Diretor teve carta branca de R$ 6,5 bilhões para criar rede de corrupção que está destruindo a Petrobras.

Por quase três anos, a Petrobras deu carta branca para que o ex-diretor da área de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, negociasse como bem entendesse a contratação de novos fornecedores e a celebração de aditivos para as obras da refinaria Abreu e Lima. Paulo Roberto tomava decisões sem ter que passar pelo conselho de administração ou mesmo pela diretoria colegiada da Petrobras. 

Essa liberdade, apurou o Valor (Jornal Valor Econômico), significou a aprovação de mais de R$ 6,5 bilhões em contratos e aditivos para a refinaria, uma cifra bilionária que, efetivamente, não foi alvo de avaliação prévia da diretoria da própria Petrobras.

Os gastos de Abreu e Lima constam das centenas de transações registradas nas 123 atas do conselho de administração da refinaria, as quais o Valor teve acesso. O conselho da refinaria funcionou entre março de 2008 e dezembro de 2013. A Petrobras havia constituído uma operação separada da estatal para cuidar especificamente de Abreu e Lima, porque tinha a expectativa de que a venezuelana PDVSA viesse a fazer parte de uma futura sociedade no empreendimento, o que acabou não se concretizando. De concreto mesmo, o que se sucedeu foi uma sequência de operações capitaneadas pelo conselho de administração da refinaria.

Esse conselho reinou absoluto entre março de 2008 e dezembro de 2013, quando finalmente a Petrobras desistiu de ver cumprida a promessa feita pelo ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez e decidiu absorver de vez 100% da refinaria às suas operações. Neste meio tempo, foram assinados mais de 150 aditivos pelo então presidente do conselho Paulo Roberto Costa e por seu sucessor no posto, José Carlos Cosenza. Então gerente-executivo de refino da Petrobras, Cosenza já era membro do conselho desde junho de 2008.

Esses aditivos somaram mais de R$ 4,1 bilhões. A maioria deles está vinculada a contratos firmados originalmente pela própria Petrobras, ou seja, antes da constituição do conselho de Abreu e Lima. Além dos aditivos, vieram os novos contratos assinados com empreiteiras, prestadores de serviços e fornecedores de equipamentos, um conjunto de novas contratações que ultrapassa a marca de R$ 2,5 bilhões.

Paulo Roberto Costa, que estava preso desde março no âmbito da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, foi liberado há três dias, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki.

O distanciamento que a alta cúpula da Petrobras mantinha das decisões tomadas pelo conselho da refinaria ficou claro ontem após as declarações dadas pelo ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras do Senado. Gabrielli minimizou o fato de o conselho de Abreu e Lima ter assinado mais de 150 termos aditivos. "Não é tanto aditivo. Sabe quantos contratos tem a refinaria Abreu e Lima? 260 contratos. Não sei quando aditivos têm por contrato", disse Gabrielli.

Presidente da Petrobras entre 2005 e 2011, Gabrielli justificou o cheque em branco que a estatal entregava ao conselho. "A refinaria funcionava como uma empresa subsidiária da Petrobras. "Ela é que tinha a competência de tomar essas decisões. Da mesma forma que a BR Distribuidora toma decisões, sem a diretoria da Petrobras tomar conhecimento", comentou. "A diretoria e o conselho da Petrobras acompanham os resultados finais. É uma refinaria que tinha decisões no âmbito na Rnest (Abreu e Lima), e que não chegava à diretoria da Petrobras."

Na lista de aditivos que a estatal não analisou estão decisões de peso, como a tomada em outubro de 2012, quando o Consórcio Ipojuca (Queiroz Galvão e Iesa Óleo e Gás) viu seu contrato saltar para R$ 3,218 bilhões, após obter aditivo de R$ 385,177 milhões. Em setembro do ano passado, foi a vez do Consórcio Rnest (Odebrecht e OAS) ser atendido em aditivo de R$ 332,660 milhões, ampliando seu contrato para R$ 3,650 bilhões.

A relação de novos contratos assinados pelo conselho também inclui transações de grande porte, como, por exemplo, o contrato firmado em dezembro de 2010 entre Abreu e Lima e o Consórcio Alusa CBM (Alusa Engenharia e Construtora Barbosa Mello), no valor de R$ 651,760 milhões. A Petrobras foi questionada sobre mudanças no acompanhamento de aditivos e contratos da refinaria, bem como sobre seus responsáveis. A estatal informou que não vai comentar o assunto. (Valor Econômico)

15 comentários

Esse diretor costa quente da Petrobrás prova que bandido que tem comparsa dentro do STF não fica preso.

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Amor! Beijo e Tatá apertado.

http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/mario-sergio-cortella/MARIO-SERGIO-CORTELLA.htm


http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/bel-pesce/2014/05/21/ESTEJA-SEMPRE-PREPARADO-PARA-QUANDO-O-SEU-APOIO-SUMIR.htm

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Sem dúvidas alguma este sr. é um arquivo vivo. Hoje li uma carta de um leitor em jornal, que faz muito sentido. Na prisão ele tinha total proteção, na rua pode ser uma nova vítima de um atentado misterioso. Vamos aguardar.

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Eu li e ouvi muitas explicações sobre o caso feitas por juristas das mais variadas colorações, mas sempre fica uma pergunta: Sr. Teori o que o Paulo Roberto Costa tem de diferente das demais pessoas que o sr. manteve presas? Ele não é deputado, não tem prerrogativa de STF, nem nada. Desculpe a pergunta seria porque ele é petista e 'peixinho' do Lula e da Dilma? Se for isto o sr. está no lugar errado.

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Senhores, tirando alguns ministros decentes ( tipo Joaquim Barbosa) dentro do STF e que estão ficando em minoria, a suprema corte está comprado sim pelos comunistas petistas. Foi completamente aparelhado pelos vermelhixos então não esperem grandes coisas dessa turma não.

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Coronel,

Agora elle queima o resto das provas que a PF não achou!!

JulioK

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Sr. Paulo Roberto Costa "Daniel", Se cuide com "ACIDENTES".

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6,5 bi... feliz igual a pinto no lixo !

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Coronel,
acredito que a carta estava escrita. E bem escrita.

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Onyx Lorenzoni criticou a decisão do ministro do STF, Teori Zavascki de determinar a soltura dos investigados pela Operação Lava-Jato.

assista:

http://youtu.be/ai2t9sXGzDs

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Do Josias de Souza – http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/

Há oito meses, numa entrevista ao site Conjur, o ministro Teori Zavascki queixou-se da quantidade de ações penais que chegam ao STF. “Esse é o principal problema”, disse ele. “Hoje, qualquer tema criminal chega ao Supremo, seja constitucional ou não.”
O ministro prosseguiu: “O STF dedica um tempo muito grande a questões penais não constitucionais. E isso tem o custo da demora e de travar processos. Sou partidário de que o Supremo, para se viabilizar institucionalmente, tenha sua competência reduzida no futuro.”
Ao enviar a Brasília apenas os trechos da Operação Lava Jato que envolvem deputados, o juiz Sérgio Moro ofereceu ao STF a oportunidade de organizar “sua competência”, cuidando só do que lhe cabe.
Porém, ao ordenar que lhe sejam remetidos todos os inquéritos da operação, Zavascki informa que faz questão de dedicar “um tempo muito grande a questões penais não constitucionais.” Mesmo que ao “custo da demora e de travar processos.” Quer dizer: além de ser uma espécie de loteria de toga, a Justiça também perde o nexo de vez em quando.
Na entrevista de setembro, o ministro Zavascki dizia que, “só de Direito Tributário, temos mais de 120 processos esperando julgamento” no STF. Que Deus nos acuda. O erro, quando é Supremo, exige correção divina.

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e vc aih que rouba galinhas,cuidado p nao apodrecer jogado nas prisoes do Brasil!

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"Não é tanto aditivo", disse elle, crente que ainda dá pra faturar mais uns bilhõezinhos.

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Uma salva de palmas pro ministro Teori Zavascki!!

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Ainda não entendi a finalidade de 3 Poderes ditos independentres no Brasil...alguém pode me explicar para que servem um Legislativo e um Judiciário que são "inDEPENDENTES" do executivo?
Tá mais do que na hora de nos librarmos dos gastos dos tais PODERES

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