Entrevista da senadora Kátia Abreu (TO), futura presidente do PSD, à Folha de São Paulo:
Folha - O PSD já nasce como um partido médio. A fonte é só a desidratação do DEM?
Kátia Abreu - Para nossa surpresa, tem gente de todos os partidos, inclusive da base, sinal de que há uma insatisfação nos partidos. Quando o Kassab iniciou dizendo que ia fundir com algum partido, creio que ele imaginava que teríamos de 12 a 15 deputados. Vamos chegar a mais de 40. Agora eles é que vão querer fundir com a gente.
Como conciliar pessoas de origem tão diversa?
Nós vamos ter que ter tolerância com o intolerável, no sentido programático. Aceitar que pessoas votem de forma diferente nas mesmas questões. Votar a favor, por exemplo, de aumento de impostos, para mim é intolerável. Mas pode ter gente no partido que pense diferente. Não gostaria de dar uma resposta taxativa porque não tenho a incumbência de responder pelo partido. Primeiro precisamos eleger um presidente, ter uma fundamentação doutrinária, mas respeitando as diferenças e prioridades de cada um.
O PSD vai integrar a base do governo Dilma?
Não, nisso eu serei resistência. Porque não quero trocar favores, quero lutar por princípios democraticamente. Trocar princípios por ministérios, isso não.
Mas a sra. aceitaria sentar para debater com a presidente?
Eu estou aflita por isso! Sou presidente da CNA, preciso falar muito com ela! [canta Roberto Carlos] Estou aflita para falar da nova política agrícola para o país. Preciso falar com ela.
O prefeito Gilberto Kassab disse que o PSD não será um partido de centro, de esquerda, de direita. Como é isso?
Pelo que eu conheço dele, estava dizendo que será um período conturbado até 2014, quando passaremos uma régua devido às eleições.
Onde vão buscar militância?
Na classe média.
Vai sobrar classe média para todo mundo?
Eu disse isso antes do Fernando Henrique Cardoso e do Lula. São 100 milhões de pessoas. Tem que ter foco em quem está sem defesa, totalmente desprotegida.
E qual é o discurso do partido para atrair essa classe média?
A defesa dela como consumidor e contribuinte. A tributação brasileira não está sobre a renda, está sobre o consumo do sal, do feijão, da manteiga. E quem é que está contribuindo mais? Se a classe média é metade do país...
Redução da carga tributária já não é bandeira do DEM?
Não é a carga simplesmente. Imagine se tivéssemos essa carga e todos pudessem ser atendidos pelo SUS. A carga é nociva quando mal utilizada. Estamos com um rombo na Previdência e o Orçamento, engessado. É aplicação melhor do tributo.
Como avalia esse início de governo Dilma?
Falta mais clareza. Compreendo que não é fácil cortar gasto público. Ela não tem alternativa sem uma reforma previdenciária e sem uma reforma política.
Há clima para aprová-las?
Eu sou parceira número um dela [Dilma], ajudo nisso. Posso até relatar, se ela quiser. Ela precisa dar sinais. Os sinais que ela deu em relação à política externa e aos direitos humanos eu aplaudo. Mas o ônus virá nos cortes. Ela diz que não vai cortar nem no PAC nem nos programas sociais. Quero que ela diga onde é. Se quiser que os parlamentares abram mão de 100% das emendas, sou a primeira a assinar.
Como o PSD fará sem tempo de TV nem Fundo Partidário?
Candidato bom consegue tempo de TV com coligação. Se não tem tempo, é porque é inviável. Quanto ao financiamento, a gente vai levando. E podemos arrumar parcerias na iniciativa privada.
Para 2014, o que a sra. espera?
Dilma é candidata à reeleição, se estiver bem -e vou torcer para que esteja-, ou Lula poderá retornar. Na oposição é Aécio ou Serra. Mas acho que vai surgir uma força dentro da própria base. O PSB tem nomes, o Eduardo Campos [governador de Pernambuco], o Cid Gomes [governador do Ceará].
E o PMDB?
Acho que se escravizou na vice, vai repetir a dose.
Kátia Abreu - Para nossa surpresa, tem gente de todos os partidos, inclusive da base, sinal de que há uma insatisfação nos partidos. Quando o Kassab iniciou dizendo que ia fundir com algum partido, creio que ele imaginava que teríamos de 12 a 15 deputados. Vamos chegar a mais de 40. Agora eles é que vão querer fundir com a gente.
Como conciliar pessoas de origem tão diversa?
Nós vamos ter que ter tolerância com o intolerável, no sentido programático. Aceitar que pessoas votem de forma diferente nas mesmas questões. Votar a favor, por exemplo, de aumento de impostos, para mim é intolerável. Mas pode ter gente no partido que pense diferente. Não gostaria de dar uma resposta taxativa porque não tenho a incumbência de responder pelo partido. Primeiro precisamos eleger um presidente, ter uma fundamentação doutrinária, mas respeitando as diferenças e prioridades de cada um.
O PSD vai integrar a base do governo Dilma?
Não, nisso eu serei resistência. Porque não quero trocar favores, quero lutar por princípios democraticamente. Trocar princípios por ministérios, isso não.
Mas a sra. aceitaria sentar para debater com a presidente?
Eu estou aflita por isso! Sou presidente da CNA, preciso falar muito com ela! [canta Roberto Carlos] Estou aflita para falar da nova política agrícola para o país. Preciso falar com ela.
O prefeito Gilberto Kassab disse que o PSD não será um partido de centro, de esquerda, de direita. Como é isso?
Pelo que eu conheço dele, estava dizendo que será um período conturbado até 2014, quando passaremos uma régua devido às eleições.
Onde vão buscar militância?
Na classe média.
Vai sobrar classe média para todo mundo?
Eu disse isso antes do Fernando Henrique Cardoso e do Lula. São 100 milhões de pessoas. Tem que ter foco em quem está sem defesa, totalmente desprotegida.
E qual é o discurso do partido para atrair essa classe média?
A defesa dela como consumidor e contribuinte. A tributação brasileira não está sobre a renda, está sobre o consumo do sal, do feijão, da manteiga. E quem é que está contribuindo mais? Se a classe média é metade do país...
Redução da carga tributária já não é bandeira do DEM?
Não é a carga simplesmente. Imagine se tivéssemos essa carga e todos pudessem ser atendidos pelo SUS. A carga é nociva quando mal utilizada. Estamos com um rombo na Previdência e o Orçamento, engessado. É aplicação melhor do tributo.
Como avalia esse início de governo Dilma?
Falta mais clareza. Compreendo que não é fácil cortar gasto público. Ela não tem alternativa sem uma reforma previdenciária e sem uma reforma política.
Há clima para aprová-las?
Eu sou parceira número um dela [Dilma], ajudo nisso. Posso até relatar, se ela quiser. Ela precisa dar sinais. Os sinais que ela deu em relação à política externa e aos direitos humanos eu aplaudo. Mas o ônus virá nos cortes. Ela diz que não vai cortar nem no PAC nem nos programas sociais. Quero que ela diga onde é. Se quiser que os parlamentares abram mão de 100% das emendas, sou a primeira a assinar.
Como o PSD fará sem tempo de TV nem Fundo Partidário?
Candidato bom consegue tempo de TV com coligação. Se não tem tempo, é porque é inviável. Quanto ao financiamento, a gente vai levando. E podemos arrumar parcerias na iniciativa privada.
Para 2014, o que a sra. espera?
Dilma é candidata à reeleição, se estiver bem -e vou torcer para que esteja-, ou Lula poderá retornar. Na oposição é Aécio ou Serra. Mas acho que vai surgir uma força dentro da própria base. O PSB tem nomes, o Eduardo Campos [governador de Pernambuco], o Cid Gomes [governador do Ceará].
E o PMDB?
Acho que se escravizou na vice, vai repetir a dose.
14 comentários
Bom dia.
ReplyO obituário dos partidos, dada a realização demolidora da inflação, por uma questão pragmática de grande ascendência, evoca a obsolescência de FHC e Lulla.
Esperar o protagonismo desses dois é assinar a sentença hiperinflacionária.
A renovação do #OrgulhoNovo é prá ontem.
Os legados estão virando pó!
Coronel,eu tenho muita desconfiança com a Kátia, muita!Creio que a Katia defenda APENAS os interesses dela como pecuarista , produtora rural e fazendeira.
ReplyO certo é que o problema NÃO É A SIGLA partidária. O problema é que os dois candidatos do PSDB que se propunham a ser oposição, durante a campanha eleitoral, NÃO AGIRAM COMO OPONENTES, foram COVARDES, tanto Alckmin como Serra.
O que TODO MUNDO deseja é uma real oposição que BATA SEM PIEDADE neste bando de petistas. Quem assim agir, será o presidente do BRASIL
Liberal ela não é, social-democrata sim:
ReplyRedução da carga tributária já não é bandeira do DEM?
Não é a carga simplesmente. Imagine se tivéssemos essa carga e todos pudessem ser atendidos pelo SUS. A carga é nociva quando mal utilizada. Estamos com um rombo na Previdência e o Orçamento, engessado. É aplicação melhor do tributo.
Não é contra o tamanho da carga tributária, é contra a má aplicação, não é isso?
"Para nossa surpresa, tem gente de todos os partidos,(...)"
ReplyEssa é a história do PMDB. Tomara que ela percebe que isso NÃO É uma boa surpresa. São pessoas alinhadas por interesses pessoais que não querem peitar o governo. É o velho depois a plástica.
A Senadora já tem o meu voto para PresidentE. Não tenho dúvidas que seja bem melhor do que a nossa GovernANTA.
ReplyTaí um bom nome para unir a oposição. Aécio e Serra são passado!!!!
ReplyCoronel,
ReplyEla é muita boa de discurso e obejtiva no que se refere aos seus interesses como fazendeira. Isso é importante, mas o Brasil é bem mais amplo. Se ela já começas com tolerância com o intolerável, pode chegar fácil no ritmo petista: "revogar o irrevogável", daí a coisa desanda! Devagar com o andor, se o santo for de barro ....
"Para nossa surpresa, tem gente de todos os partidos, inclusive da base, sinal de que há uma insatisfação nos partidos...."
ReplySó espero que essa gente toda, que sai de outros partidos por insatisfação, PENSE NO BEM DO BRASIL!!!, e não em projetos pessoais.
Chris/SP
vamos la pessoal, vamos ajudar e apoiar essa mulher!
Replyela eh a nossa única esperança!
a diferença de Katia Abreu para aquela múmia paralitica do Planalto eh abissal...
a primeira eh a luz, a outra eh a treva total...
Katia Abreu 2014!
pela primeira vez em muitos anos votaria com o maior prazer...
1) A senadora deve saber que não haverá reformas. O governo não está interessado em reformas. Está interessado em continuar no poder, por mais quatro anos ou mais, depois desse governo que assumiu em 2011. Então, reforma política para quê ou para quem? Só se for para quem está apoiando o governo e para ficar mais governo. Para esses, seria apoiar o financiamento público de campanhas e voto em lista fechada. E nem isso talvez não saia.
Reply2) As campanhas deveriam ser financiadas por recursos privados, abertos, os doadores apresentados ao eleitor junto com o candidato. Se for voto em lista, que sejam listas abertas. E voto distrital puro. Contudo, isso jamais será aprovado.
" Estamos com um rombo na Previdência e o Orçamento, engessado. É aplicação melhor do tributo."
ReplyMais uma a reproduzir o mimimi do rombo. Está alugando ou sendo alugada?
Todos picaretas até aqui usaram o mesmo argumento, de FH a Lula e agora Dilma.
No do fiofó deles antes, nem pensar, né?
Saudades dos tempos em que vereador não ganhava nada pela vereância pois as reuniões eram foram do trabalho normal onde cada um se virava para ganhar o pão, muitos deles madrugando nas feiras, mercados e que tais. Nada de badalação e rolês com SUVs importadas.
Um partido que aceita de tudo? Um PMDB travestido de "novidade"? Um partido que aceita de tudo está avisando com Neon "somos totalflex", nova palavra para "fisiologistas".
Só falta aceitar os descontentes do PT com a guinada de Lula e Dilma pra uma suposta 'direita'.
Tem coisa mais nojenta do que o sujeito ser ou ter sido do GOVERNO petista e agora cuspir no prato em que comeu? Desde quando isso é boa referência? Pra mim, anuncia o que teremos:mais do mesmo.
Eis um partiod que não me serve. Continuarei a esperar por um que não faça tratos com o diabo.
The Next!pls...
¬¬
Até que enfim podemos ver uma luz no fim deste tunel escuro em que nos lançaram e ninguem para nos socorrer.Estou com vc. Katia, parece-me carregada de lucidez quando diz que a classe media sente-se totalmente desprotegida.Sim porque com bolsa mil e cotas para tudo não sobra nada para as pessoas que realmente aguentam esse país nas costas:A classe media.Valeu Katia, gostei.
ReplyFaz muito salamaleque pra Dilma...
ReplyPor falar em boneca, não lançaram uma bonequinha vermelha dela, em janeiro? O kit vudu deve ter encalhado e retiraram do mercado, no sapatinho...
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