Kassab vira o problema de Serra.

Comentário: cobram deste blogueiro que ele apoiava Kassab irrestritamente e agora é um crítico feroz do prefeito de São Paulo. Peço que fatiem as críticas. Apoiava o líder de um partido nascente, o PSD, que tinha todo o direito de ser formado, tendo em vista a ditadura imposta dentro do DEM por meia dúzia de acólitos de Aécio Neves. Também apoiava o fiel parceiro que exigia que Serra fosse o candidato à prefeitura paulistana, enquanto meio PSDB traía o maior nome do partido, querendo a sua destruição. Gente como José Aníbal e os tucanomonhangabas. A pressão feita por Kassab indo em direção ao PT definiu o jogo para Serra. O que mudou?  

Houve duas mudanças em relaçao ao prefeito. A primeira mudança de posição deste blogueiro  foi quando Kassab teve a atitude ditatorial e autoritária de intervir em Belo Horizonte, na calada da noite, apenas para agradar Dilma Rousseff, em busca de um futuro ministério. Kassab provou que é um político inodoro, incolor e insípido, que acende uma vela a Deus e outra ao diabo. Fez com o PSD o que o DEM estava fazendo e que originou o novo partido. Virou o Kassik Kassab, provando que é um político carreirista igual aos piores.

A segunda mudança veio no momento em que as pesquisas mostraram que, como prefeito, Kassab é uma catástrofe, dono de uma rejeição enorme. Kassab, ao contrário do que este blogueiro esperava, não tem uma obra para inaugurar por dia, não tem absolutamente nada para mostrar que já não seja conhecido. Mal avaliado, está arrastando Serra para o buraco. Cabe concluir, então, que Kassab é uma farsa que enganou até mesmo este blogueiro, sempre tão atento e perspicaz. Não engana mais.  Não é um bom presidente de partido. Não é um bom aliado. Não é um bom prefeito. Não será um bom ministro.  Leiam, abaixo, matéria do Valor Econômico.

Kassab preocupa mais a campanha de Serra do que Russomano

No grupo que coordena a campanha de José Serra (PSDB) a prefeito de São Paulo, o empate na liderança das intenções de voto com Celso Russomanno (PRB) é ainda visto como um problema menor. Preocupa sobremaneira os tucanos o que tem sido chamado de "efeito Kassab". A relação direta feita pelo eleitor entre a gestão do atual prefeito Gilberto Kassab (PSD), considerada ruim ou péssima por 43% do eleitorado - segundo pesquisa do Ibope - e a candidatura de Serra tem segurado os índices em um patamar abaixo do que a campanha esperava às vésperas da propaganda televisiva.

Segundo um dos integrantes da campanha, o eleitor sequer recorda que Kassab venceu a eleição de 2008. "Para a maioria, foi o Serra que deixou o mandato em 2006 e botou o Kassab na cadeira de prefeito. As pessoas nem lembram que ele venceu uma eleição por conta própria. Logo, atribuem a administração mal avaliada ao Serra", conta. A fala do tucano coaduna com a sondagem do Ibope. Entre os 18% de eleitores que aprovam Kassab, Serra obtém 42% das intenções de voto. Já entre os 43% que a desaprovam, apenas 15% pretendem votar no tucano.

Para outro integrante da campanha, que considera a rejeição à gestão Kassab desproporcional às suas realizações, Serra tem sido leal ao prefeito ao não renegar que o governo atual é uma extensão daquele iniciado em 2005. Em entrevistas, Serra de fato avalia que três modelos de gestão passaram pela cidade: o de Paulo Maluf (PP) e Celso Pitta, a administração "petista" - com Luiza Erundina (PSB) em 1989 e Marta Suplicy (PT) em 2000 - e a tucana, com Serra e Kassab. E considera este último o melhor período para a cidade.

Para destravar a possível subida de Serra nas sondagens, foi marcado para a noite de ontem um jantar na casa do presidente municipal do PSDB, Júlio Semeghini. A previsão era de que além de deputados federais, estaduais e vereadores do partido, estariam presentes Kassab e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), aprovado por 41% dos paulistanos de acordo com a mesma pesquisa e visto como cabo eleitoral crucial para as pretensões de Serra.

Além de traçar a estratégia junto aos parlamentares para uma participação mais vistosa na campanha, o convescote mirava dissipar a resistência do secretário estadual de Energia, José Aníbal, derrotado na prévia partidária, em registrar apoio ao candidato tucano. Esperado para o jantar, Aníbal é influente junto à base do partido, que tem se mostrado em alguns casos arredia. Na quinta-feira, o presidente do diretório do PSDB no Jabaquara (zona sul da capital), Milton Kamiya, e seu vice, Romualdo Moraes, anunciaram adesão à candidatura do concorrente Gabriel Chalita (PMDB).

Em relação a Russomanno, ainda impera a leitura de que ele é desprovido de apoios do Executivo e de tempo de propaganda na TV, portanto perderá fôlego. O eleitor que hoje lhe dá bons índices, acreditam tucanos, migrará para Fernando Haddad (PT), que irá ao segundo turno com Serra. Integrantes de PSDB e PSD ouvidos pelo Valor concordam, inclusive, na data para se ter uma sondagem mais realista do cenário paulistano: início de setembro, quando a propaganda televisiva entrará em sua terceira semana.

Um tucano prevenido ressalva: "Agora, se bater o feriado [sete de setembro, um mês antes da eleição] e o Russomanno continuar lá em cima, fura toda a estratégia".