Talvez pareça um jogo de palavras a recomendação do Tribunal de Contas
da União (TCU) a diferentes órgãos do governo de que, nos programas
considerados essenciais pela presidente Dilma Rousseff, "adotem as
medidas que se fizerem necessárias para que sejam efetivamente
priorizadas as execuções das ações definidas como prioritárias no Plano
Plurianual 2012/2015". A recomendação, no entanto, resume uma das
características das administrações do PT que, pela persistência, se
transformou em sua marca: a enorme distância entre o discurso e a ação,
entre o plano e sua execução. Fala-se muito, mas faz-se pouco.
A recomendação de tornar prioritário o que se anuncia como prioridade é apenas uma das 40 feitas pelo TCU, que também fez 25 ressalvas, no relatório sobre as contas do primeiro ano do governo Dilma. O documento que foi enviado na quarta-feira (23/5) ao Congresso, que certamente aprovará as contas do Executivo, contém, como se lê em seu sumário, "elementos técnicos e informações essenciais para compreensão e avaliação do Executivo na condução dos negócios do Estado". É, por isso, subsídio importante para a sociedade analisar e julgar o desempenho do governo.
Embora tenha recomendado ao Congresso a aprovação das contas, o relatório emprega expressões como "anômalo", "desobediente", "incipiente" para se referir a partes das demonstrações econômico-financeiras encaminhadas pelo Executivo.
Algumas das falhas mais notórias da gestão Dilma, boa parte apontada também na gestão anterior do PT, estão resumidas no relatório. Do ponto de vista financeiro, por exemplo, o documento aponta a necessidade de melhoria do gasto público, caracterizado por problemas no planejamento e monitoramento das ações do governo, deficiente execução financeira de ações consideradas prioritárias e uso exagerado de restos a pagar - ou seja, despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro e que, por isso, são transferidas para exercícios posteriores -, que dificulta a avaliação da execução orçamentária. Resumidamente, há falhas no planejamento das ações, no seu acompanhamento e na sua liquidação financeira.
Na área de infraestrutura, entre outros pontos que mereceram ressalva, o TCU destaca os riscos decorrentes do atraso do governo na definição das regras que serão aplicadas às concessões do setor elétrico cujos contratos vencerão a partir de 2015. Esses contratos representam 18% de toda a geração de energia elétrica no País e 84% da rede de transmissão e envolvem 37 das 63 distribuidoras existentes.
Das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - cujos investimentos passaram dos R$ 504 bilhões iniciais (período 2007-2010) para R$ 1,4 trilhão até 2021 -, o relatório adverte para os atrasos na execução de obras consideradas estruturantes, o que pode comprometer a aplicação dos investimentos previstos e retardar seus efeitos sobre o crescimento da economia. O documento lembra que o término de algumas obras, como da Hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo, antes previsto para 2014, já foi adiado para 2019 - e, poderíamos acrescentar, não há certeza de que o novo prazo seja cumprido. Em média, com os sucessivos repactuamentos, as obras do PAC têm atraso médio de 437 dias.
As causas desses e de outros atrasos, além da dificuldade de obtenção do licenciamento ambiental para muitos projetos, estão dentro do governo. Obras são iniciadas sem que haja projetos executivos de qualidade e adequados às exigências do processo licitatório, o que resulta na necessidade de revisões durante sua execução, provocando atrasos e aumento do custo. Obras da Copa do Mundo estão nesse caso. Além de projetos de má qualidade, o TCU apontou outro problema: "a baixa capacidade (do setor público) de gerenciar grandes obras de engenharia e projetos complexos.
Em resumo, o relatório expõe com argumentos fortes algumas deficiências administrativas do governo. O País ganharia muito se, desta vez, as ressalvas e as recomendações do TCU resultassem em melhor uso do dinheiro público. Mas o histórico dos governos petistas não justifica esse tipo de otimismo. (Do Estadão)
A recomendação de tornar prioritário o que se anuncia como prioridade é apenas uma das 40 feitas pelo TCU, que também fez 25 ressalvas, no relatório sobre as contas do primeiro ano do governo Dilma. O documento que foi enviado na quarta-feira (23/5) ao Congresso, que certamente aprovará as contas do Executivo, contém, como se lê em seu sumário, "elementos técnicos e informações essenciais para compreensão e avaliação do Executivo na condução dos negócios do Estado". É, por isso, subsídio importante para a sociedade analisar e julgar o desempenho do governo.
Embora tenha recomendado ao Congresso a aprovação das contas, o relatório emprega expressões como "anômalo", "desobediente", "incipiente" para se referir a partes das demonstrações econômico-financeiras encaminhadas pelo Executivo.
Algumas das falhas mais notórias da gestão Dilma, boa parte apontada também na gestão anterior do PT, estão resumidas no relatório. Do ponto de vista financeiro, por exemplo, o documento aponta a necessidade de melhoria do gasto público, caracterizado por problemas no planejamento e monitoramento das ações do governo, deficiente execução financeira de ações consideradas prioritárias e uso exagerado de restos a pagar - ou seja, despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro e que, por isso, são transferidas para exercícios posteriores -, que dificulta a avaliação da execução orçamentária. Resumidamente, há falhas no planejamento das ações, no seu acompanhamento e na sua liquidação financeira.
Na área de infraestrutura, entre outros pontos que mereceram ressalva, o TCU destaca os riscos decorrentes do atraso do governo na definição das regras que serão aplicadas às concessões do setor elétrico cujos contratos vencerão a partir de 2015. Esses contratos representam 18% de toda a geração de energia elétrica no País e 84% da rede de transmissão e envolvem 37 das 63 distribuidoras existentes.
Das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - cujos investimentos passaram dos R$ 504 bilhões iniciais (período 2007-2010) para R$ 1,4 trilhão até 2021 -, o relatório adverte para os atrasos na execução de obras consideradas estruturantes, o que pode comprometer a aplicação dos investimentos previstos e retardar seus efeitos sobre o crescimento da economia. O documento lembra que o término de algumas obras, como da Hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo, antes previsto para 2014, já foi adiado para 2019 - e, poderíamos acrescentar, não há certeza de que o novo prazo seja cumprido. Em média, com os sucessivos repactuamentos, as obras do PAC têm atraso médio de 437 dias.
As causas desses e de outros atrasos, além da dificuldade de obtenção do licenciamento ambiental para muitos projetos, estão dentro do governo. Obras são iniciadas sem que haja projetos executivos de qualidade e adequados às exigências do processo licitatório, o que resulta na necessidade de revisões durante sua execução, provocando atrasos e aumento do custo. Obras da Copa do Mundo estão nesse caso. Além de projetos de má qualidade, o TCU apontou outro problema: "a baixa capacidade (do setor público) de gerenciar grandes obras de engenharia e projetos complexos.
Em resumo, o relatório expõe com argumentos fortes algumas deficiências administrativas do governo. O País ganharia muito se, desta vez, as ressalvas e as recomendações do TCU resultassem em melhor uso do dinheiro público. Mas o histórico dos governos petistas não justifica esse tipo de otimismo. (Do Estadão)
6 comentários
E isso é novidade, meu valente Coronel? Novidade seria o TCU provar que os petralhas não são corruptos! E deixa os ParasiTas espernearem! É exercício, faz bem para a coluna horizontal deles...!
ReplyCorruptos e ingratos. Além de burros. Achem que a conta não chegará.
ReplyVeja isso. Dilma é curada de um cancer.
O que faz ela? Agradece? Retribui? NAO...reduz pela metade o salário dos médicos da rede pública. Lógico....ela não vai usar.
http://blogdomariofortes.blogspot.com.br/2012/05/o-troco.html
Cel,
ReplyO TCU descobriu agora aquilo que boa parte da população já sabia ? Aqui no Blog do Cel. estamos combatento a corrupção e a incompetência desde que os porcos vermelhos tomaram o poder comandado pelo rei da Caatinga.
FORA PT!
FORA CORRUPÇÃO!
FORA INCOMPETÊNCIA!
Índio Tonto/SP
TCUs TCEs...tudo bobagem
ReplyTCESC recomendou a volta de todos os beneficiados do Trem da Alegria do governo LHS e nada foi feito. Relatório anexado ao processo que já estava no TJSC e sentaram em cima par não prejudicar os passageiros do trem, alguns com fortes laços no Judiciário.
TCESC enumera desvios do uso das verbas que deveriam ser aplicadas apenas na Educação, incluindo Fundeb, algo foi feito? Desvincularam o Fundeb do orçamento geral que repartiar o bolo com TJSC, TCE, Alesc, Udesc e até MP.
Mas enqto puderam usaram as verbas, se beneficiaram e com a cara de pau de dizer e admitir que não poderiam abrir mão nas verbas do Fundeb para continuar com seus planos, como turbinar pagamentos dos que trabalham nos tribunais e Alesc, ampliação de varas, etc. Tudo dinheiro da EDUCAÇÃO.
O que tribunais de contas dizem vale tanto quanto aquilo que pombos fazem pela cidade todas.
¬¬
Índio Tonto/SP
ReplyDiscordo da colocação Rei da Caatinga, só se for da CATINGA.
Coronel,
Replypergunto: e o TCU faz o que com esta informação?
Simplesmente a libera e adeus?
Ninguém é questionado?
Ninguém é punido??
Afinal, para que serve o TCU?
Flor Lilás