Crime sobre crime.

Nada justifica Dilma Rousseff discursar em eventos da Petrobras. Nem como presidente do seu Conselho de Administração, nem como ministra-chefe da Casa Civil. As atribuições de presidente do Conselho da Petrobras orientam exatamente para o contrário: ela deveria se manter equidistante para defender o interesse de todos os acionistas, não somente do Governo Federal. Ao fazer discursos elogiosos a diretores da empresa, presentes em qualquer ato, está sendo parcial e fazendo um juízo de valor pernicioso aos interesses da companhia. Seu papel é julgar tecnicamente a gestão. Leia aqui as atribuições previstas nas diretrizes de governança corporativa da empresa. As atribuições de ministra-chefe da Casa Civil também não lhe dão o direito de se manifestar em eventos da estatal. Sua ação, no exercício deste cargo, está vinculada à Presidência, Vice-Presidência e órgãos da Administração Pública Federal, jamais a uma estatal. Leia aqui as competências de um ministro-chefe da Casa Civil. Dilma Rousseff participou de dezenas de eventos da Petrobras, utilizando-se da estatal para promover a sua candidatura à presidência da República. Nada como ministra lhe autorizava tais "verbalizações". Tampouco como presidente do seu Conselho de Administração, onde chegou a fornecer informações falsas ao mercado, gerando violentas oscilações na Bolsa de Valores. Poderia ter participado como autoridade convidada, mas jamais manifestar-se sobre a empresa. A oposição poderia representar contra a petista não mais na Justiça eleitoral, mas sim na Justiça comum. Nunca na história deste país criminalizaram tanto uma sucessão presidencial. Virou caso de polícia.