PT passa de comprador a vendedor.

"O PT deve ter posição firme para que se apure e puna quem quer que seja. Isso não se discute. O que também não se pode imaginar é que a saída pura e simples de quem preside o Senado resolva todo o problema ético. Não acho que a saída dele neste momento possa resolver o problema."

A declaração acima é de mais um poodle de José Sarney, o deputado José Eduardo Cardozo(PT-SP), no lançamento da sua candidatura à presidência do partido. O absurdo da posição do PT só poderia sair da cabeça distorcida de Luiz Inácio Lula da Silva, o grande líder da lama em que os companheiros vêm se afundando desde o mensalão. O que o país está exigindo é que o Presidente do Senado se afaste para ser investigado, tendo em vista que dezenas de denúncias o atingem diretamente, de modo especial o favorecimento a familiares, a ocultação de bens adquiridos durante os seus mandatos de presidente, a sua cumplicidade e defesa de diretores comprovadamente corruptos. Este era o posicionamento do partido até o momento em que José Sarney visitou Lula para informar que, se ele não fosse mantido, o PMDB abriria a CPI da Petrobras e não apoiaria a candidatura de Dilma Rousseff. A partir destas duas ameaças, criou-se a justificativa de que a licença ou renúncia de Sarney comprometeria a governabilidade. Ficou provado, novamente, que a governabilidade do governo petista continua sendo sustentável à base de corrupção. Foi assim quando o partido comprava políticos com o mensalão, um escândalo que decepou a cabeça das suas principais lideranças. Voltou a ser assim agora, com o partido se vendendo para tentar a manutenção do poder. O PT passou de comprador a vendedor. Acaba de liquidar a única coisa que ainda tinha: a própria "governabilidade", entregando-a a José Ribamar Sarney, o coronel que agora manda no Partido dos Trabalhadores.