A montanha pariu um rato.

A maior piada das eleições ficou por conta da reportagem de capa da Veja, que propalava o poder de voto de Aécio Neves. O que deveria ser um furacão, virou um sopro. O que deveria ser o abraço da vitória em José Serra, virou o beijo da morte. Os votos de Aécio não vieram e os resultados de Minas Gerais foram trágicos para a Oposição. A conclusão é uma só: Aécio tem votos, mas não divide com ninguém. Com ninguém, não! Com Antonio Anastasia, o seu desconhecido vice, a sua Dilma, sim, pois ele foi eleito no primeiro turno com uma expressiva e fantástica votação, enfrentando todo o tal prestígio de Lula em Minas, que derramou dinheiro e presença por lá, em todo o período. Na visão deste Blog, olhando a tabela abaixo, a capa da Veja foi equivocada. Deveria ser a capa da MAD. E Aécio estaria do mesmo jeito, ali, jovem, forte, bonitão, rindo da cara dos brasileiros e brasileiras que acreditaram que ele poderia, sim, das montanhas de Minas, ajudar o país a se ver livre do PT. Mas brasileiro não desiste nunca. E mineiro é brasileiro. Que o exemplo sirva de lição para quem achava que Minas era "pátria". Não é. É um estado igual aos outros que, hoje, deve estar vermelho de vergonha, pois só há duas explicações: Aécio traiu o Brasil ou Aécio não tem cacife político nem na própria casa, quanto menos para almejar uma disputa presidencial. Aceita-se e implora-se uma terceira opção. Nem que seja um pedido público de desculpas, um mea culpa, um "abaixa a crista", um gesto de humildade. Vamos esperar sentados?

Para que não fique soando como injustiça, segue, abaixo, uma avaliação de outro estado: o Rio Grande do Sul. José Serra, dividido entre meio apoio do PMDB, praticamente abandonou a campanha da tucana Yeda Crusius. Destroçada por uma campanha difamatória comandada por Tarso Genro, com apoio dos seus coletes pretos e da turma de togas pretas da República de Santa Maria, sua cidade natal, com o reforço do partido de aluguel da filha, o PSOL, mais o suporte midiático do Grupo RBS, a Globo local, Yeda sucumbiu. Sem falar que Dilma é mineira, mas sempre disse que o seu coração é gaúcho. Foi lá que a ex-terrorista construiu a sua paupérrima trajetória política. Yeda Crusius, no entanto, pode ter o orgulho de ter feito Serra vencer no Rio Grande do Sul, mesmo contra um governador petista eleito em primeiro turno. Inclusive em Santa Maria, a cidade natal do "nosso Béria".

 

Por fim, o desempenho de São Paulo, onde Geraldo Alckmin garantiu, para José Serra, nos dez maiores colégios eleitorais, sempre uma votação maior do que ele mesmo conseguiu, ao ser eleito em primeiro turno, em duríssima eleição. Até em SBC, cidade do Lula, Serra cresceu. Muito diferentemente do que aconteceu em Minas Gerais. 

Para encerrar o tema Aécio. Que ele não venha se intitular como o grande líder da oposição. Vai ter que comer muito feijão para isso. Vai ter que mostrar que pode liderar um projeto nacional e não apenas um projeto pessoal.Vai ter que provar que age com honestidade de propósitos. Se conseguir, será o candidato e terá apoio, inclusive deste modesto Blog. Que arregace as mangas e trabalhe, trabalhe, trabalhe. E humildemente peça o voto dos paulistas e dos brasileiros. Humildemente. Ser mineiro é muito, mas muito menos do que ser brasileiro.