Prévias tucanas metem partido "numa encalacrada sem tamanho", diz dirigente.

"As anunciadas prévias do PSDB estão metendo o partido numa encalacrada sem tamanho. Com todo o respeito aos pré-candidatos, quem decide uma eleição é a população de uma cidade. Militantes quase sempre raciocinam espremidos pelas paredes partidárias, que limitam a visão ao espaço onde se encontram. Há tarefas que competem aos líderes e que eles não devem delegar. Fosse o Brasil um país de partidos sólidos, talvez fosse possível compreender que eles dispensassem a decisão, em instância final, das suas lideranças. Mas não é essa a realidade que vivemos. Aqui, partidos se formam de cima para baixo, para atender necessidades de vários matizes. Eles nem sempre representam, efetivamente, os pontos de vista de algum segmento expressivo da sociedade. A exceção poderia ser o PT, não fosse o senhor Luiz Inácio Lula da Silva haver conspurcado, em sua gestão como presidente da República, a trajetória inicial do partido, tirando-lhe as características ao se aliar ao que há de pior na vida pública nacional. 

Se é esse o quadro, o PSDB deveria se ater à realidade até que tenha condições de mudá-la, para adequá-la a procedimentos mais consentâneos com a necessidade de aprimoramento da representação popular e, consequentemente, de fortalecimento da democracia. Para tanto, ganhar as eleições é imprescindível para que, no exercício do poder, o partido possa promover as transformações que são necessárias para que o país avance politicamente. Ganhar ou perder faz parte do processo. Mas não se pode correr o risco de perder de véspera simplesmente para cortejar as "bases" do partido, como se a vontade dessas representasse a da população. 

Sejamos objetivos, portanto. O PSDB tem de ter um projeto de poder não com o objetivo de ocupá-lo para usufruir benesses e distribuí-las, mas sim com o propósito de promover as transformações que são necessárias para o desenvolvimento do país e para o aprimoramento das instituições. Submeter as candidaturas a prévias acarreta riscos enormes de derrota, com graves prejuízos para o PSDB e para a população da capital, que vai ter que acabar se havendo com um modelo de gestão que aqui, há algum tempo, tem sido repudiado. Paralelamente, esse desfecho terá implicações tanto no Estado quanto no plano nacional, já que ninguém desconhece o projeto petista de derrubar a última e mais importante trincheira, fincada em São Paulo, como parte de seu objetivo de prevalecer indefinidamente à frente do poder no Brasil.

Na Alemanha, a inoperância dos social-democratas, que menosprezaram os sinais de avanço das forças ligadas ao demagogo de Munique, fez com que eles fossem responsabilizados, perante a história, como cúmplices, por omissão, da ascensão dos nazistas ao poder. Aqui, os equívocos da oposição estão nos arrastando para a consolidação de uma só força política, tirando os espaços para a viabilização de propostas alternativas de exercício do poder. Enfim, ou o PSDB compreende a importâncias das eleições municipais em São Paulo e age para enfrentá-las com competência, ou não poderá se lamentar, no futuro, por se encontrar em dificuldade para se apresentar à sociedade brasileira.

Como está, não vai dar. O adversário é forte. Cumpre não menosprezá-lo. Além de tudo, é ardiloso e capaz de lançar mão de qualquer recurso para ganhar as eleições. Para eles, tudo é permitido, exceto perder.Por isso, o que se espera da oposição, além de não agir como eles, é maturidade. Que escolha um candidato competitivo e capaz de agregar apoios, sem se enfiar numa camisa de força que pode agradar alguns milhares de filiados, mas que não atende às expectativas da sociedade. Ela, alheia às disputas internas de partidos políticos, quer e precisa de uma figura com que possa se identificar e depositar esperanças de um futuro melhor para si e para a sua cidade. É isso. Juízo é o que interessa. O resto não tem pressa."

5 comentários

Salve.
È espantoso como em momento algum, seja qual for a circunstância, essa tucanada bico-mole consegue se referir ao PT sem, de um modo ou de outro, preserva-lo de suas próprias malfeitorias e ainda lhe encontrear qualidades:
Como então que o PT é o único partido realmente representativo, só tendo a reprova-lo o fato do senhor Luiz Inácio Lula da Silva "haver conspurcado (...) a trajetória inicial do partido, tirando-lhe as características ao se aliar ao que há de pior na vida pública nacional"?!?
Que meigo! Quer dizer então que a PTzada sempre foi "tutto buona gente" até o momento em que se deixou inocentemente misturar com más companhias?
Tudo culpa da "direita" então!

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Na minha opinião as prévias deveriam ter sido feitas ano passado.

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Esse artigo serve de consolo.Ainda tem gente que pensa no PSDB.

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Então, caro Lobo, trabalhe para que haja chapa com o vice-governador Afif do PSD como cabeça e um humilde mas não menos honroso braço direito do PSDB alinhavando apoios (de minha parte, deveria ser o excelente administrador Andrea Matarazzo, mais herdeiro do legado político do Covas que seu neto Bruno).
Essa chapa de cabeça invertida (por que não) sinalizaria esforço de parceria duradoura para as outras eleições vindouras, enterrando picuinhas de projetos personalistas em prol de um projeto anti-pt de horizonte mais largo: serristas, alckminstas e kassabistas precisam se entender e enxergar que o inimigo é outro, e estará representado em Haddad ou Chalita.
O mais importante de tudo é que a população que trabalha, paga impostos escorchantes e não se entrega à sanha esquerdóide, ongalóide e ecoterrista representadas pelo PT e satélites não aguenta mais candidato bonzinho que oferece a outra face sempre e responde com luvas de pelica para toda falta de quaisquer escrúpulos eleitorais do PT. Esse eleitorado democratico e anti-socialista quer alguém que não tenha medo da militância de ultra-esquerda revolucionária existente em trincheiras aparelhadas da sociedade paulistana, como os invasores da USP, entorpecidos defensores do status quo da CracoLullândia ou os decepcionados pela falta de um massacre com script e timing puramente eleitoral no Pinheirinho. Chega de candidatos angelicais, clones do Pequeno Príncipe. Precisamos de um candidato parecido com Bruce Lee: até filósofo acadêmico foi,criou e conceituou uma nova arte marcial (Jeet Kune Do) mas sobretudo era um campeão em briga de rua, sempre afirmando que mostramos mesmo nossas melhores habilidades quando lutamos contra adversários que não seguem regras, usam paus, pedras, garrafas, o que tiverem à mão para nos golpear, pois aí sim a luta é verdadeira e não uma dança coreografada. Shall we dance or...?

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A crise de identidade tucana é tanta que já nem conseguem juntar coisa com coisa, então, para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho parece servir.

À impotência e perplexidade tucana junta-se agora a saia-justa e o vexame anunciado. E tome acúmulo de fezes no próprio ninho.

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