O governo Dilma Rousseff coloca sob risco um patrimônio da política
econômica brasileira conquistado a duras penas ao longo de quase duas
décadas. Trata-se da confiança dos agentes privados nas ações e nos
compromissos assumidos pelas autoridades. A manobra contábil, nos últimos dias de 2012, para maquiar o fiasco na
meta de poupança pública -o chamado superavit primário- é decerto o
golpe mais ostensivo na credibilidade do governo. Coroa uma série de
atitudes voluntariosas que puseram em segundo plano a perseguição de
objetivos centrais da política econômica.
O superavit primário deveria ser algo simples de entender e atingir. O
setor público compromete-se a gastar uma quantia a menos do que arrecada
de impostos. Contabilizam-se os desembolsos em ações típicas do Estado
-pagar a servidores, fornecedores, aposentados, beneficiários de
programas sociais etc. Ficam de fora, numa conta à parte, as despesas
com juros. Com isso, garante-se que o endividamento público fique sob
controle.
Em 2012 os governos federal, estaduais e municipais obrigaram-se a
economizar juntos o equivalente a 3,1% do PIB, quase R$ 140 bilhões. Em
anos ruins, a administração federal pode acionar o recurso, previsto na
regra geral, de subtrair dessa conta desembolsos com o Programa de
Aceleração do Crescimento. Abatidos esses gastos, a meta cairia para
2,3% do PIB.
Mesmo assim, fechada a conta de novembro, a poupança ao longo do ano, de
1,9% do PIB, não cumpria o objetivo. Então o governo federal deslanchou
em dezembro uma operação meramente contábil para alcançar os R$ 19
bilhões restantes e dissimular o fracasso.
Forçou Caixa Econômica Federal e BNDES a pagarem R$ 7 bilhões em
dividendos ao Tesouro. Num só mês, esses dois bancos estatais enviaram à
Fazenda o equivalente a 35% de todos os dividendos transferidos nos
outros 11 meses. Além disso, transferiram-se para o Tesouro R$ 12,4 bilhões do Fundo
Fiscal de Investimento e Estabilização -instrumento criado em 2008 que
serviu, na prática, para financiar a Petrobras com dinheiro do
contribuinte.
Tanta criatividade contábil, embutida numa teia de decretos feitos para
não criar alarde, foi inútil para o objetivo original do superavit
primário -economizar despesa do governo. O setor público não poupou um
tostão com isso. A incapacidade de controlar os gastos de acordo com o pactuado na lei
orçamentária já seria um fator de desgaste para a confiança no governo.
Mas a tentativa de enganar o público com toscos malabarismos fiscais vai
cobrar um preço ainda mais elevado.
(Editorial da Folha de São Paulo, deste sábado)
8 comentários
Cel.
ReplyEu já disse antes... é 171, e dá cadeia!
Taí o resultado da gerentona que deixou falir uma lojinha de R$1,99.
ReplyVai acabar falindo com o Brasil!
Chris/SP
Sr Coronel:
ReplyOntem fiz um pequeno comentário,e terminava com "já assisti esse filme",hoje acrescento "e não gostei"
É o início da inflação.
Saudações
Ps Essa aventura é responsabilidade da intelectualidade que inventou um vagabundo fantasiado de operário.
Coronel,
Replya Argentina está fazendo escola. A gerentona, que fez faculdade na lojinha de R$ 1,99 e faliu, está fazendo mestrado com a Kristina.
QUE NÃO SE ESQUEÇAM : ELA CONSEGUIU QUEBRAR UMA LOJINHA DE 1,99...QUEREM O QUÊ ? QUE ELA ADMINISTRE O BRASIL?
Reply
ReplyPessoal,não é só ella.A incomPTência é geral entre os petralhas.Não sabem administrar nada,quebraram empresas que davam lucro.Quebram qq setor da economia,ciência que elles fazem reuniões todos os dias para descobrir o que É.!!!.fonseca.
A grande verdade é que eles não estão preocupados com nada disto. O que eles querem mesmo é roubar.
ReplyEsse é o jeito petista e comunista de gerir a economia e o estado. Aparelharam e incharam como nunca a máquina do estado, além de torrarem trilhões com projetos inúteis e "programas sociais" duvidosos.
ReplyVão levar o país para o buraco, tão certamente quanto o fato de um dia se seguir ao outro.
Eu digo com frequência para conhecidos que votam no PT, achando que tudo está bem, que um dia a fatura dessa farra seria cobrada. O dia pode chegar antes do que eu imaginava.