Datafolha registra a primeira pesquisa. Ninguém vai impugnar este lixo?

Já está registrado no TSE a primeira pesquisa para o segundo turno, com "campo" marcado para 7 e 8 de outubro, 3.220 entrevistas, em 202 municípios, aplicada pelo Datafolha. A pesquisa, além de perguntar em quem o eleitor vai votar no segundo turno, coloca em pauta outras questões:

• o quanto o apoio de Lula interfere no voto. como se isso interessasse
• qual a aprovação do governo Lula, como se isso interessasse
• o quando o apoio de Marina interfere no voto
• quem Marina Silva deveria apoiar e quem ela está apoiando
• religião do entrevistado e qual igreja ele frequenta (clique na imagem para ampliar e ler)
• se o entrevistado recebeu alguma orientação na sua igreja para não votar em algum candidato
• se mudou o voto por causa de orientação religiosa
• posição sobre o aborto
• se a igreja orientou a votar contra algum candidato em função da posição sobre o aborto

Está na hora de enquadrar os institutos de pesquisa para que cumpram a lei. Beto Richa (PSDB) tinha toda a razão do mundo ao impugnar as pesquisas, no Paraná. Censura, uma ova! Lá, o Ibope, na véspera da eleição, dava a mesma empatada em 45% x 45%. O resultado final foi Beto Richa com 52% e Osmar Dias com 45%. No caso da pesquisa Datafolha que vai a campo, não há porque incluir Lula. Esta questão é recorrente na maioria das pesquisas e serve apenas para fortalecer a candidatura oficial.  Para dar mídia e "vaselinar" o arrogante. Está na hora de dar um basta nisso. Chega de passar a mão por cima da ilegalidade que é a participação do presidente da República na eleição. Lula deveria estar à margem do processo e os institutos, ao contrário, colocam o presidente como cabo eleitoral da candidatura oficialista. As questões sobre religião também são constrangedoras, pois a pesquisa pergunta qual a religião que pode ter pregado contra alguma candidatura, gerando movimentos de perseguição contra fiéis por parte da militância petista, o que já está ocorrendo na internet. As pesquisas, em segundo turno, que serão publicadas, deveriam perguntar em quem o eleitor votará. E fim de papo. O resto só favorece ao governo e só cria constrangimentos para o eleitor.É hora da Oposição tomar uma atitude dura em relação ao tema. O objetivo das pesquisas deixou de ser medir a preferência do eleitor para transformar-se em instrumento de manipulação da opinião pública. As matérias produzidas buscam direcionar votos e interferir na decisão do cidadão. Quem quiser este tipo de dado, que pague uma pesquisa para o seu partido, para consumo interno. E que a publicação seja proibida. Chega desse jogo rasteiro feito pela maioria dos institutos de pesquisa. É hora de dar um basta!