Marinismo e ONGs a soldo do agronegócio internacional transformam Brasil em réu ambiental.

Artigo intitulado "De quintal à reserva legal", publicado por KÁTIA ABREU, 49, senadora e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil),na Folha de São Paulo

"Houve um tempo em que os Estados Unidos se referiam ao Brasil, em tom jocoso, como "o nosso quintal", dito que aqui acatávamos como fatalismo humilhante. Os tempos mudaram, o Brasil prosperou, não obstante exibir ainda imenso contencioso de problemas. Mas já não é quintal. No setor agrícola, por exemplo, o Brasil passou, a partir de meados da década dos anos 1970, de importador de alimentos à autossuficiência. Duas décadas depois, já disputava na linha de frente o mercado mundial como exportador. Está hoje entre os três maiores exportadores mundiais, com potencial para superar os outros dois. Nessa condição, deparou-se com outro tipo de pressão. Tornou-se réu ambiental.

Embora toda a revolução agrícola aqui processada, graças ao uso intensivo de tecnologia, tenha ocorrido praticamente sem expandir a área de plantio -a ocupação produtiva cresceu, em meio século, apenas 5%, de 23% para 28%-, o país está na lista negra das ONGs (organizações não governamentais) ambientais -a maioria estrangeiras. É acusado de predador ambiental, não obstante, nesse período, a área preservada dentro das propriedades tenha aumentado 68,5%, já que nelas passou a ser exigido um percentual de vegetação nativa. Hoje, o Brasil é o único grande produtor de alimentos a ter 61% de seu território intocado.Não há nada semelhante no planeta, e os produtores brasileiros jamais postularam a redução dessa área de vegetação nativa, que, na Europa, é de -pasmem- 0,2% e nos Estados Unidos, de 23%, para citar apenas as duas regiões que sediam as ONGs que mais veemente pressão política e moral exercem sobre nossa produção rural.

O termo "reserva legal", que consta do Código Florestal, só existe aqui. É uma jabuticaba jurídica, que não agrega nenhuma função ambiental. Foi-nos imposta por essas ONGs, que não se mostram tão indignadas com a degradação ambiental em seus próprios países. Se "reserva legal" fosse unanimidade, não existiria só no Brasil. O que está em pauta é uma guerra pelo mercado de alimentos, em que o ambiente é mero pretexto. Alguns nela embarcam de boa-fé, por inocência e desinformação; outros, de má-fé mesmo. Duvidam?

Pois leiam o relatório "Farms here, forest there" ("Fazendas aqui, florestas lá"), da Shari Fem, David Gardiner & Associados, publicado em dezembro do ano passado. Já no título, diz-se o que se pretende: que o Brasil arque sozinho com o ônus ambiental, enquanto os Estados Unidos cuidam da produção de madeira e de alimentos. O documento, disponível no site da ONG Union of Concerned Scientists, faz minucioso estudo sobre os ganhos dos setores agropecuário e madeireiro norte-americanos, se obtiverem o que o relatório propõe: produção, aqui (Estados Unidos); preservação, lá (florestas tropicais -Brasil). Vejam este trecho do relatório: "A agricultura dos Estados Unidos e as indústrias de produtos florestais podem se beneficiar financeiramente com a conservação das florestas tropicais por meio de políticas climáticas, (...), que poderiam aumentar nossa receita agrícola de US$ 190 bilhões para US$ 270 bilhões entre 2012 e 2030".Em outro trecho: "Proteger as florestas tropicais através de financiamentos climáticos permitirá aos produtores de biocombustíveis nos Estados Unidos prosperarem com menos preocupações sobre o impacto ambiental de sua produção".

A síntese está nesta frase, de Dwayne Siekman, da Associação de Produtores de Milho de Ohio: "Parar o desmatamento tropical é uma vitória para a competitividade da agricultura dos EUA (...)". Esses interesses estão mais do que nunca exacerbados com a perspectiva de aprovação, no Senado, do novo Código Florestal. Não se trata, porém, de ambiente, mas de luta por mercados. Querem nos passar de quintal a reserva legal. O que é espantoso é a adesão entusiástica, quase religiosa, da militância ambientalista do Brasil, endossando as mesmas teses, mesmo as mais desonestas, em nome de não se sabe bem o quê. Do interesse da população brasileira é que não é."

14 comentários

Os mais fortes inimigos - São os traídores!

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Cel,

Tenho o documento "Farms here, forest there", em PDF, baixado em meu PC. Nesse documento está óbvio o interesse dos EUA em manter e preservar seus interesses em relação às comodities agrícolas, às exportações, aos produtores, aos prêços, aos subsídios, etc, sem contundo preservarem quase nada, deixando para os "outros" essa questão.

Acaso eles não estão certos em defenderem os interesses dêles? Eles, os EUA, nem assinaram o protocolo de Kyoto que eu saiba, ou já assinaram? Não devemos nós brasileiros também defendermos os nosso interesses?

É verdade que temos que preservar o meio ambiente aqui no Brasil para as gerações futuras e manter o equilibrio necessário. Mas isso já estamos fazendo.

É lamentável que muitos brasileiros "tapados" e antipatriotas como a Marina do Xapuri e cia se deixem envolver com o interesse estrangeiro via ONG's em detrimento dos interesses nacionais, utilizando-se da bandeira do preservacionismo para fins eleitoreiros.

O que se quer com o Novo Código Florestal não é outra coisa senão definir rumos concretos para a produção, preservação e crescimento e regularizar a situação dos produtores que entraram para a "ilegalidade" através de uma emenda marota e safada do petista Gilney Viana, mais uma, que virou medida provisória e se transformou em lei por decurso de prazo.

Índio Tonto/SP

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Fatos incontestáveis

Anos 70, os ditos anos de chumbo, o Brasil se apresentava ao mundo como "O Milagre Brasileiro", a despeito das crises do petróleo.

O milagre que começou em 1968 com o AI-5 que botou na clandestinidade, e a polícia atrás, de todos os mesmos pilantras que hoje infestam Brasília.

Inclusive a terrorista estella/vanda que se auto-entitula "a presidenta" e toda a sua quadrilha de PTralhas.

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É incrível como esses paisecos de 0,2 e 23% da vegetação preservada SEM A.P.P e vegetações nativas nas fazendas querem falar merd* do Brasil. Somos uma potencia agricola e tecnólogica e mesmo assim mais da metade da vegetação ainda é mantida...E como nossa classe política é ridicula ainda vão dar vozes a essas malditas ONGS..

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CEL, "a adesão entusiástica, quase religiosa, da militância ambientalista do Brasil" não deveria ser "espantosa". Muito pelo contrário. Deveria ser recebida sem surpresa e até mesmo com naturalidade. O "burrismo" e a corrupção que tanto avançaram sob os governos do PT explicam esse comportamento do brasuca soi disant ambientalista. Jayme Guedes

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Coronel, jogar contra o patrimonio esses leza PATRIA brasileiros(infiltrados).
Que GRANDES JORNAIS A SERCIÇO DO USA.
Acorda Brasil nem votar sabem.

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Marina sempre foi vigarista, não enxerga quem não quer! Aquela pose de "boa moça" ptralha nunca me enganou... continua vermelha como o diabo!!!

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Só não precisa fazer eco às ideologias do PT sobre a subserviência aos EUA. Poderia ser destacado que a Argentina boicota produtos brasileiros. Agora estão boicotando a carne suína. A Rússia, também está boicotando a carne suína do Brasil, pois, estão produzindo fortemente por lá. O mesmo estão fazendo com a carne bovina, na Rússia, onde também estão criando gado para exportação. Ficar com essa conversa do Brasil não ser mais "quintal dos EUA" é uma coisa que serve para a propaganda petista, mais nada. O Brasil nunca foi quintal de ninguém, exceto de políticos covardes, medrosos e fisiologistas. E o PT não mudou nada disso, simplesmente porque não quer, nunca quis e depois porque não pode perder sua base de apoio. E não pode perder novos adesistas.

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Protecionismos luta-se contra com defesa comercial e processos na OMC e em outros fóruns. E não com ideologias de falações sem sentido.

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Senhores,
É lamentável, mas dá prá contar nos dedos das mãos os senadores confiáveis e que verdadeiramente defendem os interesses do País, dentre os quais se destaca a Senadora Kátia Abreu. Um dia ainda serão maioria e, então, poderemos ser um pouco mais otimistas quanto ao futuro desta Nação.
Até lá, vamos sobrevivendo e engolindo sapos barbudos e corruptos como parte do nosso dia a dia.
Contar com as FFAA, cujos comandantes estão devidamente cooPTados, nem pensar!

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Já notaram a quantidade de propagandas com o tema "consciência ambiental"? Tem uma propaganda em particular que é muito irritante, na qual são usadas crianças para falar de ambientalismo. Vira e mexe, aparece na TV uma reportagem sobre o tema. Parabéns à Kátia Abreu.

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Latifundiário Lula da Silva reverte terras de sua família - terras adquiridas com dinheiro alheio - para assentamento agrário.

Pegadinha ou primeiro de abril?

O Fantástico deste último domingo mostrou em uma reportagem-denúncia por que, entre outros motivos, a reforma agrária petralha não dá certo:

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/07/terras-destinadas-familias-pobres-sao-vendidas-ilegalmente.html

É só copiar e colar na barra de endereços e

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Aqui fiz a adaptacao e traducao em italiano.

http://ilmosta.blogspot.com/2011/07/marinismo-e-ong-al-soldo.html

Giancarlo
http://ilmosta.blogspot.com

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Como poucas vezes se viu no Brasil a defesa de posições nacionais científica, filosófica, econômica e socialmente embasadas no rigor máximo de excelência possível.

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