O STF (Supremo Tribunal Federal) começa hoje o terceiro capítulo do
julgamento do mensalão e deverá considerar que dirigentes do Banco Rural
e integrantes das agências do empresário Marcos Valério cometeram crime
de lavagem de dinheiro com o objetivo de ocultar os verdadeiros
beneficiários. Ministros ouvidos pela Folha afirmaram que a tendência é pelo
reconhecimento de que o crime de fato aconteceu, mas com grande
probabilidade de absolvição de personagens com menor poder decisório ou
pouco conhecimento do mensalão.
O tribunal continuará analisando as condutas do chamado "núcleo
financeiro", composto por Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Vinícius
Samarane e Ayanna Tenório. Também julgará o papel do empresário Marcos
Valério, seus sócios e funcionários, em relação aos valores que foram
entregues a agentes políticos e assessores. Até o final da semana, o Supremo avaliará a veracidade da acusação da
Procuradoria-Geral da República sobre como o Rural e a SMPB, empresa de
Valério, agiram para esconder o destino final dos recursos desviados.
Segundo a denúncia, a SMPB emitia cheque em que constava ela própria
como beneficiária. O Rural era então informado por funcionários da
agência sobre a real identidade do sacador. Em vez de especificar ao Banco Central quem de fato recebeu os recursos,
diz a acusação, o banco afirmava que o destinatário final era a SMPB,
como suposto "pagamento de fornecedores".
Após mais de um mês de julgamento, o STF já afirmou que recursos
públicos foram desviados da Câmara e, principalmente, do Banco do
Brasil, e que os empréstimos do Rural ao PT e às empresas de Valério
eram fraudados. Para a corte, resta agora analisar a veracidade das acusações feitas
pela Procuradoria sobre os objetivos da distribuição dos recursos.
Integrantes do tribunal avaliam que o Ministério Público descreveu "com
precisão" a estrutura de lavagem de dinheiro relativa ao Rural e à SMPB.
Na semana passada, o ministro Luiz Fux chegou a adiantar
posicionamento, dizendo que foi montada uma "verdadeira lavanderia de
dinheiro". O Rural nega as irregularidades e diz que os empréstimos eram reais.
Argumenta também que sempre avisou o governo sobre os saques.
Os réus ligados à SMPB também negam a prática de crime. O advogado do
empresário diz apenas que os recursos tinham como destinação o pagamento
de dívidas de campanhas eleitorais. Do ponto de vista técnico, as decisões condenatórias criaram o
pressuposto jurídico (crime antecedente, no jargão do direito) para
punições pelo crime. Alguns pontos da discussão sobre este capítulo devem servir para outros
acusados. Dos 38 réus, 33 são acusados de lavagem de dinheiro.(Folha de São Paulo)
4 comentários
Contamos com a competencia e honestidade da amior parte dos Ministros do STF.
ReplyPT na cadeia.
quando lulla13 será processado e encanado? já passou da hora e agora não tem tucanos para segurar a ponta do chefe!
Replypoliocarpo
Lavanderia, creio eu, Coronel.
ReplyEssa SMPB é um grande laranjal! Eheheheheheheeheheh
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