Dilma puxa "gatilho" contra poupança.

O governo Dilma Rousseff anunciou ontem a redução da remuneração da caderneta de poupança com o objetivo de abrir espaço para quedas adicionais na taxa básica de juros. As novas regras de remuneração da mais tradicional e popular aplicação financeira do país mudam a partir de hoje. A Folha havia adiantado a que Dilma tomara a decisão anteontem. O novo modelo vale apenas para novos depósitos e novas contas -as que já existem seguem com o cálculo de seus rendimentos sem modificações. 

Foi criado um "gatilho". A poupança só passa a render menos quando quando a taxa básica do Banco Central, a Selic, for igual ou inferior a 8,5 % ao ano. Hoje ela está em 9%. Sempre que isso ocorrer, as novas cadernetas de poupança e novos depósitos terão seus rendimentos calculados com base em 70% da Selic, acrescidos da TR (Taxa Referencial, que não muda). Enquanto a taxa do BC estiver acima desse patamar nada muda, inclusive para as novas poupanças -que continuam a ter uma correção de 6,17% ao ano mais TR, como prevê o modelo atual. 

O BC já indicou que deve promover novo corte dos juros na reunião dos dias 29 e 30 -o Planalto espera chegar ao "gatilho" de 8,5% nela. "A mudança é mínima, e não afeta os interesses e benefícios dos correntistas da caderneta de poupança", afirmou o ministro Guido Mantega (Fazenda). A alteração preserva os atuais poupadores, mas afetará os novos depósitos em relação à realidade atual da poupança "O Brasil dá um passo fundamental na direção de remover resquícios herdados do período de inflação alta" disse o presidente do BC, Alexandre Tombini. 

Caso o juro real (descontada a inflação) chegue a 2%, como é o objetivo declarado de Dilma, o rendimento da poupança para os novos depósitos ficará cerca de 18% menor do que o previsto hoje. A nova regra, que entra em vigor via medida provisória, foi uma decisão de Dilma para liberar o BC a seguir reduzindo a Selic, que serve como referência para o mercado. É que, como a poupança tem hoje um rendimento mínimo garantido por lei e seus ganhos são isentos de IR, ela se tornaria mais atrativa que os investimentos em renda fixa com a queda da Selic. 

Assim, quem investe em títulos do Tesouro e ajuda a financiar a dívida federal migraria para a poupança, criando dificuldades para o governo. Dilma fez da redução dos juros sua bandeira. Bancos públicos baixarem taxas, obrigando os privados a segui-los. Na segunda, ela endureceu o discurso e atacou "a lógica perversa" dos bancos. Isso tudo visa ganhar apoio político à espinhosa decisão de mudar a poupança.Mesmo o também popular Luiz Inácio Lula da Silva teve de mudar de ideia em 2009, visto que foi acusado de prejudicar o pequeno poupador e deixar os bancos ilesos.

Agora, a oposição teve reações divididas. Os líderes do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), e no Senado, Alvaro Dias (PR), atacaram o governo. "O porto seguro das pequenas economias pagará o pato dessa guerra santa deflagrada pela presidente, que não mostra coragem para mexer no que interessa: tributos e ganhos de bancos", disse Dias, cuja crítica também foi feita pela Força Sindical. Já o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), afirmou que o partido vai encomendar estudo para analisar os a mudança. O mesmo fará a CUT, alinhada ao Planalto.(Folha de São Paulo)

11 comentários

Sr Coronel:

A briga dos juros com os bancos é contra ponto para a TUNGADA NA POUPANÇA,como diz lula, é sempre no mais fraco que a corrente ARREBENTA.
A formula do calculo é igual ao raciocinio do lula:
51 DIVIDIDO POR DOIS
É MEIA GARRAFA PARA CADA UM

Saudações

Reply

Coronel,

O problema de fundo é o DESCONTROLE da economia. Estão aplicando receitas HETERODOXAS e CAUSUISTAS na economia como nos ANOS 80(lembram onde fomos parar????).

JulioK

Reply

Não é a toa que lula e color aparecem abraçados.
De novo estão tungando a poupança.
Na primeira vez, enquanto tungavam trocavam carícias amorosas por debaixo da mesa, agora trocam maços de dinheiro suado, são menos passionais e mais pragmáticos.
Mais do mesmo, a lógica do comunismo, os falsos profetas que pregam em nome do povo - SOCIALIZAM O PREJUÍZO E PRIVATIZAM O LUCRO.
Quando a TR baixar vão roubar o dinheiro do pobre e quando a TR subir vão roubar novamente, ou vão aplicar a regra dos 70% quando for favorável ao pobre?
Em quem eu voto para para fazer oposição?
Vou ter que aderir a única forma de acabar com a TIRANIA? REVOLUÇÃO?

Reply

Caro CN. Bem feito para quem tem dinheiro na poupança e votou nessa senhora e nesse partido.Abs.Vales.

Reply

Não sei porque tanta preocupação com a poupança.
Se os juros caem linearmente, porque os da poupança não deveriam cair?
Afinal, que poupa também financia alguma coisa em algum momento.
Não tem nada melhor na economia do que juros baixos. Vamos nos acostumando. Quem tem dinheiro parado, eu aceito investimentos na minha empresa. Garanto rentabilidade de até 19% ao ano. Muito melhor do que a poupança, mas com certos riscos. Vão encarar?

Reply

Faltou a jararaca definir se baixa os impostos de quem aplica em títulos do governo, O ÚNICO DEVEDOR DO PAÍS QUE COBRA JUROS(impostos) sobre todas as suas dívidas. Só o morto-vivo Hugo Chavez e a Zélia podem imaginar isto.
O governo agiria melhor se por decreto (MP) colocasse IOF de 100% sobre rendimentos acima de 10 mil reais por mês ( conta com 1,8 milhão) e até este valor receberia normal. Acima todo o dinheiro seria imposto. assim quem tivesse:
a) 18 mil - ganha 100 reais mês e no ano mil reais, como o rendimento seria abaixo do nível não teria alteração nenhuma.
Quem tem 1,8 mil seria limite pois teria 10 mil de ganho mensal.
Se algum imbecil colocasse 180 milhões de reais, não ganharia um milhão de juros e sim os 10 mil de máximo e isto transformaria a poupança em aplicação dos mais pobres, quem tem mais de 150 mil pode colocar em fundos e consumo.
Aos endinheirados existe o mercado de ações americanos, o país começa a se recuperar da recessão e preços de ações tem mais possibilidade de subir e EM DÓLARES. O dólar logo vai estar em 3 a 7 reais, a Dilma poderia até zerar a Selic, zerar o IOF em aplicações em fundos que ninguém aplicaria nada em títulos do governo. O governo teria que vender o ouro físico das reservas do Banco Central ou dólares ao povo e isto dolarizaria a economia e TCHAU PETRALHAS. FORA DIRCEU/DILMA.

Reply

Traécio como bom mineiro já tem a sua NEM CONTRA NEM A FAVOR, MUITO PELO CONTRÁRIO. Acredito que o partido vai silenciar porque não baixará dos 8,5 a taxa de juros, a inflação está em 7% e do 1% aplicados em títulos do governo, 1,66% são IR na fonte, o que leva o juro real a -0,66% ( imposto patrimonial) o que é inconstitucional pois o imposto sobre grandes fortunas não foi nunca regulamentado e se for só valerá para fortunas amealhadas após a data da promulgação da emenda constitucional ou lei.

Reply

Em matéria de "puxar o gatilho", ella sabe tuuuudo...

Reply

Esse foi o maior assalto ao pobre desde o bloqueio da poupança pelo Collor!

É um absurdo usar o rendimento da poupança do pobre para bancar MAIS AINDA a dívida pública e o rendimento do dinheiro dos ricos e banqueiros.

Sem contar que os bancos, QUE NÃO REDUZIRAM JUROS COISA NENHUMA, ganharam o mimo de ao cobrar menos juros também pagarem um rendimento menor para a poupança do brasileiro.

Na prática, TODOS OS BRASILEIROS estão bancando os SUPOSTOS JUROS REDUZIDOS DE ALGUNS.

Reply

Posta em prática, a proposta apresentada por Persio Arida traria como consequencia imediata uma queda brusca no preço dos imóveis, o que seria EXCELENTE para o povo, embora ruim, claro, para construtoras e incorporadoras (área na qual estão sendo criados verdadeiros oligopólios, aliás).

Os juros do SFH, bem abaixo das taxas de mercado, é que fizeram os imóveis custar a verdadeira fortuna que custam hoje. O crédito fácil, tomado por muita gente, está na origem da bolha.

Note, Coronel, que por R$ 1.000,00 ou R$ 1.200,00 mensais é possível alugar um apartamento que, na transação de compra e venda, não sai por menos de R$ 300.000,00. Ora, quem tem trezentos mil no bolso só comprará o apartamento se for maluco, porque consegue com facilidade pelo menos R$ 2.000,00 por mês em fundos atrelados aos títulos públicos! Conclusão: só compra o apê quem não tem a grana, porque prefere pagar prestação parecida com o aluguel e chamar o imóvel de "seu" (depois de 30 anos hipotecado ao banco...).

Dessa forma, se o crédito imobiliário fosse enxugado (porque mais caro), e a poupança, então, melhor remunerada (já que 65% dos recursos têm destinação compulsória para o SFH), talvez o brasileiro conseguisse poupar por alguns anos (ganhando juros melhores) e comprar efetivamente à vista a sua casa própria (bem mais barata), com a escritura "limpa" desde logo. Hoje, o dindim é repassado à vista, por preços hiperinflacionados, para os tubarões da construção civil, enquanto o povo passa a vida pagando o imóvel hipotecado, sem conseguir poupar um tostão.

Simples assim.

Reply

Posta em prática, a proposta apresentada por Persio Arida traria como consequencia imediata uma queda brusca no preço dos imóveis, o que seria EXCELENTE para o povo, embora ruim, claro, para construtoras e incorporadoras (área na qual estão sendo criados verdadeiros oligopólios, aliás).

Os juros do SFH, bem abaixo das taxas de mercado, é que fizeram os imóveis custar a verdadeira fortuna que custam hoje. O crédito fácil, tomado por muita gente, está na origem da bolha.

Note, Coronel, que por R$ 1.000,00 ou R$ 1.200,00 mensais é possível alugar um apartamento que, na transação de compra e venda, não sai por menos de R$ 300.000,00. Ora, quem tem trezentos mil no bolso só comprará o apartamento se for maluco, porque consegue com facilidade pelo menos R$ 2.000,00 por mês em fundos atrelados aos títulos públicos! Conclusão: só compra o apê quem não tem a grana, porque prefere pagar prestação parecida com o aluguel e chamar o imóvel de "seu" (depois de 30 anos hipotecado ao banco...).

Dessa forma, se o crédito imobiliário fosse enxugado (porque mais caro), e a poupança, então, melhor remunerada (já que 65% dos recursos têm destinação compulsória para o SFH), talvez o brasileiro conseguisse poupar por alguns anos (ganhando juros melhores) e comprar efetivamente à vista a sua casa própria (bem mais barata), com a escritura "limpa" desde logo. Hoje, o dindim é repassado à vista, por preços hiperinflacionados, para os tubarões da construção civil, enquanto o povo passa a vida pagando o imóvel hipotecado, sem conseguir poupar um tostão.

Simples assim.

Reply