R.I.P., DEM.

Enquanto o PT homenageia Delúbio e tem José Dirceu como o grande andarilho das eleições, botamos para fora a segunda das nossas estrelas flagradas em denúncias.

DO PRESIDENTE DO DEM, SENADOR JOSÉ AGRIPINO (RN), sobre a decisão de afastar o senador Demóstenes Torres (GO) dos quadros do partido por conta de seu envolvimento com o acusado de contravenção Carlinhos Cachoeira. 

O DEM, partido em extinção, não perde a pose e só acumula equívocos. O seu presidente, aquele que ressuscitou Dilma Rousseff por não enfrentá-la no Senado, dá mais uma prova, com a frase acima destacada pelo Painel da Folha, de uma petulância e arrogância despropositadas. Deveria estar recolhido à sua vergonha. As principais lideranças do DEM fizeram de tudo para que o PSD não fosse fundado, questionando todos os passos do novo partido. Trataram o "partido do Kassab" como o "partido da boquinha", o que não se comprovou, pois os seus integrantes não ocuparam nenhum cargo e têm votado contra ou a favor do governo, com total independência. Quando o TSE julgou o registro do PSD, Demóstenes, o então probo e honesto, o então paladino da Ficha Limpa, disse, do alto da sua inatacável conduta:

O Lewandowski fez lembrar seus tempos de advogado de sindicato. Ele pode cobrar honorários do Kassab (…)Todo mundo que assistiu pela TV Justiça teve a oportunidade de ver o Lewandowski dançando na boquinha da garrafa e o Marco Aurélio se esforçando para segurar o Tchan.

Ontem, a revista Época publicou diálogo onde Carlinhos Cachoeira praticamente ordenava a ida de Demóstenes Torres para o PMDB, para se aproximar de Dilma. A "segunda estrela" do DEM estava, pois, com um pé no governo. Só não foi porque, provavelmente, Michel Temer já sabia dos desdobramentos das denúncias contra o senador contidas na investigação da Polícia Federal. É triste ver um partido como o DEM, que já teve figuras de ponta da oposição, ostentando como maior diferencial a expulsão de corruptos e fazendo aliança com o Garotinho no Rio de Janeiro, além de nao querer abrir mão da "boquinha" na Prefeitura de São Paulo. Foi bom enquanto durou. R.I.P., DEM.

(R.I.P.: requiescat in pace, descanse em paz)