Fora de foco.

Da Veja, mostrando que a tentativa de derrubar a Lei da Anistia é, antes de tudo, uma tentativa de Tarso Genro tirar o foco dos verdadeiros problemas da sua gestão caótica no Ministério da Justiça , com total descontrole dos órgãos policiais e índices cada vez piores de violência e criminalidade:

Trabalho não falta ao ministro da Justiça, Tarso Genro. A Polícia Federal enfrenta um processo de balcanização sem precedentes, espiões oficiais grampeiam ministros, o tráfico de drogas faz explodir os índices de criminalidade e, nas delegacias dos quatro cantos do país, o pau-de-arara ainda é método de interrogatório. Mas Genro, infelizmente, é um homem sem foco. Tanta coisa urgente com que se preocupar e ele encasquetou revisar a Lei da Anistia, promulgada há quase três décadas. Revisar só para um dos lados, enfatize-se. Quinze anos depois da instauração do regime militar no Brasil, generais e opositores chegaram a um acordo que permitiria iniciar o processo de abertura política, sem maiores solavancos. Esse acordo foi a Lei da Anistia, assinada em 1979. Para que fosse ampla, geral e irrestrita – e não parcial, como queria boa parte da caserna –, reuniram-se políticos, estudantes e trabalhadores naquele que foi o primeiro movimento coordenado da sociedade civil depois do golpe de 1964. Graças à anistia, conquista intensamente festejada por todos os democratas, puderam voltar ao país ou sair da clandestinidade José Serra, Fernando Gabeira, Leonel Brizola, José Dirceu e Franklin Martins, entre outros exilados ilustres e nem tanto. A legislação zerou o jogo, cancelando a punição a criminosos políticos, terroristas e também, como contrapartida, aos torturadores que, nos porões da ditadura, supliciaram adversários do regime. Ampla, geral e irrestrita, repita-se, foi um daqueles atos de pacificação interna dos quais é pródiga a história das nações.
A Lei da Anistia viria a sofrer modificações. Em 1985, na mesma emenda que convocou a Assembléia Constituinte, o então presidente José Sarney deliberou que fossem concedidas as devidas promoções a servidores civis e militares cujas carreiras houvessem sido interrompidas pelo arbítrio. A Constituição de 1988 estendeu o benefício a empregados do setor privado e sindicalistas. Em 1995, sob a Presidência de Fernando Henrique Cardoso, concedeu-se às famílias de mortos e desaparecidos políticos o direito de receber indenizações. Também foi organizada uma comissão para o reconhecimento dos desaparecimentos. Em 2001, uma lei, substituída por outra em 2002, ampliou a reparação aos danos causados pela ditadura, autorizando o pagamento de indenizações, em caráter retroativo, inclusive àqueles cujas carreiras tivessem sido prejudicadas (o que ensejou, como não poderia deixar de ser, a entrada de muitos oportunistas na fila dos casos analisados pela Comissão de Anistia, criada pelo governo para fazer essa avaliação). Os acréscimos à lei original amparam-se no fundamento de que, não importa o regime de ocasião, o estado brasileiro é responsável pelos indivíduos que estão sob sua guarda, devendo zelar pela sua integridade física e mental. O outro fundamento invocado é aquele segundo o qual está vedado ao estado interferir negativamente na vida profissional dos cidadãos. Com as mudanças, as compensações pagas pela União somaram 2,5 bilhões de reais entre 2001 e 2007. Nenhum dos acréscimos, contudo, feriu o princípio da Lei da Anistia de 1979. A saber: o perdão a todos os cidadãos acusados de cometer crimes políticos, mesmo os mais torpes, não importa se do lado do regime ou da oposição. É tal o princípio – negociado arduamente por todos os que lutavam para restabelecer a democracia no Brasil – que Genro quer atingir. Ele defende a punição dos torturadores a serviço do regime militar. Quanto aos terroristas de esquerda que mataram, roubaram, seqüestraram e mutilaram, esqueça-se que lutavam pela implantação de uma ditadura comunista. Esqueça-se que recebiam apoio de Cuba e da então União Soviética – afinal, eles eram de esquerda e isso bastaria para inocentá-los, na visão de Genro, proveniente das mesmas hostes. O ministro da Justiça já havia levantado o assunto em agosto, no que foi desautorizado pelo presidente Lula e contestado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Sua mais recente tentativa de impor uma leitura partidária da Lei da Anistia foi motivada por um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), que considerou prescritos os crimes com motivação política praticados durante a ditadura, inclusive a tortura. O parecer da AGU nada mais é que uma peça de defesa em uma ação movida pelo Ministério Público, que tem entre seus réus a própria União (os outros réus são os militares Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel, este já falecido, ambos acusados de tortura nas masmorras do DOI-Codi paulista). A decisão final sobre o tema não virá da AGU, mas do Supremo Tribunal Federal, que analisa duas ações contestando a anistia a agentes da repressão militar envolvidos em tortura e no desaparecimento de presos políticos. Sem falar especificamente sobre esses casos, o presidente do STF, Gilmar Mendes, alerta para o perigo de ideologizar o tema da anistia. "Estão tentando analisar uma questão de direitos humanos do ponto de vista apenas daqueles que lutaram contra o regime." Ele aponta três aspectos que foram deixados de fora. O primeiro é que a chamada luta armada dos grupos de esquerda pode, sim, ser classificada de terrorismo, sobretudo nos episódios em que vitimou pessoas alheias ao embate político. O segundo é que, assim como a tortura, o terrorismo é crime imprescritível. Por último, há o fato de que, embora tortura e terrorismo sejam imprescritíveis, nada impede que tais práticas sejam anistiadas. Os comentários do presidente do STF escancaram a tentativa de Genro de reescrever a história, em benefício de seus pares ideológicos. O ministro da Justiça disse que a luta armada foi uma opção política respeitável. Além de omitir que a guerrilha tinha seu próprio projeto autoritário de poder, Genro não menciona que os atentados, seqüestros e assaltos não eram o único caminho existente para contestar o regime militar. Havia meios pacíficos, como a militância no movimento estudantil e no partido de oposição, o MDB. A ditadura deixou cerca de 400 mortos e desaparecidos. Quanto aos grupos de esquerda armados, estima-se que tenham matado 150 pessoas, das quais 100 eram civis, vítimas de execuções ou bombas. É óbvio que nada justifica a covardia do pau-de-arara, do choque elétrico, da palmatória e dos outros métodos abomináveis usados pelos torturadores. "Mas, com a lei de 1979, tanto os crimes cometidos em nome do regime como os que tinham por objetivo derrubar o governo foram anistiados", reforça o jurista Ives Gandra Martins, ex-integrante da ONG de direitos humanos Anistia Internacional. "A tentativa, três décadas depois, de fazer uma punição seletiva é um gesto de vingança, não de justiça." Nos últimos anos, Argentina e Chile optaram por revogar suas leis de anistia e deram andamento à punição de alguns dos responsáveis pelos crimes de suas ditaduras. São situações distintas da do Brasil, onde a magnitude da repressão foi bastante inferior, ainda que não se possa subestimar a dor das chagas individuais. Nesses países vizinhos, o trauma dos períodos de exceção foi tão profundo que o clamor por um acerto de contas se manteve constante. Em relação à Argentina, as leis de anistia vieram depois do fim da ditadura, como uma maneira de evitar o risco de novos levantes militares. Não houve, como no Brasil, uma transição negociada para a democracia. "Para desfazer o acordo sacramentado pela Lei da Anistia, é preciso estar disposto a começar uma caça às bruxas em direção aos dois lados", diz o general Gilberto Barbosa de Figueiredo, presidente do Clube Militar. "Se isso acontecer, vai ser mais fácil identificar os responsáveis por atos de terrorismo do que os agentes do estado, porque os arquivos do regime não identificam os torturadores." Genro tem mais que fazer.

6 comentários

Por isso eu digo : Com esquerdistas não se negocia !!!

Você entra numa briga e se apanha vai reclamar ?

Isso prova a falta de carater dessa caterva vermelha que se instalou no poder ( graças ao parasitismo de boa parte dos analfabetos que habitam essa terra de ninguém chamada Brasil ).
Os militares apenas cumpriram o seu dever , deve-se punir quem cumpriu a sua obrigação ?
E os assassinos do Sd.Mário Kozel Filho ? E os assassinos do Ten.PM Alberto Mendes ? Serão punidos ?
Não !!!Ainda enxovalham o Cel. Carlos Alberto Brilhante Ustra !!!
Tentam promover um traidor como Lamarca !!!

Isso é só o começo do fim ,senhores !!!

Reply

é exatamente isso que tem que ser feito; reagir e não economizar nas palavras que traduza os fatos desde dentro para fora para o perfeito entendimento da população, e tudo dentro do princípio do direito de resposta.

especialistas em falsificar a história devido a ausência, por muito tempo, do enfrentamento ideológico,e tudo isso associado com a completa falta de amor ao próximo, os comunas acham que podem revirar o estado de cabeça para baixo e balançar os brasileiros como melancias. vão dar com os burros na água e torço com sinceridade que todos se afoguem no próprio veneno.


aguia_dourada

Reply

De todo o texto:

"É óbvio que nada justifica a covardia do pau-de-arara, do choque elétrico, da palmatória e dos outros métodos abomináveis usados pelos torturadores."

Pergunto a quem diz isso:

Tem idéia de quantas vidas de INOCENTES podem ter sido poupadas por eventuais torturas?

Não menos importante:

Com exceção da atriz(?) Bete Mendes, todos os demais declararam que foram torturados e, assim, suas confissões foram desconsideradas e absolvidos de seus crimes, mesmo os ASSASSINOS.

Ponto 1:

Mesmo sob regime de exceção HAVIA LEIS QUE FORAM OBSERVADAS. Vale dizer: a tal ditadura não foi, de fato, uma dita dura.

Ponto 2:

Ninguém precisou provar que foi torturado para ser absolvido.

Ponto 3:

Em verdade, quase ninguém foi torturado. A grande maioria, POR COVARDIA, contava tudo sem precisar encostar um dedo. Por exemplo, o "herói" José Genoino Guimarães Neto.

Nota: a atriz Bete Mendes sequer foi a julgamento. A exemplo de muitos garotos recrutados pelos terroristas nos colégios, foram detidos e, depois, ENTREGUES AOS PAIS pelo Cel Ustra, com a recomendação para que não permitissem que os filhos entrassem "na vida do crime". Sou testemunha: foi o caso de um primo.

Reply

O texto está muito bem redigido, mas me vejo na obrigação de fazer algumas observações quanto ao conteúdo:
1. Quem tinha restrições à "Anistia ampla, geral e irrestrita" não era "boa parte da caserna" mas sim algumas "lideranças políticas" da própria oposição ao governo militar - dentre elas, o tão incensado Ulysses Guimarães - que não queriam o retorno de Leonel Brizola, Miguel Arraes e outros que pudessem competir com aquelas lideranças. O Presidente João Figueiredo, que havia prometido "fazer desse país uma democracia" e ameaçado prender e arrebentar quem se opusesse a isso, encerrou a discussão afirmando que "lugar de brasileiro é no Brasil" e TODOS foram anistiados mediante Lei aprovada no Congresso Nacional.
2. É interessante o fato de nenhum "jurista" questionar a legitimidade das leis implementadas pelo cretino Fernando Henrique Cardoso, comunista safado fantasiado de "neo-liberal" (seja lá que merda isso signifique), distribuindo verbas públicas a título de indenizações retroativas em visível contradição ao § 1º do Artigo 8º das Disposições Transitórias da Constituição Federal que trata da Anistia - "O disposto neste artigo somente gerará efeitos financeiros a partir da promulgação da Constituição, vedada a remuneração de qualquer espécie em caráter retroativo" - e ao Art 11º da própria Lei de Anistia que "além dos direitos nela expressos, não gera quaisquer outros, inclusive aqueles relativos a vencimentos, saldos, salários, proventos, restituições, atrasados, indenizações, promoções ou ressarcimentos."
3. Por fim, colocando-me frontalmente contra a turma do politicamente correto, eu discordo da oração "nada justifica a covardia do pau-de-arara, do choque elétrico, da palmatória e dos outros métodos abomináveis" quando se refere à luta contra os terroristas que queriam implantar o sistema comunista neste país. O contexto em que ocorreram tais "torturas" era o de uma guerra, e existe até um livro com o sugestivo título: "Guerra é guerra, dizia o turturador!" A tortura por tortura é, obviamente, condenável, mas no contexto emergencial de uma investigação para libertar um sequestrado ou para evitar uma ação terrorista que possa produzir vítimas inocentes, danem-se os direitos humanos - até por que dos terroristas podem ser esperadas quaisquer coisas, menos preocupações humanistas - e as informações necessárias devem ser obtidas por qualquer meio. Afinal, o que estava em jogo era ou os direitos de um criminoso ou cúmplice ou a vida de pessoa(s) inocente(s). Não podia nem pode mesmo hoje haver dúvidas sobre a correção dos métodos usados. Gostem ou não, foi graças a eles que a matança dos facínoras comunistas pode ser controlada.

Reply

do blog do reinaldo azevedo, sobre o mesmo assunto:

OS REVANCHISTAS BRASILEIROS, A ANISTIA E CUBA
O cubanófilos brasileiros — e o maior de todos eles, como sabemos, é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva — querem revogar a Lei da Anistia. Apenas para um dos lados, é claro. Aqueles que aplicaram a Manual da Guerrilha, de Carlos Marighella, continuariam por aí — ou melhor: por lá. Alguns dão expediente no Palácio do Planalto. O manual de Marighella fazia a defesa do terrorismo. Segundo a Constituição brasileira, terrorismo é crime imprescritível.

A lambança em relação ao assunto obedece ao jeito petista de fazer as coisas. Começou com os ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), um tanto modestamente. De saída, ninguém comprou a tese porque, afinal, a Lei da Anistia é clara e tem uma historia política, comprometida com a pacificação do país. Eles insistiram. O PT chegou a divulgar uma nota dizendo que não era o caso de rever nada. A tese da dupla ganhou alguns simpatizantes na imprensa — os isentos de um lado só, velhos conhecidos. O parecer da Advocacia Geral da União (AGU), que só cumpriu o seu dever técnico — até Tarso admite isso —, assanhou os “vitimistas” de plantão, alguns deles usuários práticos do manual do bom terrorista de Marighella.

Lula estaria pressionando a AGU por um parecer “neutro”, já que a questão acabará mesmo sendo decidida pelo STF. Se isso acontecer, AGU pra quê? Que seja substituída pelo Magistrado-em-chefe: o próprio Apedeuta.

Mas volto ao primeiro parágrafo. Apedeutakoba, que deixou prosperar esse debate bizantino, lembrou de pedir a Barack Obama o fim do embargo a Cuba. Embutiu a sua reivindicação nas primeiras palavras de saudação ao presidente eleito dos Estados Unidos. Lula quer uma espécie de “anistia” histórica para o regime criminoso de Fidel e Raúl Castro sob o pretexto de que está defendendo os interesses do sofrido povo cubano. O embargo, hoje, já não tem efeito pratico nenhum. A ditadura e a miséria em Cuba são obras dos facínoras que a governam e nada tem a ver com o dito-cujo. Seu fim, sem a exigência da contrapartida democrática, seria admitir a tirania como aceitável.

Não! Os cubanófilos não querem saber de anistia política em Cuba. Tampouco de condenar torturadores — porque, claro, teria de começar pelo seus dois maiores homicidas: Fidel e Raúl Castro. Ao contrário, não é? Lula está empenhado em garantir a sobrevida da ditadura desses dois humanistas, que são 2.700 vezes mais homicidas — considerando-se os mortos por 100 mil — do que a ditadura militar que houve no Brasil.

Assim, segundo os critérios do PT, as 424 (¹) mortes havidas durante a ditadura brasileira fazem os facínoras, mas as 95 mil (²) havidas em Cuba fazem os heróis. Essa gente pouco séria tem, no entanto, de ser levada a sério. E combatida.
***
(1) Os números não são meus. Estão no livro Dos Filhos Deste Solo, do petista Nilmário Miranda. Mas atenção! Pessoas mortas ou desaparecidas efetivamente ligadas a organizações de esquerda somam 293 (ver lista abaixo), incluindo guerrilheiros e terroristas que morreram de arma na mão e quatro justiçamentos (esquerdistas executados pelos próprios “companheiros”). Para se chegar a 424, incluem-se supostos casos, mas sem comprovação. A lista é esta:
ALN-Molipo – 72 mortes (inclui quatro justiçamentos)
PC do B – 68 (58 no Araguaia)
PCB – 38
VPR – 37
VAR-Palmares – 17
PCBR – 16
MR-8 – 15
MNR – 10
AP – 10
POLOP – 7
Port - 3

(2) Fidel mandou matar em julgamentos sumários 9 479 pessoas. Estima-se que os mortos do regime cheguem a 17 000. A fonte: O Livro Negro do Comunismo. Dois milhões de pessoas fugiram do país – 15% dos 13 milhões de cubanos. Isso corresponderia a 27 milhões de brasileiros no exílio. Dados esses números, Fidel matou, pois, 130,76 indivíduos por 100 000 habitantes; Pinochet, o facínora chileno, 24; a ditadura brasileira, 0,3.
O Coma Andante é 435,86 vezes mais assassino do que a ditadura brasileira, que encheu de metáforas humanistas a conta bancária de Chico Buarque. A história dirá quem foi Fidel? Já disse! Permaneceu 49 anos no poder; no período, passaram pela Casa Branca, lá no "Império" detestado por Niemeyer, dez presidentes!
Atenção: 78 mil pessoas morreram afogadas tentando fugir de Cuba. Sair de lá, como sabem, era e é proibido. Assim, o regime de Fidel matou 95 mil pessoas — o que torna o tirano 2.700 vezes mais assassino do que a ditadura brasileira.

Reply

Acho Coronel,que quem tem a mesma opinião sobre cuba, cubanos, fidel e lula, raul e chavez, por exemplo , poderiam ser colocados eem uma cela, juntos, trancados por i ano, em dieta de pão e água, depois de uma ano juntinhos, poderiamos saber se são ou não farinha do mesmo saco...ilhados, quem sabe , numa masmorra numa ilha bem afastada...aí sim iriamos ver a verdadeira cara dessa gentalha.DJ

Reply