A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, apontou graves retrocessos no relatório sobre o texto do novo Código Florestal, apresentado ontem na Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, resultado do descumprimento do acordo acertado com o senador Jorge Viana (PT-AC), relator da proposta que poderá ser votada, amanhã (23/11), na CMA.
Os pontos, considerados até então “inegociáveis”, foram detalhados nesta terça-feira (22/11) em entrevista coletiva, na sede da CNA, em Brasília, e tratam principalmente das regras para a consolidação da produção de alimentos em margens de rios e topos de morros, consideradas Áreas de Preservação Permanente (APPs), e aplicação de multas em propriedades rurais. Segundo a senadora, a polêmica em torno destes itens havia sido resolvida durante as negociações com o relator, mas voltaram à tona na nova versão apresentada na última segunda-feira pelo senador Jorge Viana. Na sua avaliação, as mudanças nas regras acordadas podem causar sérios prejuízos ao setor, especialmente aos pequenos e médios produtores.
Um dos retrocessos identificados pela presidente da CNA é a alteração do artigo que previa a conversão das multas após a regularização ambiental nas propriedades acima de quatro módulos fiscais. Este foi um dos ganhos obtidos pelo setor agropecuário no relatório do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), aprovado nas Comissões de Constituição e Justiça, Agricultura e Ciência e Tecnologia. A suspensão das multas estava condicionada à adesão dos produtores ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), que converteria as punições em serviços de preservação e melhoria do meio ambiente, cumprindo as exigências previstas pelo PRA nos Estados. No entanto, o texto do senador Jorge Viana restringiu a conversão destas multas apenas à agricultura familiar e às propriedades com até quatro módulos fiscais consideradas produtivas.
“Era uma questão resolvida. Não se falou mais em anistia, porque o produtor não teria anistia. Ele faria sua adesão ao PRA, comprometendo-se a recompor a propriedade, para não ter a multa. Neste caso, por que manter a multa? É um castigo ideológico para quem emprega 37% dos brasileiros”, disse a senadora. Outro ponto criticado por ela no texto foi em relação à consolidação das áreas de produção em APPs, nas margens dos rios. Em um dos artigos, o texto do senador Jorge Viana garante a consolidação de infraestrutura nestas áreas, mas obriga a recomposição de vegetação nas margens de rios, em pelo menos 15 metros para rios com até 10 metros de largura. Para cursos d’água acima de 10 metros de largura, a recomposição deverá corresponder à metade da largura do rio, observando o mínimo de 30 metros e o máximo de 100 metros. “De que adianta consolidar um curral se não podemos ter a pastagem em volta do curral ou o milho que vai alimentar o frango?”, indagou.
A presidente da CNA também avaliou como negativo no texto do relator o dispositivo que muda o conceito de topo de morro, proibindo a produção em áreas de declividade acima de 25 graus, o que inviabilizaria toda a produção de leite de Minas Gerais e a atividade rural em outras regiões do País. Pela legislação ambiental em vigor, as áreas consideradas topos de morro estão acima de 45 graus de declividade. “Uma área com 25 graus de declividade é um terreno plano e grande parte da produção se dá nessas áreas”, explicou a senadora. Com estes pontos negativos para o setor rural, a senadora informou que negociará a apresentação de emendas ao texto. Ela admitiu que, se estes pontos não forem revistos, a votação do novo Código Florestal, marcada para amanhã na Comissão de Meio Ambiente e prevista para ser votada na próxima semana no plenário da Casa, poderá ser adiada, com a possibilidade de ficar para 2012.
11 comentários
Senadora, viu só como não dá para confiar no PT?
Reply"...o que inviabilizaria toda a produção de leite de Minas Gerais e a atividade rural em outras regiões do País."
Replyanotem ai, Traecius vai preferir lamber os petistas do que defender os produtos do seu estado...
se for defender, vai fazer aquele jogo duplo, tentando agradar todas as partes...
alias, esse discurso que a senadora fez era para esse inútil ter feito, afinal esta la para defender os interesses de Minas, certo?
mas acho que o cara nem pisa por la, o negocio dele eh o Rio de Xaneiro...
E desde quando o PT mantem palavra???
ReplySerá que a oposiçãoo deste país não aprende a lidar com esse partido nefasto????
Acordo com o PT so serve para este ganhar tempo.
Parece que as pessoas se copmportam como inocentes cordeiros frente ao lobo.
Acorda gente
Senadora Kátia, a senhora foi muito ingênua em acreditar em petralha. Essa raça não vale nada.
Replye o famoso confisco de terras que ocorreu na ex URSS
Replycel ,como o senhor pode esperar alguma coisa de bom vindo deste partido ,esse ladrão do lupi roubou e ainda vai ficar ,não vai preso e ainda a dilmanta se omite safadamente,muito ingenuo da sua parte esperar apoiar algo bom para nós.
ReplyAinda tem gente que confia em petista? Otária!
ReplyOs fdp dos petralhas querem dinheiro, de onde virá para elles pouco importa, já falei aqui confiar em petralha é vender a alma ao tinhoso, é querer ser enrolado.
ReplyCachorrada. Só podia ser PT. Mas a DRU poderia ainda estar pendurada por conta disso. Seria hora da barganha.
ReplyA senadora também acredita em Papai Noel?
ReplyCorrigindo: a relatoria só ficou com Jorge Viana, pois é indicação da presidência da mesa do Senado, ou seja, indicado pela situação. Não foi escolha da senadora.
ReplyEste imbecil não perde por esperar.