Gurgel chama os mensaleiros para a briga.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse ontem que as críticas que sofre de integrantes da CPI do Cachoeira por não ter investigado o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) em 2009 são feitas por quem tem "medo do julgamento do mensalão". Sem citar nomes, Gurgel, responsável por acusar réus do processo, disse ser "compreensível" que pessoas que buscam proteger ou que são "ligadas a mensaleiros" queiram atacá-lo e também a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que serão responsáveis por julgar o caso. 

As críticas a Gurgel têm sido lideradas pelo PT -partido da maior parte dos envolvidos no escândalo de 2005 e que tem controle sobre a CPI. Parlamentares têm dito que Gurgel tem de depor na comissão.A principal crítica feita ao procurador é que ele deveria ter investigado Demóstenes em 2009, quando recebeu o material da Operação Vegas, da Polícia Federal, que já investigava o empresário Carlinhos Cachoeira, acusado de corrupção e de comandar jogos de azar. 

Os autos da Vegas foram incorporados neste ano a outra operação da PF, a Monte Carlo, que começou em novembro de 2010 e resultou na prisão de Cachoeira. Gurgel diz que o material da Vegas não era suficiente para pedir inquérito contra Demóstenes e que, graças à sua atitude, a apuração pode continuar na Monte Carlo e ser mais efetiva. "O que nós temos são criticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão. Pessoas que estão muito pouco preocupadas com as denúncias em si mesmo, com os fatos -desvio de recurso, corrupção etc.- e ficam preocupadas com a opção que o procurador-geral tomou em 2009, opção essa altamente bem-sucedida. É um desvio de foco que eu classificaria como no mínimo curioso", afirmou Gurgel. 

As declarações irritaram integrantes do governo. No grupo ligado ao ex-presidente Lula e ao ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, acusado pela Procuradoria de liderar o esquema do mensalão, a crítica foi explícita. "Assim como o país não sabia quem era o Demóstenes, a presidente Dilma também não tinha como saber quem era o Gurgel ao nomeá-lo", disse o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Gurgel é procurador-geral desde 2009 e foi reconduzido por Dilma em 2011 depois de vencer a eleição interna entre os procuradores. 

Na CPI, a pressão sobre o procurador cresceu após o depoimento prestado pelo delegado da PF Raul Alexandre Souza à comissão, anteontem. Ele disse que Gurgel deixou de fazer investigações necessárias em 2009. Na reunião, o senador Fernando Collor (PTB-AL) atribuiu a Gurgel uma "espécie de ameaça velada" a parlamentares, pois estaria disseminando a informação de que informações coletadas pela PF poderão atingir outros parlamentares. 

Em suas declarações de ontem, Gurgel fez referência indireta a Collor ao dizer que os seus críticos são, "se não réus [do mensalão], protetores de réus", além de já terem sido alvos do Ministério Público e que agora querem "retaliar". Outro foco de potencial atrito gira em torno das provas encaminhadas pela Procuradoria à comissão. O delegado Souza afirmou que a PF interceptou 61.813 telefonemas na Vegas. Contudo, a quantidade de grampos que chegou é bem inferior, segundo cinco parlamentares ouvidos pela Folha. A Procuradoria não informou o total dos áudios enviados. O delegado Souza fará hoje comparação entre o material da PF e o enviado à CPI.(Folha de São Paulo)

7 comentários

só o que faltava!

os mensaleiros eh que tem de explicar para a sociedade todas as falcatruas da maior jogada de corrupcao que já houve nessepaiz!

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Chame é?


Sei...

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Se o STJ não tivesse prevaricado, mas tivesse cumprido seu dever e aplicado o rigor da lei nessa cambada de saqueadores, hoje o criador (stf) não estaria sendo dominado pelas 'criaturas' que criou com a impunidade.
Quem sabe ainda é tempo de reverter o processo e livrar o Brasil desse câncer vermelho chamado pt.

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Cel.

Penso que Gurgel agiu de forma correta não aceitando sentar na cadeira da CPI.

Os que julgam que ele cometeu ilegalidades, que se dirijam à Justiça !

O que esta turma da CPI quer, sob a batuta do Zé Dirceu e do Mulla, que diz que o mensalão nunca existiu, é desmoralizar o STF e o PGR, e por tabela agredir à liberdade de imprensa.


Chris/SP

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Delegadinho safado, pau mandado pela SOC. Dale Gurgel, nosso Jô do MP!

Sds

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""Assim como o país não sabia quem era o Demóstenes, a presidente Dilma também não tinha como saber quem era o Gurgel ao nomeá-lo"

Verdade. Só que o DEM mandou o Demóstenes passear e este não voltará mais ao partido. Já o Delúbio está de volta onde mesmo?

Já a Dillma sabia, por exemplo, quem era José "Quebrador Ilegal de Sigilo Fiscal" Pallocci era ANTES DE NOMEÁ-LO... não é mesmo?

Como diz o Miranda Warning, tudo o que petralha diz acaba mesmo sendo usado contra ele!

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Manoel Francisco Gomes mod

O Procurador Geral da República Gurgel é um dos alvos do vingativo Lula. O embusteiro de Garanhuns/Caetés não o perdoa por ter dado parecer em que afirma que os mensaleiros formavam uma quadrilha, cujo chefe era José Dirceu. Imaginem se ele tivesse dito que o chefe-maior era o próprio Lula.

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