A web é "libertária".

De Marco Chiaretti, articulista da Folha, mostrando que pode-se falar com muito mais propriedade sobre blogs e outros meios, sem cair de pau em cima do anonimato, que é a alma da blogosfera:

Em que pese a capacidade do Congresso de mudar tudo em cima da hora para deixar tudo como está, há algo evidente nesse "imbróglio" legislativo sobre a relação entre web e eleição: o Congresso pouco ou nada entende do fenômeno da web. E do que entende, não gosta. Alguém poderia dizer que, afinal, a web é muito recente, por isso a dificuldade. Não é. A web comercial tem no Brasil quase 15 anos de existência. A internet apareceu por aqui mais de dez anos antes. O problema não é a novidade, mas a essência mesma da rede. A web é libertária demais para este tipo de discurso. Já se tentou coibir a expressão política em rede, e os tribunais superiores já se manifestaram contra isso. Essa energia anárquica volta-se muitas vezes contra o estabelecido, foge ao controle. Isso é um problema para um Congresso como o nosso, em um país cartorial como o Brasil, onde tudo para ser legítimo precisa estar submetido a regulamentos, decretos e portarias. Não demora muito vai se propor o Dia Nacional do Blogueiro e o Registro Nacional de Twitteiros e Afins (RNTA), eventualmente com necessidade de diploma para sua obtenção. Afinal, trata-se de uma mídia com milhões de usuários. E mídia nada fácil de usar, como se viu por exemplos recentes de irrevogabilidade revogável. Quem quiser postar algo contra ou a favor de um candidato, o fará, em um site fora do Brasil, por exemplo. Exigir que um debate na rede inclua um monte de candidatos significa não querer que ele aconteça. Ponto. A rede não é um sistema de "broadcasting", onde uma emissora transmite um sinal e envia um determinado conteúdo, uma mensagem, a milhões de ouvintes. Não é TV, nem rádio. Não é uma concessão. São milhões de usuários (no Brasil serão mais de 70 milhões ano que vem, no atual ritmo de crescimento) enviando mensagens a milhões de usuários. Quase todos, diga-se, eleitores. "É proibido isso e aquilo na web em época eleitoral." Ok, e aí? Vamos colocar um sargento da Rota no ombro de cada usuário do Twitter, de cada blogueiro, de cada autor de comentário, de cada emitente de uma mensagem, um e-mail, um sms? Multar todo mundo? Fingir que não viu? Nos EUA, a turma de Obama usou a web a seu favor. Deu no que deu.

7 comentários

Petralhas são autoritários. Eles querem impor a censura.

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Um aspecto interessante são as categorias de anonimato.

Na perspectiva positiva me detenho.

Existe o anônimo puro. Satisfaz-se plenamente em externar seu pensamento sem deixar marcas pessoais, nem estabelecer estilo de redação capaz de identificá-lo.
São os mais desprendidos das questões mundanas, dessa tola vaidade.

Há, então, o anônimo que abomina páginas de cadastro, mesmo que possa preenchê-la com dados 'inventados' por abjurar essa condição e se satisfaz em não contrariar a própria consciência abdicando da falsidade ideológica. Mas, não abre mão de imprimir o seu charme pessoal grafando em formato 'estilo'.

Na sequência, temos o anônimo que confia no sistema. Desde que não lhe exija cadastro. E nessa contradição básica é vítima contumaz de espíritos zombeteiros que lhe furtam a 'identidade' duplicando sua persona virtual e lhe causando sofrimentos atrozes.

Então, vem a categoria dos anônimos que encaram com naturalidade a preservação do anonimato flertando com a máxima dos fins que justificam os meios. Inventam um 'nick' assumem-no como uma segunda pele e a princípio curtem um fio de navalha sofrendo a esquizofrenia da suscetibilidade virtual. Depois, conforme amadurecem as condutas recebem amor também e isso, associado ao projeto de ser dual, via de regra, o leva ao ponto de equilíbrio.

Adiante temos o anônimo que amadureceu mais rápido. A sorte de conviver com outros anônimos mais experientes o induzem a seguir um código inefável.
São os que se sobressaem e agregam.

Mas, para encurtar, o topo da pirâmide do anonimato na web ainda é ocupado por gente bem conhecida (?!!).
São os que agem como anônimos abusando da prerrogativa de identidade exigindo que a ética se conforme nelles submissa ao poder do ouro.

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Um blog é qui ném a muié da gente.
Nóis mete o pau onde quizé e ninguém tem nada com isso.
Né muié?
ps: agora ela não pode falar, mas fez sinal que concorda comigo.
Strix.

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Um blog é qui ném a muié da gente.
Nóis mete o pau onde quizé e ninguém tem nada com isso.
Né muié?
ps: agora ela não pode falar, mas fez sinal que concorda comigo.
Strix.

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Gostaria muito que vcs assistissem Hino Nacional de um Povo Triste ( montagem ) http://migre.me/676R

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Conselho Regional de Blogueiros adverte:

Este Blog não recolheu a devida taxa anual de manutenção para operar de acordo com a norma nº 5.784.157.444/2005-BR, da competência 2009. estando sujeito as penas da lei.

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Liberdade para botar o dedo na ferida, para expor as falcatruas e as mazelas, para falar bem (pouco) ou mal (o suficiente), essa turma não aguenta.
É tudo esquerdopata,más com uma saudade do tempo da "ditadura"; tanto que muita porcaria que aí está (horário e propaganda eleitoral "gratuíta" e obrigatória), diploma disso e daquilo.
É o comentário acima: daqui a pouco vão dar um jeito de extorquir mais dinheiro para o saco sem fundo, em cima de quem acessa a web.
Já não chega a exorbitancia que a gente paga para as operadoras?
Com 28%de impostos que vão pra onde?

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