Agora é tarde.

Hoje a Folha de São Paulo faz um editorial que é o cúmulo do cinismo. Como o governo não pode mais gastar, por lei, só agora ela aborda o abusivo gasto publicitário, com frases como estas:
Em anos eleitorais, o já abusivo bombardeio publicitário promovido por governos ganha contornos insuportáveis. Premidos pela lei a não ultrapassar o gasto médio com propaganda do triênio anterior e, ao mesmo tempo, a não veicular anúncios nos três meses que antecedem o pleito, os governos federal e dos Estados concentram seu arsenal autocongratulatório no primeiro semestre do ano...

Nos últimos seis meses, o governo Lula aplicou nesse item R$ 146 milhões, sem contar os gastos de empresas estatais. A média mensal do período foi de R$ 24,3 milhões, contra R$ 12,3 por mês nos primeiros semestres do três anos anteriores.

É preciso limitar o uso de recursos nessa área não apenas em anos de eleição. Não faz sentido, do ponto de vista da sociedade, manter os atuais orçamentos publicitários de governos. A comunicação dessas esferas deveria resumir-se a peças de utilidade pública, com verbas que correspondessem a um percentual menor das despesas totais.

A Folha não informa o quanto recebeu do bolo publicitário e nem tem nenhuma política, por exemplo, que proíba o jornal de receber propaganda eleitoral. Assim, o seu editorial é no mínimo cínico e completamente fora de hora.

2 comentários

Ótimo questionamento para ser feito por escrito à OMBUDSMAN da Folha.

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Seria interessante saber quanto cada veiculo de comunicação abocanhou das verbas publicitárias do governo federal.

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