Entrevista com Jorge Castañeda, acadêmico, político e intelectual mexicano. Autor de Utopia Desarmada e Che, a Vida em Vermelho. No Estadão.
O senhor vê um momento em que a relação amistosa do governo brasileiro com governantes como Chávez, Ortega e Castro poderá trazer problemas para o Brasil?
Depende do grau da esquizofrenia da política externa brasileira. Um país que quer ser um líder mundial com assento no Conselho de Segurança da ONU, que pretende ter mais peso no Banco Mundial, que desenha para si um papel decisivo na reunião de meio ambiente em Copenhague, pois bem, esse país vai ter que se conformar com certas responsabilidades. Não pode aparentar cumplicidade com radicais. Esse episódio da embaixada em Honduras é um desgaste. É coisa de república de banana. Ditador ou presidente deposto de Honduras deve se asilar num pequeno país centro-americano e não envolver um poder regional como o Brasil.Há um ano e meio fiz um discurso em Montevidéu que irritou muitos em Brasília. Disse que o Brasil é um pouco o oposto de Cuba e Israel. Eles são anões gigantes, porque têm um impacto internacional desproporcional a seu tamanho. E sugeri que o Brasil é um gigante que se comporta como um anão diplomático. O Brasil não gosta de tomar partido em disputas. Então, para quê lutar por um assento no Conselho de Segurança? Para ficar se abstendo, nas questões difíceis?
O presidente Lula, em Nova York, declarou: "Defendo para o Irã os mesmos direitos de acesso à energia nuclear que defendo para o Brasil. Se alguém tem vergonha de ter relações com o Irã, não é meu caso". Ao ser consultado sobre a insistência do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em negar o Holocausto, Lula respondeu: "Ele pensa diferente, não é problema meu".
Imagine se o Brasil estivesse no Conselho de Segurança da ONU: teria votado a favor ou contra as três rodadas de sanções já existentes? Não dá para ter o melhor dos dois mundos. É natural que um presidente tenha que atender às pressões domésticas e há um esquerdismo retórico que compensa o PT pela política econômica conservadora. Mas não dá para levar a extremos. Lula, até o momento, tem sido muito cuidadoso ao não se identificar com a esquerda radical. Só que a esquerda radical está ficando mais radical e mais internacional.
O senhor vê um momento em que a relação amistosa do governo brasileiro com governantes como Chávez, Ortega e Castro poderá trazer problemas para o Brasil?
Depende do grau da esquizofrenia da política externa brasileira. Um país que quer ser um líder mundial com assento no Conselho de Segurança da ONU, que pretende ter mais peso no Banco Mundial, que desenha para si um papel decisivo na reunião de meio ambiente em Copenhague, pois bem, esse país vai ter que se conformar com certas responsabilidades. Não pode aparentar cumplicidade com radicais. Esse episódio da embaixada em Honduras é um desgaste. É coisa de república de banana. Ditador ou presidente deposto de Honduras deve se asilar num pequeno país centro-americano e não envolver um poder regional como o Brasil.Há um ano e meio fiz um discurso em Montevidéu que irritou muitos em Brasília. Disse que o Brasil é um pouco o oposto de Cuba e Israel. Eles são anões gigantes, porque têm um impacto internacional desproporcional a seu tamanho. E sugeri que o Brasil é um gigante que se comporta como um anão diplomático. O Brasil não gosta de tomar partido em disputas. Então, para quê lutar por um assento no Conselho de Segurança? Para ficar se abstendo, nas questões difíceis?
O presidente Lula, em Nova York, declarou: "Defendo para o Irã os mesmos direitos de acesso à energia nuclear que defendo para o Brasil. Se alguém tem vergonha de ter relações com o Irã, não é meu caso". Ao ser consultado sobre a insistência do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em negar o Holocausto, Lula respondeu: "Ele pensa diferente, não é problema meu".
Imagine se o Brasil estivesse no Conselho de Segurança da ONU: teria votado a favor ou contra as três rodadas de sanções já existentes? Não dá para ter o melhor dos dois mundos. É natural que um presidente tenha que atender às pressões domésticas e há um esquerdismo retórico que compensa o PT pela política econômica conservadora. Mas não dá para levar a extremos. Lula, até o momento, tem sido muito cuidadoso ao não se identificar com a esquerda radical. Só que a esquerda radical está ficando mais radical e mais internacional.
8 comentários
O grande capital está nas mãos de uma minoria, simpática à causa sionista.
ReplyEste grande capital controla ou influi marcantemnte na dita "mídia livre ocidental".
Portanto não devemos esperar dela análise objetiva sobre o Holocausto judeu.
Se existem leis na Europa que prende pessoas apenas por desconfiarem do relato oficial sobre o tema, é porque aqui a coisa fede.
Antes de cairmos no erro de repetir o relato oficial como papagaios condicionados, vale a penas ler
AS LIÇÕES SOBRE O HOLOCAUSTO.
http://www.inacreditavel.com.br/novo/mostrar_artigo.asp?id=74
CORONEL! O problema não é o Brasil,mas o ocupante do cargo de presidente com seu cérebro tacanho.A grande maioria dos brasileiros salvo melhor juízo não aprova a ingerencia do Brasil neste epsódio.R.Z.
ReplyPor Carlos Reis (*)
ReplySe houver um banho de sangue a imprensa brasileira, além de Lula, Amorim, Hugo Chávez, têm que ser moralmente responsabilizada. Depois eu vou ver como vai ficar a cara dos APRESENTADORES do JN.
PLIM PLIM!!!
Coronel
Reply"Lula, até o momento, tem sido muito cuidadoso ao não se identificar com a esquerda radical."
Não Coronel, ele já è o simbolo da nossa esquerda radical. No entanto não assume, mas tem seus "laranjas" fazendo esse trabalho por ele: minc, tarso genro, dilma, franklin martins, dirceu, garcia, celso amorim, FUNAI, INCRA, FUNASA, ONGs estrangeiras, MST, Via Campesina, LCP, kilomboloas, reservas estrativistas de selvagens, Congresso, Senado, STF, STE, todos Ministerios, BNDES, BB, PT, UNE, CUT, FFAA e TODA midia chapa branca, como agora acabei de ouvir mais uma vez a pivot do Globo News ás 11:00 falar em governo golpista das Honduras.
Nós já somos um regime ditadorial gramscista! Nada de violência aberta ainda. Nada de abrir o jogo, como diz garcia. Mas tudo no Brazil está minado e dominado. Falta apenas assumir frontamente.
Coronel,
ReplyMuito oportuno comentario do Filoxera das 11:50 hs.
O pouco que faltava para desnudar a face deste governo, como integrante ativo do eixo-do-mal latino-americano, e` esta interferencia interna assumida contra o governo de Honduras.
Lendo entrevista deste Sr. Jorge Castanheda, fico triste e vejo que o Brasil nunca devera` assumir titularidade no Conselho de Seguranca, somos ainda uma Nacao instavel, o nosso povo e` capaz de eleger aberracoes como este que esta` ai`.
Quantos outros "Inacios" ou "Inacias" ainda surgirao das urnas brasileiras ?...
Colocar o cartel latino-americano no Conselho de Seguranca da ONU ???, sera` que estes criminosos-terroristas nao estao querendo demais ???.
Nosso Brasil ainda tem muito que aprender, enquanto isto continuamos sendo explorados como fomos no passado, mudaram as formas e metodos, mas os exploradores continuam os antigos europeus, os novos americanos e asiaticos.
A America Latina e` deposito de materia-prima, ouro e mirra para estes exploradores, nossos governantes e` o resumo do que temos a oferecer para sentar a mesa das grandes decisoes do planeta.
Acho que o Brasil tem que surgir como nacao responsavel no mundo ocidental, ainda falta para o brasileiro conciencia de que a sua presidencia da republica tem que ser ocupada por pessoas integras e nao chacotas como este pessoal que estao ai, como presidente e candidatos.
Se algum leitor ainda tem duvida de que estamos ou nao inclusos no eixo-do-mal, caia na real, o Brasil assumiu sua cadeira no Conselho de Seguranca do eixo -Coreia do Norte, Ira, Cuba, Venezuela, Russia, China, e outros seguidores.
.50
Excelente entrevista!
ReplyExcelente e útil...
Mostra claramente como aproveitar o momento p/ colar a pecha de esquerdista radical (puxa-saco e burro) em Lula, esse anão moral a serviço do Foro de São Paulo.
Isso, se a oposição quiser/puder, claro...
Lula não aparenta apoio à radicais!
ReplyEm absoluto! Ele realmente apóia abertamente estes ditadores e terroristas, com Rual Castro e Mahmoud Ahmadinejad. Tanto que ofereceu crédito para um e convidou o outro para lanchar em Brasília!
O mais grave é que quando se reelegeu, Lula não disse que iria radicalizar, fazendo amizades com os principais tiranos do globo.
-Lula teria se reelegido se tivesse declarado tal coisa?
Provavelmente não!
Lula desrespeitou o eleitor conservador, que votou nele esperando que ele continuasse com a política do seu primeiro mandato.
Já tinha lido esta entrevista.Perfeita para o momento.
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