Diante da dificuldade em encontrar espaço para um corte no Orçamento
que garanta o cumprimento de um superávit primário (economia para o
pagamento de juros da dívida pública) de 2,3% do Produto Interno Bruto
(PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) em 2013, o governo começou
a avaliar mais fortemente a possibilidade de abandonar esse número. Segundo
técnicos da área econômica, embora o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, tenha se comprometido oficialmente com esse resultado, ele pode
acabar não sendo alcançado.
Pelos
cálculos do governo, para se chegar aos 2,3% do PIB hoje, o corte teria
que ficar entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões. O problema é que a
presidente Dilma Rousseff quer preservar investimentos e gastos sociais e
há pouco a se ajustar na área de custeio.Também daria para
cortar emendas parlamentares, que somam R$ 7 bilhões, mas isso pode
causar insatisfação no Congresso. Somado a tudo isso está o fato de que
os cortes ainda teriam um efeito ruim sobre o crescimento da economia,
que deve fechar o ano em 2,5% na melhor das hipóteses.
Assim, o
compromisso fiscal de Mantega só poderia ser alcançado com manobras que
Dilma quer evitar a qualquer custo para não comprometer ainda mais a
credibilidade da política econômica. Para conseguir fechar as contas de
2012, por exemplo, o governo fez uma série de operações pouco usuais,
como sacar R$ 12,5 bilhões do Fundo Soberano e mesmo assim não cumpriu a
meta cheia, de 3,1% do PIB. O superávit primário ficou em 2,38%.
Por
isso, os ministérios do Planejamento e da Casa Civil começaram a
defender que seria melhor para o governo cortar pouco (até R$ 5 bilhões)
ou mesmo nada agora para tentar salvar o crescimento e reconhecer que
fará um superávit primário ainda menor que os 2,3% prometidos, abatendo
mais investimentos e desonerações da meta oficial de 3,1% do PIB. Os
2,3% significam um abatimento de R$ 45,2 bilhões da meta, mas a margem
total prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é de R$ 65,2
bilhões. Se ela for integralmente utilizada, o superávit do ano cairia
para 1,8%.
Segundo os defensores do superávit primário menor, o
próprio mercado já trabalha com um superávit inferior a 2% e, por isso,
admitir que o número será menor este ano não seria um grande problema.
Do outro lado da briga, no entanto, está Mantega, que se comprometeu
pessoalmente com os 2,3%, chegando a dizer que esse resultado seria
obtido “a qualquer custo”. Para ele, mudar novamente a sinalização
poderia ser mais um ruído na comunicação com o mercado.
Os ajustes
no Orçamento precisam ser anunciados até segunda-feira, data limite
para que seja publicado o decreto bimestral com a reestimativa de
receitas e despesas da União. Nele, o governo vai rever para baixo a
taxa de crescimento do PIB. Ela está hoje em 3,5%, mas passará para 3%. ( O Globo)
9 comentários
"O problema é que a presidente Dilma Rousseff quer preservar investimentos e gastos sociais"
Replyvamos ser diretos: nao quer eh perder o eleitorado cativo das bolsas...
sabia que uma hora essa farra dos milhoes em todo tipo de bolsa iria cobrar a conta...
agora quero ver quem tem coragem de diminuir o tal do Bolsa-Familia...
eh o primeiro pais do mundo que se acha que fica mais desenvolvido quando mais miseraveis para colocar no programa...
Coronel,
Replyfecharemos o pibinho com 1%. Sem medidas séria e competentes, a economia tende a piorar e o mercado não perdoa. Delfim Neto que o diga.
A Dona PresidAnta quer manter os gastos sociais para garantir os votos de cabresto lá do Norte/NE.
ReplyAs D. Marias da vida não poderão mais comprar calças jeans para suas meninas de R$ 300,00;
Outras D.Marias não terão mais como depositar "$$$ na poupança dos esposos" lá na Caixa.
Eu proponho uma CPMI das bolsas-cabresto!
Bolsa tem de ser dada a quem realmente precisa para comer e não para um monte de gente desocupada, forte e bem vestida, como apareceram em várias fotos.
Chris/SP
CEL,
ReplyQual é a dívida? O que foi gasto para pagar segue abaixo:
Grupo de Despesa
Totais do Ano 2013 em (R$)
Amortização e Juros da Dívida 21 - Juros sobre a Dívida por Contrato 647.216.398,61
Amortização e Juros da Dívida 23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária 59.383.884.549,65
Amortização e Juros da Dívida 24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária 4.049.800,00
Amortização e Juros da Dívida 22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato 2.891.270,96
Amortização e Juros da Dívida 77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado 524.804.975,15
Amortização e Juros da Dívida 76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado 307.808.970.170,18
Amortização e Juros da Dívida 71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado 1.101.446.692,19
Amortização e Juros da Dívida 72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado 37.127.519.809,60
Portal da Transparência.
Índio Tonto/SP
Coronel,
ReplyEstá faltando mais um tipo
de bolsa,o Bolsa pinga,ô gente pra gostar de uma branquinha.
Tuco-SP.
Chris
ReplyVoce tem razão.
Mas quem vai ter CORAGEM de mexer no bolsa família?
O pior é que nossos impostos estão pagando esta pouca vergonha.
Tree
A bunda do pt deve ser ainda mais feia do que a que os bolivianos viram no avião da FAB.
ReplyChris/SP 19 de julho de 2013 09:57
Replyalém das suas propostas, eu gostaria de um projeto que impedisse os recebedores de bolsa-tudo de votar!!
Flor Lilás
C* DE BÊBADO NÃO TEM DONO !
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