O contundente pronunciamento de Aécio na tribuna do plenário do Senado.


Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, inicialmente, faço, aqui, por dever de justiça, uma referência ao pronunciamento do Presidente desta Casa, o ilustre Senador Renan Calheiros, que me pareceu, em grande parte, adequado, porque apresenta também, em nome do Congresso Nacional, um conjunto de iniciativas que podem, sim, ser tomadas por esta Casa e que podem, eventualmente, em parte, responder a algumas das questões colocadas, hoje, por milhões de brasileiros que ocuparam as ruas de todo o Brasil. Discordo do seu pronunciamento no que diz respeito à possibilidade de termos uma Constituinte exclusiva para tratar de determinado tema, mas deixo para o final do meu pronunciamento as referências a essa proposta da Presidente da República.
 
Começo, ilustre Líder Aloysio Nunes e Líder Alvaro Dias, a dizer que, na última sexta-feira, ouvimos, todos os brasileiros, através de uma convocação de rádio e de televisão, e desta vez registro, uma correta convocação numa cadeia de rádio e televisão, a Presidente da República dizer que gostaria de iniciar um novo diálogo com o País. Aguardamos que os dias se passassem, ouvimos, ontem, mais uma vez, o pronunciamento da Senhora Presidente da República, pelo menos a parte em que ela se pronunciou – lamentavelmente, não ouvimos as manifestações dos convidados da sua reunião, porque essa parte do encontro não foi aberta à imprensa –, mas, na verdade, o que estamos assistindo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é ao mesmo monólogo que vem sendo protagonizado no Brasil há dois anos.

O que ouvi, Srs. Senadores, Senador Clésio, foi o Brasil velho falando para um Brasil novo, que emerge das ruas. O Brasil velho, onde os governantes... E aí não é exclusividade da Senhora Presidente da República; eu apenas a incluo nesse grupo de governantes que tendem sempre a terceirizar as responsabilidades.

Ouvi com atenção a Senhora Presidente da República dizendo que boa parte das dificuldades existia porque os governos anteriores aos do seu partido governavam para apenas um terço da população brasileira, Senador Jayme. Nada mais falso. Foram governos anteriores ao do PT que possibilitaram, por meio da estabilidade econômica, o reencontro de milhões de brasileiros com o consumo.

Dizia, ainda, a Presidente da República, mesmo que de forma subliminar, que não avançou mais porque teve barreiras enormes que não conseguiu ultrapassar. Jamais, Senador Flexa, jamais antes na história deste País, houve alguém ocupando o poder central com tanto apoio – apoio popular, expressado pelas pesquisas eleitorais, e apoio congressual, porque no Senado e na Câmara, cerca de 80% dos Parlamentares apoiam o Governo da Presidente.  CLIQUE EM MAIS INFORMAÇÕES E LEIA NA ÍNTEGRA.
A verdade, Sr. Presidente, eu disse ontem e reitero aqui: eu, como cidadão brasileiro, e creio que muitos outros ficaram frustrados com as propostas da Senhora Presidente da República, até porque é impensável pensar-se num verdadeiro pacto com os brasileiros sem que as oposições sejam convidadas a debatê-lo.

Este não é o País de um grupo político, Presidente Jucá, não é o País de um partido político. Cidadãos e cidadãs brasileiras que ocupam as ruas têm se manifestado, e é natural que a Presidente os ouça por meio de representantes que consiga identificar, mas é essencial que a voz das oposições que representam segmentos expressivos da sociedade brasileira possa também ser ouvida.

Não tendo tido esse privilégio de sermos convocados como oposição a falar à Presidente da República e à nação, como fez, por exemplo, o Presidente Fernando Henrique, na crise de abastecimento de energia, ao convocar as oposições para lhe trazerem as suas contribuições, uso desta tribuna, neste instante, na condição não apenas de Senador, mas de Presidente do maior partido de oposição, para propor aqui algumas questões que dependem exclusivamente da vontade da Senhora Presidente da República e do Governo Federal para que sejam implementadas. Algumas delas, dependendo de um apelo à sua base no Congresso Nacional, mas que, a meu ver, muito mais do que as propostas colocadas em cadeia de rádio e televisão, atenderiam a expectativas pontuais de boa parte dos brasileiros.

Eu recebi hoje cedo, inclusive, algo que gostaria aqui de registrar, uma lembrança, e começo essa minha explanação por esse passeio rápido, Senador Randolfe, à nossa história...
porque eu acho que, conhecendo a história, nós teremos sempre maiores facilidades para construir um futuro sem cair nas armadilhas do passado.

Hoje cedo, recebi de um amigo, o jornalista Jorge Bastos Moreno, uma lembrança de uma palavra do grande Presidente da Câmara dos Deputados Ulysses Guimarães há quase 30 anos, Senador Alvaro Dias, Senador Pedro Simon, que certamente se lembrará dessas palavras. Até porque, nos pactos propostos pela Senhora Presidente da República, sentimos falta de referências à questão federativa e à questão da segurança pública.

Em relação à primeira, Senador Taques, dizia o então Presidente Ulysses Guimarães
As necessidades básicas do homem estão nos Estados e Municípios. Neles deve estar o dinheiro para atendê-las. A Federação é a governabilidade. A governabilidade da Nação passa pela governabilidade dos Estados e dos Municípios. O desgoverno [disse Ulysses Guimarães], filho da penúria de recursos, acende a ira popular, que invade os paços municipais, arranca as grades dos palácios e acabará chegando à rampa do Palácio do Planalto.



Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, apresento aqui, em nome do meu Partido, mas também apoiado por outros Partidos de oposição, uma agenda que divido em três aspectos. A primeira delas da transparência e do combate à corrupção. A segunda, no novo pacto federativo, com a garantia de mais recursos para a melhoria dos serviços públicos e dos avanços políticos. E, por fim, medidas efetivas no campo da ética e da democracia.



No primeiro elenco de medidas que propomos à Senhora Presidente da República está a adoção de restrições do projeto Ficha Limpa para o preenchimento de cargos públicos, vedando o acesso de pessoas condenadas por envolvimento em casos de corrupção a cargos de livre provimento do Governo.
Segundo: a revogação imediata do decreto que proíbe a divulgação dos gastos realizados nas viagens internacionais da Presidente da República.Ainda, falando de transparência e de combate à corrupção, propomos a liberação do acesso aos gastos feitos com cartões corporativos da Presidência da República, resguardando-se o prazo dos últimos 12 meses.

Propomos, ainda, auditar todos os gastos realizados com a promoção da Copa do Mundo, informando quanto de recursos públicos foi realmente utilizado. E nesse ponto específico, surpreende-me ter visto a Presidente da República, ao longo dos últimos seis meses, inaugurando estádios por todo o Brasil, como se obras suas fossem, e depois apresentar-se em cadeia de rádio e televisão como alguém que não tem qualquer responsabilidade sobre esses gastos. É preciso, portanto, que eles sejam auditados, para sabermos efetivamente quem gastou e como foi gasto.

Ainda, Senador Pedro Taques, solicitamos a informação dos critérios, valores e custos dos financiamentos concedidos pelo BNDES, em especial os empréstimos a empresas brasileiras para investimentos no exterior nos últimos dez anos.

Solicitamos, ainda, à Senhora Presidente da República informar aos brasileiros todos os negócios feitos pela Petrobras no Brasil e no exterior, nos últimos dez anos, esclarecendo, em especial, a participação da estatal na aquisição da Refinaria de Pasadena, com rigorosa investigação, definição de responsabilidades e exemplar punição dos responsáveis por esse negócio altamente lesivo aos cofres públicos do Brasil.

Falando, ainda, em transparência e para que continuemos a acreditar nas boas intenções da Presidente, é necessário que se eliminem os orçamentos secretos das licitações das obras públicas, possibilitados pelo Regime Diferenciado de Contratações.

No campo da Federação solidária e da melhoria da gestão, Sr. Presidente, ilustre Presidente José Agripino Maia, como um gesto simbólico, mas que demonstre a efetiva disposição do Governo Federal de enfrentar, hoje, as contestações que vem recebendo, propomos a redução pela metade do número de Ministérios existentes hoje no Brasil e a diminuição, também pela metade, do número de cargos comissionados, hoje da ordem de 22 mil, iniciando-se pelos cerca de 4 mil cargos ligados diretamente à Presidência da República.

Defendemos a revisão da dívida dos Estados e da sistemática da correção da mesma para permitir alocação dos recursos, hoje comprometidos com seus serviços, em investimentos diretos a favor da população em setores previamente pactuados, lembrando que essa proposta foi retirada das discussões no Senado da República.

E uma proposta clara e objetiva na direção de investimentos em mobilidade, muito mais eficaz do que a proposta requentada e apresentada pela Presidente da República dos mesmos R$50 bilhões, já constantes do PAC. Nós estamos propondo que se permita, até o final do ano de 2014 – portanto, até o final deste mandato – que 50% do pagamento da dívida dos Estados – portanto, 50% dos recursos referentes ao pagamento das dívidas dos Estados com serviço da dívida –possam ser aplicados diretamente por esses entes da Federação em setores predeterminados ou pré-acordados com o Governo Federal, como mobilidade urbana, saneamento, saúde, educação e segurança.

Propomos a adoção da política de tolerância zero com a inflação, impedindo a continuidade do aumento generalizado dos preços. Defendemos e propomos à Senhora Presidente da República que defina um nível máximo de aumento dos gastos correntes vinculado à evolução do PIB e a retirada imediata do PIS/Pasep incidente sobre Estados e Municípios.

Ainda, Srs. Senadores, no campo dos transportes, estamos aqui propondo que a Senhora Presidente da República dê prioridade absoluta e conclua todas as obras de mobilidade urbana relacionadas à Copa do Mundo até o início desse torneio, deixando um legado definitivo para a população em linhas de metrô, corredores de ônibus, avenidas, aeroportos.

E propomos, de forma clara, definitiva e absolutamente radical, o arquivamento do projeto de construção do trem-bala – esse desatino que o Senador Aloysio tem defendido desta tribuna, de forma incansável –, para que possamos destinar esses cerca de 50 bilhões previstos para essa obra a obras de mobilidade urbana, em especial, de metrô, nos grandes centros deste País.

Ainda, senhoras e senhores, agora no campo da educação, estamos solicitando que o Governo apoie, de forma clara, o novo Plano Nacional de Educação, com o investimento mínimo de 10% do PIB em educação, algo absolutamente essencial à transformação definitiva do Brasil.
Propomos, agora, no campo da saúde, Senador Cyro Miranda, a revisão da posição política do Governo Federal, externada aqui pelos seus Líderes, e a retomada dos parâmetros originais da Emenda nº 29, que obriga – e hoje o Senador Flexa Ribeiro domina e relata essa matéria – o investimento mínimo de 10% da receita corrente federal nesse setor, lembrando que os Estados investem 12% da sua receita corrente e que os Municípios já investem pelo menos 15%.

Estamos defendendo também e solicitando à Senhora Presidente da República que dê uma resposta à gravíssima crise que afeta as Santas Casas e hospitais filantrópicos por todo o Brasil, garantindo uma justa e imediata correção na tabela do SUS.

Srs. Senadores, no quesito segurança, ausente da propositura ou, ontem, das propostas da Senhora Presidente da República, o PSDB e partidos de oposição solicitam que o Governo Federal dobrem os gastos hoje feitos em segurança pública, que correspondem a apenas 13% do total investido em todo o Brasil, restando aos Estados e Municípios a responsabilidade por 87% desses gastos.

E, ainda, o apoio à proposta que tramita nesta Casa, há quase dois anos, de minha autoria, que garante o descontingenciamento dos fundos constitucionais do setor, Fundo Nacional de Segurança, Fundo Penitenciário, de forma a garantir imediato reforço orçamentário para a operação das forças de segurança nos Estados, algo essencial ao País. Essa matéria não tem tido o apoio da base governista para avançar nesta Casa.

Caminhando para o final, Sr. Presidente. Apresentamos também à Senhora Presidente da República um pleito para que cumpra com o compromisso assumido com os brasileiros na campanha eleitoral, desonerando as empresas estaduais de saneamento básico, o que possibilitaria que elas dobrassem os seus investimentos no setor. As empresas de saneamento básico do País, somadas hoje, investem o mesmo, praticamente o mesmo que gastam em impostos pagos ao Governo Federal.

Srªs e Srs. Senadores, ainda estamos aguardando uma manifestação pública da Senhora Presidente da República, Senador Agripino, contrária à PEC nº 37, apoiada por ilustres membros do seu partido e que retira os poderes de investigação do Ministério Público. E ainda me parece que seria a busca de uma conexão com o sentimento do Brasil que ela também manifestasse publicamente a sua palavra pela rejeição da PEC nº 33, também apoiada pelo PT e que submete decisões do Supremo Tribunal Federal ao Congresso Nacional.
Portanto, Srªs e Srs. Senadores, são algumas contribuições legítimas e necessárias que a oposição traz hoje ao País. Gostaria de poder tê-las levado à Presidente da República, se efetivamente ela buscasse um grande pacto nacional. Mas trago essas propostas através da tribuna do Senado.

Ao final, não quero deixar de trazer aqui uma palavra absolutamente clara em relação à proposta, pelo menos a última proposta da Senhora Presidente, que conheço em relação à convocação de uma constituinte exclusiva por meio de um plebiscito. Aqui me lembro, e muitos se lembrarão, e ainda está recente na nossa memória, Senador Agripino, uma palavra dita no plenário da Câmara dos Deputados quando da posse da Senhora Presidente da República. Ela dizia, e aplaudida foi por todos nós, que se dedicaria a discutir e aprovar, ao lado da sua base, uma reforma política no Brasil.

Talvez tenha sido o momento de maior convergência de todos os que ouviam a Presidente da República. De lá para cá, Senador Randolfe, nenhuma palavra mais se ouviu do Governo Federal e da própria Presidente em relação à reforma política.

E ela, agora, sem qualquer consulta aos seus Líderes desta Casa – e aqui a minha mais absoluta solidariedade a eles –, ela convoca Governadores de Estado e apresenta, quase que como num passe de mágica, sem consultas a quem quer que seja do ambiente político, sem consulta aos Presidentes da Câmara e do Senado que a apóiam, a proposta de uma Constituinte restrita.

Não vou aqui me ater, sequer, as objeções jurídicas que a ela se fazem. Mas, certamente, quero aqui dizer que me parece muito mais a intenção de, mais uma vez, abster-se das suas responsabilidades e transferi-las ao Congresso Nacional. Parece-me, Srªs e Srs. Senadores, desnecessária, juridicamente duvidosa e perigosa essa iniciativa.

Desnecessária, porque é perfeitamente possível fazer essa reforma através de propostas que cheguem ao Congresso Nacional e que seriam, pelo Congresso Nacional, adotadas através de emendas à Constituição e através mesmo de projetos de lei.

Mas é preciso que a Srª Presidente diga ao País qual é a reforma política que julga adequada; em que temas ela adentraria. Estaríamos discutindo apenas, Senador Suplicy, questões relativas ao financiamento público? Ou a implementação, por exemplo, do voto distrital? Ou ela seria mais ampla? Poderíamos estar discutindo novamente o sistema de Governo? Poderíamos trazer a discussão novamente do Parlamentarismo? Quem sabe questionar o preceito da reeleição? É isso que trará tranquilidade ao País? Acredito que não.

Do ponto de vista jurídico, ela é extremamente duvidosa. E muitos depoimentos já foram feitos. Fico aqui com um feito ontem, que me chamou a atenção, pelo Ministro Ayres Britto: “Nenhuma Constituição tem vocação para o suicídio. Por isso, não prevê a possibilidade de se convocar uma Assembleia Constituinte.” E muito menos uma Constituinte restrita.

Poderia citar inúmeros juristas. Mas fico – em solidariedade a V. Exª, Senador Jucá, ao Presidente Renan, que não tiveram a possibilidade de apresentar a sua experiência e sugestões a Presidente da República – com uma palavra do Presidente Michel Temer, escrita há algum tempo: “…uma constituinte exclusiva para a reforma política significa a desmoralização absoluta da atual representação.” Continua o Vice-Presidente da República: “É a prova da incapacidade de realizarmos a atualização do sistema político-partidário e eleitoral.”


A verdade, Sr. Presidente, eu disse ontem e reitero aqui: eu, como cidadão brasileiro, e creio que muitos outros ficaram frustrados com as propostas da Senhora Presidente da República, até porque é impensável pensar-se num verdadeiro pacto com os brasileiros sem que as oposições sejam convidadas a debatê-lo.


Este não é o País de um grupo político, Presidente Jucá, não é o País de um partido político. Cidadãos e cidadãs brasileiras que ocupam as ruas têm se manifestado, e é natural que a Presidente os ouça por meio de representantes que consiga identificar, mas é essencial que a voz das oposições que representam segmentos expressivos da sociedade brasileira possa também ser ouvida.


Não tendo tido esse privilégio de sermos convocados como oposição a falar à Presidente da República e à nação, como fez, por exemplo, o Presidente Fernando Henrique, na crise de abastecimento de energia, ao convocar as oposições para lhe trazerem as suas contribuições, uso desta tribuna, neste instante, na condição não apenas de Senador, mas de Presidente do maior partido de oposição, para propor aqui algumas questões que dependem exclusivamente da vontade da Senhora Presidente da República e do Governo Federal para que sejam implementadas. Algumas delas, dependendo de um apelo à sua base no Congresso Nacional, mas que, a meu ver, muito mais do que as propostas colocadas em cadeia de rádio e televisão, atenderiam a expectativas pontuais de boa parte dos brasileiros.


Eu recebi hoje cedo, inclusive, algo que gostaria aqui de registrar, uma lembrança, e começo essa minha explanação por esse passeio rápido, Senador Randolfe, à nossa história...
porque eu acho que, conhecendo a história, nós teremos sempre maiores facilidades para construir um futuro sem cair nas armadilhas do passado.


Hoje cedo, recebi de um amigo, o jornalista Jorge Bastos Moreno, uma lembrança de uma palavra do grande Presidente da Câmara dos Deputados Ulysses Guimarães há quase 30 anos, Senador Alvaro Dias, Senador Pedro Simon, que certamente se lembrará dessas palavras. Até porque, nos pactos propostos pela Senhora Presidente da República, sentimos falta de referências à questão federativa e à questão da segurança pública.


Em relação à primeira, Senador Taques, dizia o então Presidente Ulysses Guimarães

As necessidades básicas do homem estão nos Estados e Municípios. Neles deve estar o dinheiro para atendê-las. A Federação é a governabilidade. A governabilidade da Nação passa pela governabilidade dos Estados e dos Municípios. O desgoverno [disse Ulysses Guimarães], filho da penúria de recursos, acende a ira popular, que invade os paços municipais, arranca as grades dos palácios e acabará chegando à rampa do Palácio do Planalto.


Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, apresento aqui, em nome do meu Partido, mas também apoiado por outros Partidos de oposição, uma agenda que divido em três aspectos. A primeira delas da transparência e do combate à corrupção. A segunda, no novo pacto federativo, com a garantia de mais recursos para a melhoria dos serviços públicos e dos avanços políticos. E, por fim, medidas efetivas no campo da ética e da democracia.

No primeiro elenco de medidas que propomos à Senhora Presidente da República está a adoção de restrições do projeto Ficha Limpa para o preenchimento de cargos públicos, vedando o acesso de pessoas condenadas por envolvimento em casos de corrupção a cargos de livre provimento do Governo.
Segundo: a revogação imediata do decreto que proíbe a divulgação dos gastos realizados nas viagens internacionais da Presidente da República.Ainda, falando de transparência e de combate à corrupção, propomos a liberação do acesso aos gastos feitos com cartões corporativos da Presidência da República, resguardando-se o prazo dos últimos 12 meses.

Propomos, ainda, auditar todos os gastos realizados com a promoção da Copa do Mundo, informando quanto de recursos públicos foi realmente utilizado. E nesse ponto específico, surpreende-me ter visto a Presidente da República, ao longo dos últimos seis meses, inaugurando estádios por todo o Brasil, como se obras suas fossem, e depois apresentar-se em cadeia de rádio e televisão como alguém que não tem qualquer responsabilidade sobre esses gastos. É preciso, portanto, que eles sejam auditados, para sabermos efetivamente quem gastou e como foi gasto.

Ainda, Senador Pedro Taques, solicitamos a informação dos critérios, valores e custos dos financiamentos concedidos pelo BNDES, em especial os empréstimos a empresas brasileiras para investimentos no exterior nos últimos dez anos.

Solicitamos, ainda, à Senhora Presidente da República informar aos brasileiros todos os negócios feitos pela Petrobras no Brasil e no exterior, nos últimos dez anos, esclarecendo, em especial, a participação da estatal na aquisição da Refinaria de Pasadena, com rigorosa investigação, definição de responsabilidades e exemplar punição dos responsáveis por esse negócio altamente lesivo aos cofres públicos do Brasil.

Falando, ainda, em transparência e para que continuemos a acreditar nas boas intenções da Presidente, é necessário que se eliminem os orçamentos secretos das licitações das obras públicas, possibilitados pelo Regime Diferenciado de Contratações.

No campo da Federação solidária e da melhoria da gestão, Sr. Presidente, ilustre Presidente José Agripino Maia, como um gesto simbólico, mas que demonstre a efetiva disposição do Governo Federal de enfrentar, hoje, as contestações que vem recebendo, propomos a redução pela metade do número de Ministérios existentes hoje no Brasil e a diminuição, também pela metade, do número de cargos comissionados, hoje da ordem de 22 mil, iniciando-se pelos cerca de 4 mil cargos ligados diretamente à Presidência da República.

Defendemos a revisão da dívida dos Estados e da sistemática da correção da mesma para permitir alocação dos recursos, hoje comprometidos com seus serviços, em investimentos diretos a favor da população em setores previamente pactuados, lembrando que essa proposta foi retirada das discussões no Senado da República.

E uma proposta clara e objetiva na direção de investimentos em mobilidade, muito mais eficaz do que a proposta requentada e apresentada pela Presidente da República dos mesmos R$50 bilhões, já constantes do PAC. Nós estamos propondo que se permita, até o final do ano de 2014 – portanto, até o final deste mandato – que 50% do pagamento da dívida dos Estados – portanto, 50% dos recursos referentes ao pagamento das dívidas dos Estados com serviço da dívida –possam ser aplicados diretamente por esses entes da Federação em setores predeterminados ou pré-acordados com o Governo Federal, como mobilidade urbana, saneamento, saúde, educação e segurança.

Propomos a adoção da política de tolerância zero com a inflação, impedindo a continuidade do aumento generalizado dos preços. Defendemos e propomos à Senhora Presidente da República que defina um nível máximo de aumento dos gastos correntes vinculado à evolução do PIB e a retirada imediata do PIS/Pasep incidente sobre Estados e Municípios.

Ainda, Srs. Senadores, no campo dos transportes, estamos aqui propondo que a Senhora Presidente da República dê prioridade absoluta e conclua todas as obras de mobilidade urbana relacionadas à Copa do Mundo até o início desse torneio, deixando um legado definitivo para a população em linhas de metrô, corredores de ônibus, avenidas, aeroportos.

E propomos, de forma clara, definitiva e absolutamente radical, o arquivamento do projeto de construção do trem-bala – esse desatino que o Senador Aloysio tem defendido desta tribuna, de forma incansável –, para que possamos destinar esses cerca de 50 bilhões previstos para essa obra a obras de mobilidade urbana, em especial, de metrô, nos grandes centros deste País.

Ainda, senhoras e senhores, agora no campo da educação, estamos solicitando que o Governo apoie, de forma clara, o novo Plano Nacional de Educação, com o investimento mínimo de 10% do PIB em educação, algo absolutamente essencial à transformação definitiva do Brasil.
Propomos, agora, no campo da saúde, Senador Cyro Miranda, a revisão da posição política do Governo Federal, externada aqui pelos seus Líderes, e a retomada dos parâmetros originais da Emenda nº 29, que obriga – e hoje o Senador Flexa Ribeiro domina e relata essa matéria – o investimento mínimo de 10% da receita corrente federal nesse setor, lembrando que os Estados investem 12% da sua receita corrente e que os Municípios já investem pelo menos 15%.

Estamos defendendo também e solicitando à Senhora Presidente da República que dê uma resposta à gravíssima crise que afeta as Santas Casas e hospitais filantrópicos por todo o Brasil, garantindo uma justa e imediata correção na tabela do SUS.

Srs. Senadores, no quesito segurança, ausente da propositura ou, ontem, das propostas da Senhora Presidente da República, o PSDB e partidos de oposição solicitam que o Governo Federal dobrem os gastos hoje feitos em segurança pública, que correspondem a apenas 13% do total investido em todo o Brasil, restando aos Estados e Municípios a responsabilidade por 87% desses gastos.

E, ainda, o apoio à proposta que tramita nesta Casa, há quase dois anos, de minha autoria, que garante o descontingenciamento dos fundos constitucionais do setor, Fundo Nacional de Segurança, Fundo Penitenciário, de forma a garantir imediato reforço orçamentário para a operação das forças de segurança nos Estados, algo essencial ao País. Essa matéria não tem tido o apoio da base governista para avançar nesta Casa.

Caminhando para o final, Sr. Presidente. Apresentamos também à Senhora Presidente da República um pleito para que cumpra com o compromisso assumido com os brasileiros na campanha eleitoral, desonerando as empresas estaduais de saneamento básico, o que possibilitaria que elas dobrassem os seus investimentos no setor. As empresas de saneamento básico do País, somadas hoje, investem o mesmo, praticamente o mesmo que gastam em impostos pagos ao Governo Federal.

Srªs e Srs. Senadores, ainda estamos aguardando uma manifestação pública da Senhora Presidente da República, Senador Agripino, contrária à PEC nº 37, apoiada por ilustres membros do seu partido e que retira os poderes de investigação do Ministério Público. E ainda me parece que seria a busca de uma conexão com o sentimento do Brasil que ela também manifestasse publicamente a sua palavra pela rejeição da PEC nº 33, também apoiada pelo PT e que submete decisões do Supremo Tribunal Federal ao Congresso Nacional.
Portanto, Srªs e Srs. Senadores, são algumas contribuições legítimas e necessárias que a oposição traz hoje ao País. Gostaria de poder tê-las levado à Presidente da República, se efetivamente ela buscasse um grande pacto nacional. Mas trago essas propostas através da tribuna do Senado.

Ao final, não quero deixar de trazer aqui uma palavra absolutamente clara em relação à proposta, pelo menos a última proposta da Senhora Presidente, que conheço em relação à convocação de uma constituinte exclusiva por meio de um plebiscito. Aqui me lembro, e muitos se lembrarão, e ainda está recente na nossa memória, Senador Agripino, uma palavra dita no plenário da Câmara dos Deputados quando da posse da Senhora Presidente da República. Ela dizia, e aplaudida foi por todos nós, que se dedicaria a discutir e aprovar, ao lado da sua base, uma reforma política no Brasil.

Talvez tenha sido o momento de maior convergência de todos os que ouviam a Presidente da República. De lá para cá, Senador Randolfe, nenhuma palavra mais se ouviu do Governo Federal e da própria Presidente em relação à reforma política.

E ela, agora, sem qualquer consulta aos seus Líderes desta Casa – e aqui a minha mais absoluta solidariedade a eles –, ela convoca Governadores de Estado e apresenta, quase que como num passe de mágica, sem consultas a quem quer que seja do ambiente político, sem consulta aos Presidentes da Câmara e do Senado que a apóiam, a proposta de uma Constituinte restrita.

Não vou aqui me ater, sequer, as objeções jurídicas que a ela se fazem. Mas, certamente, quero aqui dizer que me parece muito mais a intenção de, mais uma vez, abster-se das suas responsabilidades e transferi-las ao Congresso Nacional. Parece-me, Srªs e Srs. Senadores, desnecessária, juridicamente duvidosa e perigosa essa iniciativa.

Desnecessária, porque é perfeitamente possível fazer essa reforma através de propostas que cheguem ao Congresso Nacional e que seriam, pelo Congresso Nacional, adotadas através de emendas à Constituição e através mesmo de projetos de lei.

Mas é preciso que a Srª Presidente diga ao País qual é a reforma política que julga adequada; em que temas ela adentraria. Estaríamos discutindo apenas, Senador Suplicy, questões relativas ao financiamento público? Ou a implementação, por exemplo, do voto distrital? Ou ela seria mais ampla? Poderíamos estar discutindo novamente o sistema de Governo? Poderíamos trazer a discussão novamente do Parlamentarismo? Quem sabe questionar o preceito da reeleição? É isso que trará tranquilidade ao País? Acredito que não.

Do ponto de vista jurídico, ela é extremamente duvidosa. E muitos depoimentos já foram feitos. Fico aqui com um feito ontem, que me chamou a atenção, pelo Ministro Ayres Britto: “Nenhuma Constituição tem vocação para o suicídio. Por isso, não prevê a possibilidade de se convocar uma Assembleia Constituinte.” E muito menos uma Constituinte restrita.

Poderia citar inúmeros juristas. Mas fico – em solidariedade a V. Exª, Senador Jucá, ao Presidente Renan, que não tiveram a possibilidade de apresentar a sua experiência e sugestões a Presidente da República – com uma palavra do Presidente Michel Temer, escrita há algum tempo: “…uma constituinte exclusiva para a reforma política significa a desmoralização absoluta da atual representação.” Continua o Vice-Presidente da República: “É a prova da incapacidade de realizarmos a atualização do sistema político-partidário e eleitoral.”

45 comentários

Será que o gigante acordou o Aécio tb?

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Agora sim...

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É muita areia para o caminhãozinho da Dilma. A medida mais certa neste momento é ela pedir demissão.

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Coronel, fale por favor da marcha golpista que estão organizando contra Alckmin no facebook.

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Até que enfim o Aécio começou a bater na quadrilha petista.

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Coronel,não se iluda.O Serra não vai apoiar o Aécio pra Presidente.Aquele cara quer ser presidente de novo,só que o "filme dele está queimado".

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Aécio Neves é o Cara! O de verdade!

Está aos poucos saindo desse caos como a voz da lucidez e da liderança positiva que este país precisa já há dez anos.

O grande perigo agora é o golpe. O PT já deve estar conspirando contra as eleições, porque se elas vierem, o risco de derrota deles não é nada pequeno.

Dilma também é um fenômeno. Seu governo já acabou. É cada vez mais claro que ela não sabe o que fazer com o tempo que lhe resta. Ela já é um pato manco na metade do mandato. Deve ser um novo record mundial.



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Vamos boicotar a copa do mundo . Ninguem ligar a tv, nao ir aos estadios , não comemorar jogos do brasil. precisamos de politicos corruptos na cadeia, mais seguranca, hospitais, transportes, escolas, queda do fator previdenciario e redução dos gastos governamentais com eles mesmos. Vamos fazer este pais andar para o povo e nao contra o povo.

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Li o discurso do Aécio na íntegra!

Achei ótimo!

Se acordou, que fique bem desperto e esperto, pois os petralhas sempre reservam surpresas macabras.

Não considero que poderá fazer milagres de imediato, sendo eleito, mas já será um novo começo. Muita faxina precisará ser feita em todos os níveis. Tem potencial, tem carisma, tem conhecimento para conquistar o posto. Tem meu voto!


Chris/SP


Chris/SP






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Aécio neles! Demais!!! 4 mil cargos comissionados só na presidência?! Fala que é contra a PEC 37, fala Dilma!!!

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OFF - GRAVE !!!!

Coronel, veja isto aqui:

VERGONHA ALHEIA E MARCHA DA IRRESPONSABILIDADE – Barroso, novo ministro do STF, diz agora o contrário do que disse há menos de dois anos e apoia proposta aloprada de Dilma. Ele será ministro do Supremo ou da Suprema?

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/vergonha-alheia-e-marcha-da-irresponsabilidade-barroso-novo-ministro-do-stf-diz-agora-o-contrario-do-que-disse-ha-menos-de-dois-anos-e-apoia-proposta-aloprada-de-dilma-ele-sera-ministro-d/

Deve ser outro petralha, escolhido a dedo, para ocupar o STF, já não bastassem os outros dois...

Isto porque o homem é constitucionalista!, imaginem se não fosse. VERGONHA!


Chris/SP

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Renan diz, agora, que concorda com qualquer coisa vinda da presidANTA!

A FEITIÇARIA ESTÁ SOLTA NA PRAÇA DOS TRÊS PODERES. NUNCA TANTOS SE DEDICARAM COM TANTA ENERGIA À IRRESPONSABILIDADE E À EXALTAÇÃO DA INSEGURANÇA JURÍDICA

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-feiticaria-esta-solta-na-praca-dos-tres-poderes-nunca-tantos-se-dedicaram-com-tanta-energia-a-irresponsabilidade-e-a-exaltacao-da-inseguranca-juridica/


Chris/SP

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Dilmarvada não termina o mandato.

E aí a petralhada entra em ebulição. Vai respingar em todo mundo.

A Copa vai ser um fiasco. E ainda é capaz de ter terrorismo, acidentes desorganização. Manifestações, certeza. Caos a vista.

Ou vai ser empichada ou morrer de estresse. Ou renúncia?

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Grande Aécio,

É isso ai, o caminho é este, e sempre alerta, porque com gangsters não se brinca.

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Esse senador hoje arrasou. Já fizemos muitas criticas à ele e ao PSDB em geral mas hoje ele disse para que veio. Continue com essa postura, Sen. Aécio, e você corre um sério risco de acabar como Presidente desse nosso destroçado Brasil. Valeu demais !

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A "pilota" perdida afirmou que não havia $$$$ público envolvido na copa.... mas leiam esta notícia:

CÂMARA DERRUBA REPASSE DE R$ 43 MI PARA COPA

Excetuando-se o PT, todos os partidos –de governo e de oposição— posicionaram-se CONTRA a providência. Fizeram isso num instante em que Dilma Rousseff sustenta que não há dinheiro público na Copa. Os R$ 43 milhões ESTAVAM CAMUFLADOS NUMA MEDIDA PROVISÓRIA que prevê a destinação de R$ 3,96 bilhões para diversas áreas –entre elas o combate à seca no Nordeste e às enchentes no Sul e Sudeste.

http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2013/06/25/camara-derruba-repasse-de-r-43-mi-para-fifa/

É um acinte!
É uma vergonha!
É um descaramento total!


Chris/SP

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Coronel,
do mesmo jeito que o FHC não apoiou o Serra pra presidente na primeira eleição, o Serra, pelos seus pronunciamentos me parece que não vai apoiar o Aécio. Sempre disse que essa corja petista nunca ganhou a eleição, foi a oposição que perdeu. Eles sabem que o Brasil repudia seus métodos e sua incompetência. Sabe que se tiver qualquer candidato com coragem para mostrar seus "malfeitos", perde feio. Vamos esperar que o Aécio continue com essa disposição e tenha a coragem que o Serra não teve.

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Mandou muito bem! Um cruzado no queixo da gerentona!!!

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Estou começando a apostar no Aécio: está bem mais ousadinho; era muito técnico, está ficando mais agressivo, afinal prá bater no PT tem de ter contundência, do estilo dele, stalinista, chegar virando a mesa!
Vamos Aécio; desça o pau sem dó!

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Vejam agora no youtube!!!

Anonymous desmascara os pactos de Dilma

www.youtube.com/watch?v=IBZc8ANyDyA

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*******EXTRA, EX-TOPIC


A PEC 37 FOI REJEITADA OR 470 A 9 com apenas 2 abstenção, a luta acabou.
Agora os congressistas estão a discutir normas de investigações e conjuntas entre a Polícia Federal e o Ministério Público, seria o fim da ditadura do MP sem a impunidade, espero que os congressistas votem lei que discipline como os organismos se entendem para propor investigações.

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*******EXTRA, EX-TOPIC


A PEC 37 FOI REJEITADA OR 470 A 9 com apenas 2 abstenção, a luta acabou.
Agora os congressistas estão a discutir normas de investigações e conjuntas entre a Polícia Federal e o Ministério Público, seria o fim da ditadura do MP sem a impunidade, espero que os congressistas votem lei que discipline como os organismos se entendem para propor investigações.

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Coronel,
mesmo sendo contra o povo nas ruas, da maneira como estão sem nenhum controle, este movimento iniciado pelo PT para desestabilizar o governo de São Paulo e agora voltado contra essa canalha (leia-se Anta II velhaco e sua gangue), surtiu o primeiro efeito. A PEC 37 foi derrubada. Vamos esperar novos capítulos e capitulações.

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25/06/2013
às 18:41
VERGONHA ALHEIA E MARCHA DA IRRESPONSABILIDADE – Barroso, novo ministro do STF, diz agora o contrário do que disse há menos de dois anos e apoia proposta aloprada de Dilma. Ele será ministro do Supremo ou da Suprema?


Há gente que não me engana nem que venha vestida de Madre Teresa de Calcutá. A marcha da irresponsabilidade segue firme. Certas posturas são absolutamente vergonhosas. Em outubro de 2011, o então apenas advogado Luís Roberto Barroso atacou de forma veemente, inquestionável, sem meias palavras, a ideia de uma Constituinte para fazer a reforma política. Seu depoimento está gravado. Façam uma cópia para o caso de ser retirado do ar. Não são palavras que lhe foram atribuídas. Ele as disse. Transcrevo-as de novo, com o vídeo:

“A teoria constitucional não conseguiria explicar uma constituinte parcial. A ideia de um poder constituinte é a de um poder soberano. Se quiser fazer voto distrital misto, não há impedimento na Constituição; se quiser fazer só voto distrital — portanto, majoritário puro, não há impedimento na Constituição —; se quiser instituir um sistema de fidelidade partidária, não há impedimento na Constituição (…). Eu não vi nenhuma ideia posta no debate político que não possa ser feita, concretizada com a Constituição que nós temos ou, no máximo, com uma emenda à Constituição”.



Voltei
Agora, segundo informa a Folha, Barroso mudou de ideia. Menos de dois anos depois, o agora ministro está falando o contrário. Leiam trechos.
(…)
O novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, defendeu nesta terça-feira (25) a convocação de Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para discutir a reforma política. Barroso também disse ser favorável à realização de plebiscito para consultar a população sobre a convocação.
(…)
Segundo o ministro, cabe ao Congresso aprovar uma proposta de emenda constitucional com a convocação do plebiscito e da Constituinte, desde que a Assembleia se restrinja à discussão da reforma — sem mudar cláusulas pétreas da Constituição ou desrespeitar direitos constituídos no país.

“Nunca pode ser uma Constituinte originária, mas reformadora. Não é possível abolir a federação, a separação dos Poderes ou cláusulas pétreas. Se o Congresso achar que deve delegar [a reforma política] a um órgão externo, e a população chancelar, essa é uma via legítima”, afirmou.

Barroso admitiu que pode haver questionamentos sobre a constitucionalidade da convocação da Assembleia Constituinte exclusiva para discutir a reforma. Mas disse que, com a chancela da população, a alternativa se torna “defensável”.
(…)

Vergonha alheia
A sensação que tenho é a da vergonha alheia. Se o que ele falou há menos de dois anos já não vale porque, afinal, tudo depende do que quer o povo, então caiamos nos braços da rua em qualquer caso e para qualquer assunto. Elas decidirão o destino do país. Quem falar mais alto leva.

Está em curso a marcha da irresponsabilidade. Eu já havia me escandalizado lendo trechos do livro do doutor Barroso. Alguns amigos me disseram que eu estava sendo severo demais. Não estava, não. Se este senhor é capaz de uma mudança tão rápida de pensamento em matéria constitucional, sendo ele, afinal, professor de direito constitucional, dado que está agora no Supremo, a primeira vítima de sua ascensão pode ser a segurança jurídica. Ainda voltarei ao doutor mais tarde.
Por Reinaldo Azevedo

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Essa MULLA, parceira de incompetência do MULLO 9 dedos, tem que ouvir esse discurso do Aécio, que lhe cai como uma luva, mas tem que ouvir MUITO MAIS. Existe muito, mas muuuiiito mais verdades que devem ser enfiadas na fuça dessa cínica mentirosa. Nem ruindo o castelo de areia erguido nesses 11 anos de desgoverno petista, a areia toda afogando essa quadrilha, nem assim essa mulla cai na real, continua com essa verborragia indecente que temos que ouvir desses petistas corruptos há 11 anos.

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Se Aécio quer de fato continuar nesse projeto de candidato a presidência, é bom que incorpore mesmo o GIGANTE que tomou conta das ruas do Brasil e derrube o circo do PT e acabe com esse show de ilusões mostrado pelo Lula/Dilma. Essa corja tem engulir as mentiras e as cagadas com que afundaram o Brasil.
PAU nesses calhordas, sem dó.

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Esplêndido o pronunciamento do exterminador de petralha.Aécio 2014.

Paulo Xavier

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Aécio está falando aquilo que o Serra sussurrava, parabéns tem o nosso voto.

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Coronel,

excelente pronunciamento!

Foi claro e abordou temas importantíssimos com propostas sólidas!

Está com as rédeas da oposição nas mãos.
Finalmente!

Agora vai!

AÉCIO - PELO BRASIL!


Flor Lilás

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>>

Aécio "parece" que está fazendo oposição, mas é frouxo, não bate firme, enrola, morde e assopra. Não gosto desse Aécio.

<<

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Abaixo-assinado SOLICITAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL E ORGANIZADA ENDEREÇADA AS FORÇAS ARMADAS

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2013N40200

Vamos participar!

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O foco é Lula e Dilma, por mais que tentem desgastar Alckmin, não vai colar. O interior é Álckmin. O passe livre voltou a carga para S.Paulo para atingi-lo, mas só mobilizam a periferia que por sinal votaram no Haddad. Alckmin está recebendo os manifestantes.Desculpe Coronel, fugi do tema é que lí um comentário que estão contra o Alckmin no face.Quanto ao Aécio, um ótimo começo.

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No meu entendimento uma reforma política para melhorar o Brasil deveria conter as seguintes mudanças:

-Fim do voto obrigatório.
(não é necessário explicar)
-Instituição do voto distrital.
(o eleitor teria condições de saber o que está fazendo seu candidato)
-Fim do direito de votar para menores de 18 anos.
(se o vagabundo não pode ser preso mesmo por assassinato, então não pode votar)
-Mandato de 5 anos para todos os cargos.
(se o governo não consegue fazer nada em 5 anos, é um merda)
-Fim da reeleição para os cargos majoritários (presidente, governador e prefeito).
(acaba a perpetuação no poder)
-Senadores, deputados (federais e estaduais) e vereadores teriam direito a uma única reeleição.
(10 anos de mandato é tempo mais que suficiente para o sujeito dar sua contribuição)
-Coincidência de eleições para todos os cargos na mesma data.
(a economia seria imensa e o país não pararia a cada dois por causa de eleição)

São apenas 7 itens. Mas, se implementados trariam uma mudança significativa na política.

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Inacreditável: o "genial" Sérgio Guerra votou a favor da PEC 37...

http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/06/camara-derruba-pec-que-tentava-limitar-o-poder-de-investigacao-do-mp.html

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Coronel,

Veja a afirmação que esta neste vídeo, é preocupante, será que o Aecio esta metido neste rolo? Preocupante.
WSCamy

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Jorge Bastos Moreno, aquele pseudo-jornalista lulista? Li bem?? Mas faz sentido, abs.

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Parabens Aecio, sempre coerente!
Não consigo entender, porque algumas pessoas insistem em denominar esta senhora Dilma, como gestora, essa mulher não consegue concatenar as idéias, não consegue formar uma frase longa, conseguiu quebrar uma loja de R$ 1,99, quando esta atividade era lucrativa!
O governo lula e do PT é tão despreparado que esta senhora presidente foi alçada à condição de gestota, porque apareceu com um NOTEBOOK debaixo do braço e começou a apresentar para o verme do ex-presidente power points feitos por terceiros e o aloprado se encantou!
A forma de administrar deles, para encobrir a incompetencia é exatamente encher as máquinas públicas, com uma quadrilha para defende-los!
INDIGNAÇÃO É POUCO E SE O POVO TIVER VERGONHA, CONTINUARÁ PROTESTANDO PARA QUE OS MENSALEIROS SEJAM PRESOS, CONTRA A CORRUPÇÃO,CONTRA A CRIMINALIDADE ALARMANTE E CONTRA ESTA FORMA ESPÚRIA DE SE FAZER POLÍTICA!!!

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Carioca da Gema mod

Com um povo anestesiado durante esses 12 anos de PT no Poder mandando e desmandando e o que tudo indicava com o Aval do povo que não se mexia acho que ficava dificil a oposição se manifestar. Mas agora que a rua se manifestou e a insatisfação do Povo voi vomitada fica mais facil a oposição dizer o que pensa.

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Espero que o Aécio continue "batendo" com classe na Dilmanta et caterva.

E vá comendo pelas beiradas... com bastante cuidado pois os petralhas matam até companheiro...

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Corona,

Eu vi o Aécio na TV e não gostei muito. Olhando prá baixo, para o texto. Tinha de falar com a cabeça para o alto e para diante, e de improviso (mesmo que olhasse de vez em quando o texto). Qualquer politico treinado sabe fazer isso. Ele tá com problema de pronúncia também. Precisa falar com fonoaudióloga. Outra coisa: usar mais frases em ordem direta, curtas, mais eficazes. Ele tá falando para os colegas senadores, deveria falar para o povo (como você mesmo, Coronel, gosta de repetir). Enfim, tá melhor, mas tem um caminho grande pela frente. O que ajuda é a simpatia natural, o sorriso cativante e o olhar inteligente. Mas tem que trabalhar a figura para a TV, isso tem. Ele não deve acreditar que é um "talento" e que resolve tudo no gogó (o Lula consegue). Aécio tem de se concentrar na própria figura televisiva, meu conselho de dois tostões.

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anônimo - 14:53

Pode deixar, que na hora H, o marqueteiro fará as correções necessárias.

O carisma e a simpatia compensam por enquanto, a orientação virá depois. Pode aguardar.


Chris/SP

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Alguém comenta de pronuncia e mais não sei o que. Caramba, convivemos com um bebum analfa que não conhecia um plural, a outra que não consegue formar uma frase, ter finalmente um Presidente para nos orgulhar não tem preço. Negociando com países democráticos e não com cubanos e africanos. Parece um sonho.

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Acordou muito tarde, REALMENTE muito, muito tarde. Se é que acordou mesmo...

Deveria ter acordado em 2003 quando ainda era governador de Minas e estava aliançado até a medula com o Molusco e o petismo degenerado.

Passou 8 anos em relação carnal com o petismo e adorando o Molusco: até campanha para os petralhas fez em 2006 e 2010 com o tal Lulécio e Dilmasia que está no folclore político de Minas Gerais.

Está há 2 anos e meio no Senado e agora aparece com esta conversa de oposição...ora, ora, cara pálida!

O que é isto, companheiro?!

Eu preciso de um candidato de direita genuíno, de fibra moral elevada e com convicção condizente com a prática política diária.

Não só eu mas milhões de brasileiros que sonham com uma ordem econômica liberal e com o autêntico conservadorismo político.

Eduardo Campos, Aécio, Marina, todos representam a frouxidão e é por isto que o PT, o Molusco e a Búlgara fazem a festa e continuarão a iludir o povão. Todos farinhas do mesmo saco de batatas podres.

Esta balbúrdia que está nas ruas é tudo jogo de cena: será que ninguém percebeu que os próprios petralhas comandam as lideranças destes movimentos ditos "apartidários".
A pauta dos movimentos foi milimetricamente incorporada pela Búlgara Louca: Dona Dilma absorveu a demanda dos agitadores e com isso se cacifou mais para 2014. Simples.

O GOLPE ESTÁ AÍ E NINGUÉM NOTOU...

Apartidária era minha avozinha que já faleceu...hoje não há mais tolos

GENERAL AUGUSTO HELENO PRESIDENTE!
KATIA ABREU VICE-PRESIDENTE 2014

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