O Brasil está prestes a viver mais um capítulo do que o embaixador Rubens Barbosa batizou de "diplomacia da generosidade" – esta feita com nosso chapéu, como sempre. Neste fim de semana, o presidente Lula e o paraguaio Fernando Lugo devem selar um novo acordo sobre a usina hidrelétrica de Itaipu. As novas regras, propostas pelo Brasil, alteram o Tratado de Itaipu, feito em 1973 para viabilizar o projeto na fronteira entre os dois países. Mudança principal: o valor de 120 milhões de dólares que o Brasil paga por utilizar a energia a que o Paraguai tem direito, mas não usa, seria multiplicado por três, ou seja, 360 milhões de dólares. A empresa de eletricidade paraguaia, Ande, poderá vender parte de sua energia ao mercado brasileiro e se beneficiar de um financiamento de 450 milhões de dólares para a construção de uma linha de transmissão entre Itaipu e a capital, Assunção. O Brasil precisa da eletricidade de Itaipu, e é sempre bom negociar acordos em vez de administrar disputas, mas a proposta brasileira é maculada pelo desejo excessivo de acomodar os interesses paraguaios. "É da natureza da diplomacia da generosidade nunca exigir contrapartidas", diz Rubens Barbosa. "Essa doutrina não tem vergonha de ir contra o interesse nacional." No manual latino-americano de vitimologia, os Estados Unidos estão no centro do universo como vilão explorador, papel dividido, no caso paraguaio, com o Brasil. A narrativa começa na Guerra do Paraguai, terrível mas iniciada pelo tirano Solano López, que, nos delírios finais, prendeu a mãe e fuzilou o irmão, e tem em Itaipu o símbolo mais poderoso. Hoje, os governos têm afinidades ideológicas. Lula quer agradar a Lugo e Lugo quer aparecer como paladino dos interesses paraguaios. Em 2006, Evo Morales, outro integrante da trupe bolivariana, como os chavistas se autodenominam, mandou ocupar duas refinarias da Petrobras na Bolívia e levou tudo o que quis. Na campanha presidencial, Lugo chegou a dizer que o Brasil deveria pagar dez, vinte vezes mais pela eletricidade que seu país não utiliza. Não há razão para isso. A usina foi construída sem um centavo paraguaio. A dívida foi contraída pela Eletrobrás em bancos nacionais e estrangeiros e só será zerada em 2023, com a venda de eletricidade. A energia produzida é dividida ao meio, mas o Paraguai usa apenas 5%. Lula e seu lépido ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, insistiram em mudar as regras do tratado mesmo após pareceres do Ministério de Minas e Energia e da direção nacional da Itaipu Binacional mostrarem que a alteração não faz sentido. A conta de luz dos consumidores brasileiros poderá aumentar em 3%. Isso se Lugo não resolver exigir mais.
8 comentários
Coronel,
Replyse tivéssemos um Congresso tipo o hondurenho, e uma justiça, tipo a hondurenha, Lula já teria sido - há muito - processado por "lesa Pátria" e defenestrado do poder.
Infelizmente....
"Essa doutrina não tem vergonha de ir contra o interesse nacional."
ReplyVergonha? Pois eu sempre imaginei que o pesidente que atuar contra o interesse nacional está cometendo um crime punivel com impeachment e cadeia.
Coronel
ReplyE os interesses nacionais que deixam de estarem garantidos?
Mas esse traidor do lulla è mesmo presidente do Brazil?
Ou será que Itaipu è o dote que ele ofereçe a lugo por este ser um garanhão? Aquele foto que o senhor colocou, onde está luylla com as duas mão agarrando carinhosamente, direi mesmo, com amor gay, as faces do lugo, dá que pensar.
EStá certo que cada um pode ter suas opções sexuais e come o que quiser e onde quiser. Mas brincar com a soberania e interesses do Brazil para satisfazer suas taras sexuais, aí devia parar o baile. Devia!
Mas temos militares? Generais, por exemplo! Estão tomando uisque de malte escocês de 12 anos e comendo caviar Beluga enquanto afagam o corpo da amante? Só podem!
IMPEACHMENT JÁ!
ReplyPerai, perai, será que Lula não está mordendo alguns milhões com essa negociata, para engordar o caixa do PT para a campanha de Dil-
Replyma em 2010?? Bem, tudo é possivel não é mesmO????
O Paraguai agora deveria ir para uma corte internacional EXIGIR alguns bilhões de dolares do Brasil de INDENIZAÇÃO. Afinal quem CONCORDA em reajustar um pagamento em 200%, fez uma DECLARAÇÃO FORMAL que ROUBAVA seu PARCEIRO COMERCIAL. Aí eu quero ver, tendo que pagar uma conta retroativa!
ReplyO PARAGUAI RECLAMOU? O CERTO ENTÃO SERIA O BRASIL FAZER UMA REAVALIAÇÃO DO PAGAMENTO E REDUZIR EM 10% O VALOR PAGO . NUNCA MAIS ELES ABRIRIAM A BOCA PARA FALAR EM REAJUSTE. MAS COM O LULINHA “PAZ E AMOR” A ESQUERDALHA CONTINENTAL LEVA TUDO… ATÉ AS CALÇAS. MESMO PORQUE NADA É DELE!! DETENHAM ESSE HOMEM ENQUANTO É TEMPO. IMPEACHMENT JÁ!
ReplyGraças às recentes concessões do pequeno timoneiro ao bispo paraguaio, o cidadão brasileiro passará a pagar em breve o triplo pela energia de Itaipu que aliás já foi bem paga pelo Brasil que escolheu construir a represa na fronteira, consome 95% da sua produção, financiou o capital inicial de US$ 50 milhões, financiou a dívida de US$ 23 bilhões e manteve o consumo da energia dolariada de Itaipu na década de 80 às custas da quase falência da Cesp, que não precisava desta energia.
ReplyOs petistas da elite palaciana liderados pelo grande ideólogo das relações internacionais petistas, o sargento Garcia calculam que a historiografia marxista da Guerra do Paraguai ainda tem a sua memória bem viva na mente dos brasileiros que foram à escola na época em que os livros de história eram escritos pelos recalcados historiadores da USP. Se alguém tiver interesse em uma historiografia baseada em documentos históricos desta guerra e não na demonização ideológica dos ingleses e brasileiros e na vitimização dos paraguaios podem consultar o livro Maldita Guerra de Dorattioto.
Infelizmente, este projeto de construção de uma comunidade de nações latino-americanas irmanadas no socialismo chavista e na utopia de um bolivarianismo está custando caro ao brasileiro que tem assistido ao PT rasgar bons e justos tratados contrariando o interesse nacional e forçando a nós a pagar mais pela energia elétrica e pelo gás boliviano.