Abaixo, editorial de O Globo, intitulado "Funai amplia insegurança jurídica", publicado hoje.
O foco de tensão que já esteve concentrado na atuação de organizações
ditas sociais de trabalhadores sem terra se transfere, no momento, para
a ação de ONGs, da Igreja (Cimi, Conselho Missionário Indigenista),
promotores e procuradores na militância junto a povos indígenas. Com um
objetivo duplo: paralisar o programa estratégico de aproveitamento do
potencial hidrelétrico na Amazônia e ampliar ao máximo reservas
indígenas ao arrepio de normas em fase final de fixação pelo Supremo.
E,
para espanto de não iniciados na forma como o governo é loteado, a
Funai (Fundação Nacional do Índio) não atua, no setor, como órgão
governamental, mas na função de instrumento desta militância. Repete-se o
modelo do Incra, com os sem-terra Este é o pano de fundo da
série de invasões do canteiro de obras da usina de Belo Monte, no Rio
Xingu, no Pará. Detalhe esclarecedor é que os mundurukus, por viverem a
800 quilômetros do local, são transportados de ônibus para fazer as
ocupações. Alguém, por óbvio, paga as viagens.
O conflito, já
com a morte de um índio terena, na Fazenda Buriti, em Mato Grosso do
Sul, é outro caso emblemático. A Justiça, como se espera, tem concedido
aos proprietários o direito à reintegração da posse, mas a pressão
continua, com a Funai ao lado dos invasores. A autarquia tem
trabalhado para ampliar a insegurança jurídica nas áreas de conflito
entre índios e produtores agrícolas. A situação seria outra se a Funai
seguisse as regras estabelecidas pelo Supremo, no julgamento da
legalidade da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, por meio do voto
do ministro, já falecido, Carlos Alberto Direito, dado depois de um
pedido de vista. A Advocacia Geral da União chegou a baixar portaria, em
julho do ano passado, para instruir os diversos órgãos públicos a agir
nos litígios com base nas diretrizes aprovadas pelo Supremo. Depois,
diante das pressões, voltou atrás.
Funai e aliados se aproveitam
da demora no fechamento formal do processo sobre a reserva de Roraima e
atuam como se nada tivesse acontecido. Não por acaso, forem impetrados
inúmeros embargos ao acórdão do processo, cujo relator, Ayres Britto,
caiu na “expulsória” dos 70 anos de idade. O indicado para seu lugar, o
advogado Luís Roberto Barroso, terá de ser sabatinado, aprovado pelo
Senado e tomar posse para avaliar os embargos e encerrar o caso.
Segundo
as regras aprovadas, por exemplo, nenhuma reserva já demarcada pode ser
ampliada (já representam 13% do território nacional), nem haverá
restrição — como desejam Funai e aliados — à atuação das Formas Armadas e
Polícia Federal nas áreas. Preocupada com a tensão, a presidente
Dilma convocou ministros e determinou a criação de programas sociais
específicos para os índios. Mas, em vez de instituir um “Bolsa índio”, a
prioridade da presidente deveria ser enquadrar a Funai e reintegrá-la
ao Estado brasileiro.
2 comentários
FUNAI é uma instituição aparelhada pelo PT. E o PT é assim, eles sempe armam os tumultos, para fragilizar a sociedade e o país e depois dão a solução exatamente conforme o combinado no submundo deles, deixando tudo funcionando depois de acordo com os parâmetros corruptos da quadrilha.
ReplyConclui-se que todo tumulto, urbano ou rural, faz parte do projeto de ditadura bolivariana.
Funai, Incra e um monte de porcaria já deveriam ter sido extintos há muito tempo.
ReplyAgora, vamos ter que botar as ARMAS para resolver o problema.
E espero que desta vez, façam uma limpeza do campo...Limpeza mesmo...