Quanto mais Dilma, menos Lula.

A imprensa que assina embaixo, composta por blogueiros e colunistas, com raríssimas exceções, já decidiu que não há como vencer Dilma Rousseff(PT). Afinal de contas, ela é a candidata de Lula e se já está na liderança antes da campanha propriamente dita começar, imaginem quando sair por aí em comícios e programas eleitorais abraçada no presidente mais popular de todos os tempos.  Tem um blogueiro, em especial, que acoita em seu espaço tanto o dono de um instituto de pesquisa que  não tem a mínima isenção, assim como o chefe da sofisticada organização criminosa do mensalão para dizerem o que ele não tem coragem de afirmar, clara e publicamente, pelo menos por enquanto. Nenhum destes jornalistas ou blogueiros informa que haverá, queiram ou não queiram, gostem ou não gostem, uma confrontação dos currículos, das idéias e dos programas de governo, durante cerca de dois meses. A última é que a estratégia tucana dos debates foi por água abaixo, porque a petista só irá em alguns. Vibram com isso, em vez de exercer pesadas críticas. A Folha de São Paulo, então, que levou um no show vergonhoso da candidata, esqueceu o assunto em dois dias. Se não tivessem lado e predileção, os blogueiros e colunistas que assinam embaixo deveriam informar que não adianta fugir dos debates, pois os programas eleitorais diários de TV e a bateria de comerciais das campanhas tem muito mais poder do que os mesmos. É inevitável que haverá, sim, uma comparação muito clara entre Serra e Dilma, passando ao largo da simples associação do nome da candidata com Lula. Qualquer marqueteiro com média qualificação sabe fazer isso com maestria, pois comparar e diferenciar é a chave de qualquer campanha política. Pode acontecer exatamente o contrário do que estão pregando. Quanto mais a campanha avançar,  Dilma será mais Dilma e menos Lula. Quanto mais a campanha avançar, Serra será mais Serra. O efeito Lula, em vez de crescer,  tenderá a diminuir na eleição polarizada pois, afinal de contas, até um imbecil compreende que aquela mulher é quem estará na presidência. Assim como Lula disse que mudou o seu nome para Dilma, o outro lado provará, facilmente, que ela terá que governar pelas próprias pernas, junto com as companhias que a cercam. E que as pernas são bambas e as companhias são péssimas. Portanto, os blogueiros e colunistas que assinam embaixo não deveriam dar tudo por resolvido. A campanha ainda trará muitas surpresas e está completamente aberta. Vai chegar a hora em que Dilma terá que ser apenas Dilma. E este é o seu maior e insolúvel problema.