Bancoop repassava apartamentos para funcionários de Lula, sem prestar contas.

Segundo os cooperados da Bancoop,além dos saques em dinheiro para o suposto abastecimento de contas de campanha do PT, o esquema da Bancoop (cooperativa habitacional dos bancários) pode ter usado apartamentos para beneficiar correligionários, em prejuízo dos cooperados. As informações sobre a propriedade e os contratos dos imóveis são mantidas sob sigilo pela cooperativa. Mas os cooperados se queixam da presença de petistas em unidades que seriam usadas para bancar a construção. O caso mais notório, divulgado na esteira do episódio dos aloprados em 2006, é de dois apartamentos no bloco B do empreendimento Torres da Mooca, de Rogério Aurélio Pimentel, assessor do gabinete pessoal da Presidência, e José Carlos Espinoza, ex-chefe do gabinete regional da Presidência em São Paulo. O primeiro é ligado ao presidente Lula desde a época do sindicalismo. O segundo, amigo de Lula, cuidava de sua agenda na campanha de 2006. A estranheza surgiu porque os dois apartamentos sempre foram apresentados como parte das 32 unidades bloqueadas para permuta. Nenhum esclarecimento foi prestado sobre a revenda. Um novo documento da Bancoop aumenta a confusão e mostra que esses dois apartamentos, entre outros, não foram contabilizados nas finanças da obra. E há indícios de que os apartamentos eram negociados diretamente pela diretoria. - Tinha um cara que era segurança do Lula, o Espinoza. Eu tinha que mostrar um apartamento. Levei a chave para alguém mostrar a ele - disse Andy Roberto Gurcysnka, cooperado e ex-chefe de segurança da Bancoop, responsável por escoltas da diretoria. Leia mais em O Globo.