Os conflitos entre índios e produtores rurais motivou o governo federal a estudar a interrupção, mesmo que temporária, da criação de reservas indígenas em regiões de conflito. O pedido foi feito pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a quem está subordinada a Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão federal responsável por estabelecer e executar a política indigenista brasileira, o que inclui a elaboração dos estudos antropológicos necessários à demarcação de novas terras indígenas.
Segundo a assessoria da Casa Civil, os estudos já elaborados pela Funai vão ser confrontados com levantamentos produzidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Outras instâncias do governo, como o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério da Agricultura, também serão consultadas sobre os impactos da demarcação de novos territórios.
De acordo com a assessoria da Casa Civil, a Embrapa já concluiu a reanálise de estudos demarcatórios feitos pela Funai em 15 locais do oeste paranaense. Enquanto a Funai se manifestava a favor da demarcação das reservas, assegurando tratar-se de territórios tradicionais indígenas, mesmo elas estando, hoje, em regiões de grande produtividade rural, a Embrapa assinalou que a presença de índios nos locais é recente ou até mesmo inexistente.
A informação sobre a divergência entre as conclusões da Funai e da Embrapa foi divulgada pela Folha de S.Paulo. Procurada, a assessoria da Casa Civil não fez qualquer reparo à informação e acrescentou que a suspensão pode se estender também a áreas em estudo em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Sul.
Para o ex-presidente da Funai, o advogado Carlos Frederico Marés, a iniciativa do governo federal é inconstitucional e contraria os interesses indígenas. “É a Constituição Federal que diz claramente o que é uma terra indígena, não importando se elas são boas para agricultura ou não. Tecnicamente, compete à Funai, e apenas à Funai, avaliar se uma determinada área preenche os requisitos. Fazer os estudos e demarcar as áreas indígenas é uma determinação constitucional e não uma vontade do governo. Se o governo se nega ou demora demais para fazer isso, está infringindo a Constituição.
Logicamente, envolver outros órgãos nesse processo vai retardar ainda mais a demarcação”, disse Marés à Agência Brasil, acrescentando que é justamente nas áreas em que há conflitos que a rápida intervenção do governo e solução do problema é mais urgente.
O secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber Buzatto, classificou a iniciativa como um “absurdo inconcebível e inadmissível”. “A Embrapa não tem legitimidade e nem competência para tratar do tema. Não há nada na legislação brasileira prevendo isso. A iniciativa parece fazer parte da estratégia de deslegitimação da Funai, que é o órgão responsável por implementar os direitos dos povos indígenas. É mais uma resposta positiva do governo federal à pressão do setor ruralista, que tenta barrar os procedimentos demarcatórios”.
A Agência Brasil solicitou à Casa Civil e ao Ministério da Justiça mais informações a respeito da iniciativa, mas ainda não obteve respostas. (EBC)
9 comentários
Ridículo essa demarcação de terras indígenas. Estamos no século XXI, não no XI. Índio tem que ser integrado à sociedade e não o contrário. Se eles querem só pescar e dormir, que dividam um território em 1 hectare por índio quadrado...
ReplyCoronel,
ReplyVelha tática do PT.
Mente que tranca as novas demarcações (dão um tempinho para cairem no esquecimento) e consegue apoio para infiltrar 6.000 agentes cubanos.
Cuida o posicionamento da K.Abreu sobre os cubanos: Silencio?? hummm..
É tática manjada do sindicalismo brasileiro!!!
JulioK
Fico impressionado como os produtores rurais e a valente senadora Katia Abreu podem acreditar nas promessas da presidente.Se fosse verdade,Dilma exoneraria os funcionarios da Funai ,que sao contra o agro,na mesma hora.O Mst esta aí derrubando tudo,invadindo fazendas produtivas com a complacencia total do governo.
ReplyParece que está chegando a hora de liquidar com essa funai...
ReplyIndio, até algum tempo atraz queria apito; agora querem Ipad e etc...
E depois acabar com mais outras escrescências como reforma agraria um monte de outras merdas que atrapalham o país.
off topic
ReplyAlgum comentário sobre a entrevista do Aécio à Isto É, caro coronel?
http://istoe.com.br/reportagens/295801_TEMOS+UM+PAIS+A+DERIVA+EM+BUSCA+DE+UM+GESTOR+
Se continuar agindo assim, Gleisi será demitida pela a governanta petralha.
ReplyFirme Gleise!Ser petralha é uma doença que tem cura.
Os “estudos” feitos por ANTROpologos é pura balela, é a maior safadeza, aqui em palhoça no morro dos cavalos (br 101) os “índios” são literalmente paraguaios que foram trazidos de lá do Paraguai não falavam nada de tupi só guarani
ReplyParafraseando Euclides da Cunha e os velhos filmes americanos:
Reply"O produtor rural é um forte cercado de índios por todos os lados".
ReplyO Paraná tem duas grandes reservas indígenas, Mangueirinha e Rio das Cobras e mais algumas de território menor, só em Mangueirinha cabem todos os índios do Brasil, tanto ela como a Reserva de Rio das Cobras são enormes e para encontrar idio ali tem que fazer "responso".
Eu acompanhei a expansão do Paraná desde 1960 e, índio no interior era lenda, agora vem esse advogadinho dos grileiros dizer que a terra é dos índios, concordo, manda esses vadios para Mangueirinha e Rio das Cobras.
Ponto para Gleise, futura governadora do Paraná, Beto tem se esforçado para elege-la.