição.
Um prazo foi aberto para que o partido se manifestasse sobre a
conclusão. No entanto, conforme a equipe técnica, apesar da documentação
complementar apresentada, as irregularidades persistem.
Pela
legislação eleitoral brasileira, os partidos políticos devem usar os
recursos do fundo para, entre outros objetivos, manter as sedes e
serviços da agremiação. Quando as contas são desaprovadas, a sigla pode
ser punida com a perda dos recursos do Fundo Partidário e devolução do
dinheiro.
O fundo é distribuído aos partidos políticos
registrados no TSE e com prestação de contas regular perante a Justiça
Eleitoral. Ele é formado por recursos provenientes de multas e outras
penas pecuniárias, doações e dotações orçamentárias da União. Do total
do fundo, 5% são divididos em partes iguais para todas as siglas
registradas. E 95% são distribuídos às agremiações na proporção dos
votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados. No primeiro
semestre deste ano o PT recebeu R$ 25 milhões do fundo.
Recentemente, o Estado
publicou reportagens mostrando que os diretórios nacionais do PT, do PR
e do PP contrataram com recursos provenientes do fundo os mesmos
escritórios de advocacia que representavam condenados por envolvimento
com o esquema do mensalão. Na época, o presidente do TSE, José Antonio Dias Toffoli, defendeu uma investigação sobre o uso do dinheiro do fundo.
Diretório nacional.
Procurado ontem, o PT não se manifestou sobre a nova recomendação dos
técnicos do TSE. A reportagem telefonou para o escritório da advogada
Stella Bruna, encarregada de acompanhar o processo de prestação de
contas. Mas, de acordo com um funcionário, ninguém do escritório falaria
sobre o processo. Ele disse que somente o diretório nacional do PT
poderia comentar o assunto.
A reportagem telefonou para o
diretório e conversou com funcionários da assessoria de imprensa. Eles
pediram que fosse enviado um e-mail descrevendo a demanda. Até a
conclusão desta edição, a legenda não havia comentado o parecer dos
técnicos do TSE.(Estadão)
5 comentários
la vem pressão das grandes em cima do tribunal...
ReplyO método da anticontabilidade de delúbio soares continua em vigor.
ReplySó espero que o TSE não dê uma de TCU e inocente os culpados.
ReplyBorras! Após 6 anos?Isso só alcança senador, Ai esse bananal vai seguir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso jabuticabal.
Reply2008? 2008????? Fala sério!
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