Honduras: democracia restaurada.

Da Folha:

Do Partido Liberal assim como o presidente Manuel Zelaya, a deputada Myrna Castro foi uma das que apoiaram a destituição do seu correligionário, acompanhada da maior parte de sua bancada (62 dos 128 deputados). A seguir, a entrevista concedida à Folha no Congresso, pouco antes da sessão que nomeou Roberto Micheletti como o novo mandatário de Honduras:

FOLHA - Por que a carta de renúncia de Zelaya é de três dias antes, quinta-feira?
MYRNA CASTRO - Parece que ele primeiro assinou a renúncia, mas depois decidiu prosseguir com o seu processo de consulta ilegal. Tudo isso começou quando se aprovou a entrada na Alba [bloco liderado pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez]. Nós aprovamos, mas não queríamos que isso afetasse o Estado de direito.

FOLHA - Por que a sra. retirou seu apoio a Zelaya?
CASTRO - Eu deixei de apoiá-lo no momento em que ele começou a atuar à margem da lei. Eu sou advogada. Eu respeito a Constituição. Ele praticou uma quantidade enorme de delitos, o Congresso tem um relatório demonstrando isso.

FOLHA - A sra. votou pela entrada na Alba?
CASTRO - Sim, e me arrependo. Estou a favor dos programas sociais, o problema é que se fez uma campanha de luta de classes entre ricos e pobres, com ataques constantes ao setor privado.

1 comentários:

TRADIÇÃO

Na América Latina, região de tantos populistas, é quase sempre do mesmo jeito. O presidente resolve brincar com as leis, pensa em ficar no Poder, ameaça renunciar e aí pensa que será trazido de volta nos braços do povo.
Já viram esse filme antes? Jânio fez isso. Jango estava quase fazendo, quando foi deposto antes que houvesse um golpe dele mesmo ou da esquerda, que agora quer posar de democrata.

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