Mais notícias sobre o protegido da Dilma.

Hoje a Folha de São Paulo revela mais um pouco sobre Fernando Sarney, aquele mesmo para quem Dilma Rousseff intercedeu, pedindo que a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, "agilizasse" uma investigação. O fato ocorreu em 9 de outubro de 2008. Fernando é filho de José e irmão de Roseana e o encarregado pela família de defender, com unhas, dentes, telefonemas e reuniões, os interesses dentro da máquina do governo. Inclusive junto à Dilma Rousseff, ao que tudo indica com sucesso, tendo em vista que tudo o que a Polícia Federal gravou acabou acontecendo. Ouça. Ou melhor, leia.

Negociações para preencher cargos na Eletrobrás começaram em fevereiro de 2008, um mês antes da definição da nova diretoria pelo ministro Edison Lobão (Minas e Energia), aliado de Sarney e alçado ao cargo em janeiro de 2008. Em 14 de fevereiro Fernando pediu ajuda ao pai para acomodar, na Eletrobrás, seu amigo Flávio Decat -engenheiro com o qual Fernando trocou vários telefonemas interceptados. "Quero orientação a respeito daquele meu amigo lá do Rio que está aí esperando um chamado seu, da Roseana. E eu preciso de uma orientação", disse o filho. "Manda passar lá no Senado. Às 17h30 no meu gabinete", respondeu Sarney. Três meses após a conversa com Sarney, Decat ganhou emprego na estatal: Lobão anunciou a criação da Diretoria de Distribuição para abrigá-lo. Outra indicação de Sarney que contentou Fernando foi a do engenheiro José Antônio Muniz para presidente da Eletrobrás. Assim que soube da nomeação, em 4 de março de 2008, Muniz ligou para Fernando e se reuniu com Sarney. "Deu certo", festejou Muniz. "Tô sabendo já. Como diria aquela frase do Galvão Bueno: eu já sabia. Estou satisfeito que tudo deu certo, que vai ser bom para o Lobão. Vai ser bom para todos", respondeu Fernando, que a seguir falou do encontro com Sarney: "Então tá bom. Amanhã vou estar aí. Se hoje [você] não falar com papai, amanhã a gente fala". Dias após a reunião, Fernando falou com Anelise Pacheco, assessora da presidência da Eletrobrás: "Já acenei com ele [Muniz] que aquela área nós temos interesse em ter sob controle. E ele disse que sem problema. Me pediu uma semana, dez dias para sentar na cadeira e tal. Depois da Semana Santa, nós vamos atacar. Mas já pensei nisso. Tá tudo pensado", disse Fernando em 14 de março. "É porque a menina da Roseana está me ligando para ver os programas que pode fazer", disse Anelise. "Nós chamamos, conversamos longamente e um dos pontos acertados foi este", tranquilizou Fernando. Meses depois, entre agosto e dezembro de 2008, a ONG do Maranhão da qual José Sarney é presidente de honra recebeu, sem licitação, R$ 590 mil da Eletrobrás como patrocínio para fazer festas no Estado -uma delas, realizada pela governadora Roseana Sarney (PMDB). Em julho deste ano, a Folha revelou que R$ 130 mil do total repassado pela Eletrobrás foram destinados a uma empresa da então assessora de Roseana. A PF também captou, em junho de 2008, uma conversa em que Fernando pediu a Augusto César Araújo, também assessor da presidência da Eletrobrás, que "resolva a vida" de uma amiga liberando dinheiro para eventos que ela agencia: "Acho que é mais fácil vir por meio dessas produções culturais do que um emprego formal".

2 comentários

Coronel

Que famiglia!

Se alguém gritar "Pega ladrão", todos eles se escondem!

Reply

Prezado Sr. Cel:

Os canalhas conseguiram até agora "esconder" o Ronald Sarney, irmão e "procurador"para as maracutaias do marimbondo cara-de-pau.

Reply