O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim
Barbosa, disse ontem não acreditar que a Câmara descumprirá a ordem da corte
para cassar automaticamente o mandato dos quatro deputados condenados no
processo do mensalão. Barbosa chamou de "especulação" a resistência
lançada pelos integrantes da nova Mesa Diretora da Câmara, eleita anteontem.
"A mim [o descumprimento] não preocupa nem um pouco", disse o
ministro, relator do processo. "Isso é só especulação. Não acredito que
isso vá ocorrer."
Horas após essa declaração, contudo, o novo presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), reafirmou que não seguirá a decisão.
"Eu volto a dizer, e para bom entendedor basta: nós vamos finalizar o
processo", disse Alves. "Quem declara a perda do mandato, quem
declara a vacância do cargo, quem convoca o suplente, quem aprecia as
formalidades legais, (...) o direito de defesa, tudo, esta parte compete à
Câmara fazer." Outros quatro dos sete integrantes da mesa diretora ouvidos
pela Folha concordam com Henrique Alves.
Vice-presidente do Supremo e revisor do processo, Ricardo
Lewandowski também classificou a posição dos deputados de
"especulações". "Essa questão só vai se colocar quando a decisão
[do julgamento] for definitiva, por enquanto, são meras especulações", afirmou.
Quatro parlamentares foram condenados no processo: João Paulo Cunha (PT-SP),
Valdemar Costa Neto (PR-SP), José Genoino (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT).
Segundo a decisão do Supremo, quando não houver mais
possibilidade de recurso no STF -o que ainda não tem prazo para ocorrer-,
caberá ao Legislativo apenas formalizar a perda dos mandatos. A cúpula da
Câmara, porém, diz que submeterá a decisão a rito que pode culminar na rejeição
das cassações pela Casa.
O julgamento do mensalão terminou em dezembro, mas ainda
falta a publicação do acórdão (decisão) para que tenha início a fase da
apresentação de recursos. Lewandowski, por exemplo, disse que ainda está
trabalhando em seu texto e não tem previsão para concluí-lo.Alguns ministros
apostam que é possível divulgar o documento até o fim do mês.
O descumprimento da ordem do STF tem potencial para criar
uma crise institucional entre os Poderes, com um desfecho legal ainda incerto.
Ministros do Supremo e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmam
que o descumprimento caracteriza crime, mas não sabem qual seria o
enquadramento. Integrantes do STF lembram que o crime de desobediência aplicado
a "particulares" prevê multa e prisão.
Há divergência, no entanto, sobre a aplicação a um membro do
Congresso -que inclusive só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável,
o que não é o caso da desobediência. Se a Câmara não seguir a determinação do
tribunal, o Ministério Público Federal pode entrar com um mandado de segurança.
Em entrevista à Folha, no mês passado, Gurgel disse que "não há
dúvida" que um eventual descumprimento é uma "conduta que tem sim
feição de responsabilidade penal". "Teremos que enquadrar no devido
tempo. (Folha de São Paulo)
7 comentários
ReplyNO PROBLEMS, os vagabundos vão para a cadeia e saem terça, quarta e quinta, das 12 as 17 horas para dar expediente no Congresso.
O mundo vai rir do Brasil.
Que essa crise institucional se instale logo.
ReplyNão há mais tempo para perder. Essa autofagia entre os poderes pode ser a saída para um boa faxina, jogando vários parlamentares pilantras, brurocratas corruptos e bandidos togados na cadeia, e haja cadeia para acomodar toda essa escória !
FFAA JÁ !!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Não vai acatar a decisão do STF?????
ReplyPAREDÓN neles!!!!!!
Cel
ReplyO Supremo pode e deve enquadrar o presidente da Câmara por desobediência na ocasião em que acontecer. Cadeia nele! Se não for por isto, motivos não faltarão em um futuro espero que próximo.
Esther
CADEIA É PARA OS QUATRO PÊS:
Reply-
Pobre, prostituta, pinguço e pre**.
Finalizar o processo, para bom entendendor significa cumprir a decisão do STF. E só!
ReplyQualquer coisa diferente, Joaquim... cadeia nesse Nilo!
Sem problema. Os ministros do STF terminarão é falando sozinhos, já que a última palavra é deles.
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