GILBERTO KASSAB
O PSD surge para participar, construir e avançar na direção de um país mais justo, com as lições deixadas pela esquerda, pelo centro e pela direita |
O PSD vence barreiras, incompreensões e preconceitos. Fundado simbolicamente no dia 13 de abril e agora com CNPJ e status de pessoa jurídica, podemos constituir comissões provisórias em todo o país. Já temos dois governadores, cinco vice-governadores, cinco senadores, 44 deputados federais, dezenas de deputados estaduais, centenas de vereadores e figuras de expressão na política brasileira. Temos presença forte em praticamente todos os Estados. Vamos avançando, passo a passo, conscientes de que um novo partido não se consolida do dia para a noite, com uma ou duas eleições. Vai se formando no debate interno de ideias, no diálogo sobre princípios e valores, ao mesmo tempo em que participa e se aprimora nos embates democráticos do Congresso.
O processo é dinâmico e supera a falsa polêmica reducionista de direita-centro-esquerda. A política, a economia e o mundo mudam a cada vez que abrimos a internet. Nossa realidade é muito rica, enfrenta quase diariamente novos desafios administrativos e políticos numa velocidade surpreendente. Os cenários exigem que os atores não se atrelem a dogmas do século passado, a fundamentalismos suicidas e a radicalismos que o mundo todo condena. O jogo político e o exercício do poder exigem lideranças atentas, lúcidas, corajosas e com visão construtiva, conscientes, por exemplo, de que, passado o embate eleitoral, é preciso, em todas as instâncias institucionais, debater e somar esforços para construir o bem comum. O Brasil quer e exige isso.
O projeto do PSD surge com esse norte, não fará oposição pela oposição. Sem atrelamentos automáticos, vamos procurar consensos, debatendo as reformas, os grandes problemas brasileiros. Os projetos que pedem aperfeiçoamentos e os que estão surgindo e desafiando nossas competências terão nosso posicionamento firme. Participaremos de marchas, como a que compareci em Brasília com mais de 2.000 prefeitos, que buscavam recursos não liberados. Votaremos as reformas, porque o país precisa delas. Temos um norte e compromissos com o desenvolvimento, sem atrelamentos automáticos. Seremos um partido que ajudará a construir e a consolidar um espaço de entendimentos, em que se respeita o papel fundamental das forças de mercado, mas se exige delas responsabilidade diante de políticas públicas de um Estado democrático ativo, regulador, com papel decisivo na proteção dos que mais precisam dos avanços sociais e do seu amparo.
Coligações, bases de apoio parlamentar e alianças não podem ser algemas. Elas existem com essas disparidades dentro do próprio espaço dos partidos. Não se faz política sem o sacrifício temporário de algumas certezas. O caminho e a solução ideais às vezes têm de ser construídos em duas, três etapas. Exigem paciência, perseverança, muito trabalho, liberdade, respeito pelas instituições e pelos poderes da República. Estamos lutando e continuaremos assim, por conseguir e consolidar o espaço do PSD não apenas no Legislativo, mas no exercício administrativo e em todos os fóruns e instâncias em que os interesses do Brasil estejam em discussão. O PSD surge para participar, construir e avançar na direção de um país mais justo. Com as lições deixadas pela democracia, pela esquerda, pelo centro e pela direita.
(publicado na Folha de São Paulo)
9 comentários
quanto mistério!!!
Replyso espero mesmo que todo esse suspense não seja pra depois dizerem que irão apoiar o desgoverno da presidentA Diuma quando as propostas forem boas e vao fazer oposição quando as propostas forem ruins...
eh um mimo essa estratégia do Kassab, ne nao?
E se reclamava que as oposições tinha punhos de renda, esse PSDdoK é punhos de renda, luvas de pelica, pé de pano e asa de veludo. Coisa mais lindinha...
ReplyA jogada do Kassab, convenhamos, é genial no ponto de vista político. Ele percebeu uma tremenda insatisfação da oposição e até mesmo de uma parte da situação. Ele acreditou que, fundando um novo partido, sem nenhum tipo de restrição, nenhum tipo de finalidade, ele conseguiria muitas adesões. Se ele conseguir andar nessa corda bamba "situação-oposição", vai se dar bem.
ReplyDe qualquer forma, para o cidadão, tudo continuará a mesma merda. Não acho que o PSD seja alguma coisa que preste. Um partido que é fundado antes de que se decida o que ele realmente quer só pode ser um partido oportunista por natureza, uma espécie de PMDB. Assim como em uma sucessão ecológica, quem chega primeiro leva clara vantagem, porém, pode estar somente preparando o terreno para a chegada de políticos mais fortes e mais adaptados ao ambiente.
O melhor que o Kassab tem a fazer pelo PSD é fechar a boca, pois cada vez que fala ou escreve sobre o partido vira motivo de deboche...mentir é sempre feio, mas para profissionais da mentira como o PT pode ser eficaz. Não é o caso do Kassab, e essa mentira bisonha de que no Brasil há quem faça oposição raivosa e sistemática ao governo Dilma é de chorar (a não ser que ele esteja se referindo ao que faz o PT nas cidades e estados em que não está no poder, mas se é isso ele deveria esclarecer, para não parecer que está doidinho para aderir à base alugada federal).
ReplyEscrevam aí.
ReplyPelo andar da carruagem, o Serra vai pra lá.
Lilyane
O discurso do Kassab é bonito! Quero ver na prática o que vai acontecer.
ReplyEste negócio de ficar dizendo que PDS apoíará propostas do governo, quando boas, e rejeitá-las, quando ruins, não serve!!! Aliás, este também é o discurso de Katia Abreu.
Queremos um partido de oposição, que fiscalize, que critique, que apresente alternativas. Não que ande de mãos dadas com o governo. Dê preferência, que não tenha punhos de renda!!!
Chris/SP
Não disse nada com nada. O problema não ser ou não ser de direita, de centro ou de esquerda. Kassab nunca foi considerado de esquerda e assim nunca posicionou-se. Portanto, não precisaria dizer nada a respeito. O que ao menos parecia, é que ele teria um ideário liberal. E seu posicionamento foi esse quando disputou a Prefeitura contra Marta Suplicy. Portanto, sem falar em seu ideário liberal, não vai deixar ninguém mais aliado ou menos, pois, ele fica sem nada a mostrar. Se o PSD não será nem liberal embora esteja sendo encorpado por liberais, o que será esse partido? Ainda mais depois de fechar acordo, como o PT, com Sarney, no Maranhão. Se apóia no Maranhão, como deixará de apoiar no Parlamento?
ReplyO que PSD, PSDB, PPS, DEM pensam sobre o livro onde a Língua Portuguesa é simplesmente esculhambada? Kassab acharia o quê? Que seria de qual lado tal esbulho? Será que ao menos para defender a Educação pode descer do muro? E ser mais exato no que fala?
Replynão dá, coronel...não vamos ficar aqui defendendo o kassab oportunista, que fundou um partido para satisfazer sua carreira política.o senhor defendia tanto uma oposição dura, em especial da parte do DEM, e foi o primeiro a defender a destruição do partido logo depois. por que a mudança tão repentina?não venha dizer que é porque o rodrigo maia é malvado. ora, se ele fraudou algo, que fosse expulso. o senhor ajudou a destruir o único partido de direito do brasil, parabéns!
Reply