Na conclusão dos quatro primeiros
inquéritos da Operação Lava Jato, a Polícia Federal indiciou ontem o ex-diretor
da Petrobras Paulo Roberto Costa (foto) e o doleiro Alberto Youssef pelos crimes de
formação de quadrilha, crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro
e falsidade ideológica.
Youssef e um outro doleiro,
Carlos Habid Chater, também foram indiciados por financiamento ao tráfico de
drogas. Eles são acusados de fazer uma operação para um traficante. Ao todo, a
polícia indiciou 46 investigados pela Operação Lava Jato, desencadeada no dia
17 de março para apurar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca
de R$ 10 bilhões entre 2009 e 2013.
Indiciamento é a figura jurídica
aplicada quando a autoridade policial acredita já ter elementos suficientes
para caracterizar um crime. A própria PF informou que poderão ocorrer novos
indiciamentos a partir dos documentos apreendidos em 105 operações de busca.
Entre os crimes citados estão os de fraude em licitação, corrupção ativa e
passiva e desvio de recursos públicos. Dos 19 presos preventivamente, 15
continuam na prisão --14 em Curitiba e um em São Paulo.
A Polícia Federal também
encaminhou ontem quatro relatórios finais sobre doleiros. Além de Youssef,
foram investigados os seguintes doleiros: Nelma Kodama, Raul Srour e Habib Chater.
Youssef e Paulo Roberto são apontados pela PF como parceiros na tentativa de
comprar por R$ 18 milhões uma empresa do Rio de Janeiro, a EcoGlobal, que
obteve um contrato de R$ 443,8 milhões com a Petrobras. A Justiça considerou o
negócio estranho porque a compra por R$ 18 milhões estava condicionada à
obtenção do contrato com a Petrobras.
Youssef bancou um voo de jatinho
do deputado André Vargas (PT-PR) de Londrina para João Pessoa, viagem que custa
em torno de R$ 110 mil. Na interpretação da polícia, Vargas ajudou Youssef a
conseguir uma parceria pela qual o Ministério da Saúde pagaria R$ 31 milhões
para um laboratório que estava quebrado, chamado de Labogen.
A PF colheu indícios de que
funcionários do Ministério da Saúde ajudaram Vargas e Youssef a se associar com
a EMS, o maior laboratório em faturamento no país (R$ 5,8 milhões em 2012, o
último dado disponível). O Ministério da Saúde cancelou a parceria depois que a
Folha questionou o órgão sobre a parceria. Nenhum valor foi desembolsado --o dinheiro
só seria pago mediante a entrega do medicamento.
OUTRO LADO
O advogado de Youssef, Antônio
Augusto Figueiredo Basto, disse considerar absurdo e abusivo o indiciamento do
seu cliente por financiamento ao tráfico. "Isso nunca existiu. Meu cliente
nunca atuou nesse tipo de mercado".
A Folha não conseguiu localizar
ontem à noite o advogado de Paulo Roberto, mas ele disse em outras ocasiões que
o negócio que o seu cliente tratava com a EcoGlobal era absolutamente lícito e
não foi concretizado. Os advogados dos outros indiciados não foram localizados. (Folha de São Paulo)
1 comentários:
E depois ficam massacrando os que por trinta e cinco anos contribuem com a Previdência Social e conseguem aposentar-se com uma miséria. Com recompensa nos deram o Fator Previdenciário. É FATO, O INSS POR SI SÓ SOBREVIVE. SÓ NÃO CONSEGUE EM FUNÇÃO DOS LARÁPIOS DE PLANTÃO.
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