Espantoso!

A Folha publica, hoje, novos detalhes da falcatrua montada pelo BNDES para repassar a Eletronet para a iniciativa privada, sob a influência do chefe da quadrilha do mensalão, José Dirceu, em nítido crime de advocacia administrativa, que consiste em patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário público.Em 2003, o BNDES assinou um Instrumento Particular de Transação de Outras Avenças, o documento que sacramentou a negociação foi assinado em 22 de dezembro de 2003, uma semana antes do anúncio do acordo com a AES.Nele, a AES aceitou as condições impostas pelo BNDES, que solicitou sua retirada da Eletronet para aprovar a reestruturação. Essa saída poderia ocorrer de duas formas. A primeira, dando preferência à Lightpar, que poderia exercer o direito de compra da participação da americana até 28 de abril de 2004. Caso não houvesse interesse, a AES teria de vender por R$ 1 sua participação na Eletronet a terceiros indicados pelo BNDES.Com a desistência da Lightpar em exercer sua opção de compra, anunciada em 10 de março de 2004, a AES repassou sua participação ao grupo Contém, que se efetivou na Eletronet em 30 de junho de 2004. Imediatamente, a Contém repassou a maioria do capital para o cliente de José Dirceu, Nelson dos Santos, sem qualquer desembolso.A pergunta que fica é: por que a Lightpar, que é uma empresa pública, não comprou a Eletronet por R$ 1, enquanto o BNDES obrigava a AES a aceitar esta proposta de um terceiro,uma empresa privada, em documento assinado? Espantoso! Privatizaram por R$ 1 e agora querem estatizar a quanto bilhões, tendo em vista a valorização das ações da Telebras? Onde está o golpe? Quem está ganhando com ele? Nomes, senhores da CVM, nomes!