Uma empresa de Campinas confirma que um lobby opera dentro da Casa Civil da Presidência da República e acusa filho da ministra Erenice Guerra de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Interessada em instalar uma central de energia solar no Nordeste, a EDRB do Brasil Ltda. diz que o projeto estava parado desde 2002 na burocracia federal até que, no ano passado, seus donos foram orientados por um servidor da Casa Civil a procurar a Capital Consultoria. Trata-se da firma aberta em nome de um dos filhos de Erenice, Saulo, e que foi usada por outro, Israel, para ajudar uma empresado setor aéreo a fechar contrato com os Correios - primeiro negócio a lançar suspeitas de tráfico de influências no ministério. Graças à mediação da Capital, representantes da EDRB disseram em entrevistas gravadas à Folha ter sido recebidos em audiência oficial por Erenice na Casa Civil, em novembro, quando ela exercia o cargo de secretária-executiva e a titular do ministério era a hoje candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT).
CONDIÇÕES
Nos dois meses seguintes, por meio de reuniões em Brasília, com a participação de Israel Guerra, telefonemas e e-mails, a EDRB afirma ter sido informada das condições impostas pela Capital para que um financiamento de R$ 9 bilhões do BNDES, em três parcelas, enfim saísse. Os termos, segundo a empresa de Campinas, incluíam seis pagamentos mensais à Capital de R$ 40 mil e uma comissão de 5% sobre o valor do empréstimo. Segundo o relato, haveria também um repasse de R$ 5milhões para supostamente ajudar a campanha da eleição de Dilma. "Não aceitamos pagar nada. Temos investidores, empresas que querem construir, gerar alguma coisa, e não criar vagabundos dessa forma", disse à Folha Rubnei Quícoli, consultor da EDRB que fez os contatos com a Casa Civil e com a Capital. "Nos foi apresentada uma minuta de contrato. A gente contrataria uma empresa para fazer o acompanhamento jurídico do negócio todo. A empresa do filho da dona Erenice. Olhei os valores e disse: 'Bom, para fazer acompanhamento jurídico desse troço, a gente não concorda pagar isso'. E aí o negócio terminou", confirmou Aldo Wagner, sócio da EDRB. Quícoli, 49, encaminhou à Folha documentos e cópias de e-mails que, segundo ele, corroboram as afirmações. Uma das mensagens, de 15 de dezembro e endereçada aos donos da EDRB (Aldo e Marcelo Escarlassara), traz a minuta encaminhada pela Capital, que indica como seu procurador o empresário Adriano da Silva Costa. O contrato pede pagamento de R$ 240mil em seis prestações mensais e uma "comissão de sucesso" de 5% sobre o empréstimo, o equivalente a R$ 450 milhões. O acordo tem estrutura e redação similares ao que a Capital havia encaminhado para intermediar a renovação de contrato da empresa aérea MTA com os Correios.
AUDIÊNCIA
A Folha obteve também a troca de e-mails entre a Casa Civil e o consultor da EDRB, com vistas a marcar a audiência oficial com Erenice. O encontro ocorreu às 17h de 10 de novembro no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), em Brasília, que na época era a sede da Presidência. A Casa Civil confirmou a reunião ontem, mas informou que Erenice não participou. Quícoli e Aldo Wagner sustentam, no entanto, que ela participou. Dizem que ela não intercedeu em favor do filho nem pediu dinheiro. Segundo eles, ela ouviu sobre o projeto e se propôs a fazer aponte entre a EDRB e a Chesf (Companhia Hidroelétrica do São Francisco), estatal geradora de energia. "Nesse dia, ela [Erenice] propôs o quê? Viabilizar o projeto dentro da Chesf. [...] Estivemos na Chesf, em São Paulo", disse. Segundo o consultor, o encontro com Erenice foi agendado por Vinícius Castro, que era assessor da Casa Civil até segunda-feira. Foi exonerado depois que a "Veja" revelou que seria sócio oculto de Israel na Capital. Ele é filho de Sonia Castro, sócia da Capital, e sobrinho do ex-diretor de Operações dos Correios Marco Antônio Oliveira. Quícoli disse que foi o tio quem o apresentou a Vinícius. Oliveira confirma. O nome de Vinícius aparece em vários e-mails da Casa Civil para a EDRB. Em um, ele informa que está tomando providências sobre o projeto. Em outro, de 6 de novembro, há menção a Dilma. A assessora da Casa Civil Glaucinete Leitão pede a Quícoli uma versão "mais sucinta" do projeto. Não há confirmação se Dilma tomou conhecimento da proposta. Em fevereiro, a Capital ajudou a EDRB a formatar consulta ao BNDES. A EDRB diz que se sentiu "chantageada" e, em março, cortou negociações com os lobistas. Em 29 de março, o BNDES rejeitou o pedido de empréstimo. Quícoli diz que logo depois foi procurado por Marco Antônio Oliveira, que teria dito que a questão no BNDES podia ser resolvida, desde que a EDRB desembolsasse R$ 5 milhões para saldar supostas despesas de campanha de Dilma. Oliveira nega. No dia 6 de maio, um email foi enviado a Quícoli, segundo ele, por Vinícius, sobre esse contrato extra. A mensagem trazia orientação para que fossem emitidas notas fiscais em nome da Synergy, outra consultoria de Brasília, cujo dono é Adriano da Silva Costa -o mesmo que consta da minuta de contrato como procurador da Capital. A EDRB diz que, de novo, se negou a fazer o pagamento.
14 comentários
Vem aí a mais nova "não sabia de nada", o tipo ideal para assumir a presidência, já que se eleita, já entra não sabendo de nada.
ReplyAinda tem o caso daquela empresa distribuidora de gás natural norte-americana e parece mesmo é que o Coroner Lua tem razão, pois, sua criatura só lida mesmo com contratos astronômicos.
Pena que não tenhamos capacidade para arrumar negócios dessa monta, senão estaríamos fazendo a festa também lá na Casa Civil da mãe-Joana, ou seja, do Programa de Aceleração da Corrupção.
Não só a Dilmão, como o maligno cachaceiro também. Aprendem com o vilão mor bolivariano, a besta imunda da Venezuela.
ReplyO multifacetario Zé Dirceu esta pondo a manguinha de fora, num pais sério estaria cumprindo pena em prisão de segurança máxima.
Ele deveria estar capinando nos campos da Sibéria.
Definitivamente tá tudo simplesmente
ReplyDILMINADO !
E ainda havia quem a chamasse de poste . A estas alturas, dado o grau de competência e ousadia ,poste é todo mundo, menos ela e sua gêmea, clone, aluna, ou mestra, o tempo dirá ...
Quem é o pai do filho da Ereni6% ????
Replynenhum empresario mais faz negócios no Brasil sem ter que ser submetido ao esculacho dessa quadrilha petralha...
Replyeles tomaram o mercado por inteiro...
controla tudo...
e querem mais...
"Não aceitamos pagar nada. Temos investidores, empresas que querem construir, gerar alguma coisa, e não criar vagabundos dessa forma"
Replyeh isso!
quando mais gente pensar dessa forma - e AGIR COM ESSA INDIGNAÇÃO - nos daremos um pé na bunda pra sempre dessa corja!
chega!!!!
o pais precisa se livrar de uma vez por toda dessa ladroagem!
chega!!!!!!
esse lamaçal eterno nao pode ser o destino do Brasil!
nao pode! vamos muda-lo!
não sei, mas me parece que o marco antonio e seu sobrinho vinicius estão com um fedor de arquivo morto, cuidado que vão acabar abafando o mau-cheiro do negócio exposto.
ReplyO cachaceiro colocou sua teuda e manteuda na casa civil, porque sabia que era especialista na arte do roubo, haja visto sua história no roubo do cofre do Ademar.
ReplyO cachaceiro poderia ter escolhido dentro do seu partido, um petista autentico ou fundador, como queiram. Não, ele preferiu escolher sua teuda, porque como disse, ela tinha experiencia.
Quando saiu, ela deixou em seu lugar uma amiga de muita confiança, dizem as mas linguas, confiança e intimidades. Essa sua companheira seguiu a risco suas instruções, tome tudo que for possivel, precisamos de muita granha para a campqnha. Ela esta seguindo a risca, não tenho dúvidas. Quando ela abriu o sigilo de suas contas, ela sabia ou sabe que nada sera encontrado, a grana foi transportada, agora na "calcinha", (cueca é coisa de homem) diretamente para a campanha da teuda.
É o chamado mensalão da familia da ratazana, e arrecadação de campanha para eleger a TEUDA E MANTEUDA do lula.
Vamos continuar apertando.
Alô Coronel!
ReplyPermita-me a repetição, pois me parece válida.
O que me dói, dói muito, é lembrar que durante a campanha das eleições de 2006 eu já dizia:
“Alertemo-nos, portanto, pois o que ocorre agora nada mais é do que a continuidade do que veio ao público a partir de 2005 – Mensalão –, tem a mesma “gênese” e são complementares.
Sabemos que o que chega ao nosso conhecimento é a parte do “iceberg” que esta acima da linha, o outro 90% esta na Fossa Abissal do mar de lama que grassa nas três Casas do Governo, afogando as esperanças do povo no sentido de consolidar a “Paz Social”.
Eu estava enganado “lá” e talvez esteja, também, “aqui”... ...Tudo isso é muito pior do que pensei e talvez do que pense ser!...
Vou fazer uma placa: "eu já sabia!"
ReplyPEGA LADRÃO !!!!!! PEGA LADÃO !!!!!!! PEGA LADÃO !!!!!!
ReplyAntes que fuja para CUBA.
Alô Coronel!
ReplyPermita-me a repetição, pois me parece válida.
O que me dói, dói muito, é lembrar que durante a campanha das eleições de 2006 eu já dizia:
“Alertemo-nos, portanto, pois o que ocorre agora nada mais é do que a continuidade do que veio ao público a partir de 2005 – Mensalão –, tem a mesma “gênese” e são complementares.
Sabemos que o que chega ao nosso conhecimento é a parte do “iceberg” que esta acima da linha, o outro 90% esta na Fossa Abissal do mar de lama que grassa nas três Casas do Governo, afogando as esperanças do povo no sentido de consolidar a “Paz Social”.
Eu estava enganado “lá” e talvez esteja, também, “aqui”... ...Tudo isso é muito pior do que pensei e talvez do que pense ser!...
Vamos lembrar sempre dessa leal e valorosa empresa: EDRB DO BRASIL LTDA.
Dilma diz que não tem nada com isso. Ela nem sabia que Erenice ia doar um dinheirinho prá campanha dela. Um dinheirinho. Algo assim como... cinco milhões. Áh, Dilma nem precisa saber disso, oras.
ReplyNão sei porque os grandes jornais estão reclamando tanto. Com tantos escândalos assim. Será que está faltando papel?
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